quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Mensagem de Natal da equipe da Biblioteca do Instituto Biomédico

Nesse Natal tão especial, desejamos que a alegria, o amor, a gratidão e a esperança estejam presentes no coração de todos!
Que 2021 seja repleto de realizações positivas e saúde!
Que os sentimentos de amor e solidariedade sejam constantes durante todo o ano!
Boas festas! São os sinceros votos da equipe da Biblioteca do Instituto Biomédico! 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Henrietta Lacks: a mulher das "células imortais"

No mês da Consciência Negra, lembramos o nome de uma mulher que mudou a História da Ciência e da Biotecnologia em todo o mundo: Henrietta Lacks... o nome por trás das células HeLa, também conhecidas como células imortais.

Henrietta Lacks foi uma mulher afroamericana descendente de escravos, nascida em 1920, na Vírginia, que teve câncer no colo do útero e que teve um pedaço de tecido recolhido para biópsia por um médico, sem autorização, já que à época não havia legislação nem regulamentação própria para esse tipo de procedimento. 

Suas células continuam se reproduzindo e multiplicando infinitamente em laboratórios de todo o mundo. Elas já viajaram até a lua, estiveram em bombas nucleares, foram importantes para a criação da vacina contra a poliomielite, além de outros milhares de usos para a pesquisa e desenvolvimento da ciência médica e biotecnológica.

Se interessou ou ficou curioso??? Então dá uma olhada na resenha de um livro que conta a história dessa incrível mulher negra: Artigo Scielo


(AP Photo/Lacks Family via The Henrietta Lacks Foundation) (Lacks Family via The Henrietta Lacks Foundation/Associated Press)

Respostas imunes ao SARS-CoV-2 em três filhos de pais com COVID-19 sintomático

Em comparação com os adultos, as crianças com síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2) apresentam infecções predominantemente leves ou assintomáticas, mas as diferenças imunológicas subjacentes permanecem obscuras. Aqui, nós descrevemos características clínicas, virologia, perfil celular longitudinal e imunológico de citocinas, sorologia específica para SARS-CoV-2 e respostas de anticorpos salivares em uma família de dois pais com infecção sintomática por SARS-CoV-2 confirmada por PCR e seus três filhos , que testou repetidamente SARS-CoV-2 PCR negativo. Os perfis imunológicos celulares e as respostas de citocinas de todas as crianças são semelhantes aos de seus pais em todos os momentos. Todos os membros da família têm anticorpos anti-SARS-CoV-2 salivares detectados, predominantemente IgA, que coincidem com a resolução dos sintomas em 3 de 4 membros sintomáticos. O plasma de ambos os pais e de uma criança tem anticorpos IgG contra a proteína S1 e atividade de neutralização do vírus detectada. Usando uma abordagem de sorologia de sistemas, demonstramos níveis mais elevados de características de anticorpos específicos para SARS-CoV-2 desses membros da família em comparação com controles saudáveis. Esses dados indicam que as crianças podem montar uma resposta imune ao SARS-CoV-2 sem confirmação virológica da infecção, levantando a possibilidade de que a imunidade em crianças pode prevenir o estabelecimento da infecção pelo SARS-CoV-2. Depender de testes virológicos e sorológicos de rotina pode não identificar crianças expostas, com implicações para estudos epidemiológicos e clínicos ao longo da vida. demonstramos níveis mais elevados de características de anticorpos específicos para SARS-CoV-2 desses membros da família em comparação com controles saudáveis. Esses dados indicam que as crianças podem montar uma resposta imune ao SARS-CoV-2 sem confirmação virológica da infecção, levantando a possibilidade de que a imunidade em crianças pode prevenir o estabelecimento da infecção pelo SARS-CoV-2. Depender de testes virológicos e sorológicos de rotina pode não identificar crianças expostas, com implicações para estudos epidemiológicos e clínicos ao longo da vida. demonstramos níveis mais elevados de características de anticorpos específicos para SARS-CoV-2 desses membros da família em comparação com controles saudáveis. Esses dados indicam que as crianças podem montar uma resposta imune ao SARS-CoV-2 sem confirmação virológica da infecção, levantando a possibilidade de que a imunidade em crianças pode prevenir o estabelecimento da infecção pelo SARS-CoV-2. Depender de testes virológicos e sorológicos de rotina pode não identificar crianças expostas, com implicações para estudos epidemiológicos e clínicos ao longo da vida.

Shidan Tosif, Melanie R. Neeland e Nigel W. Crawford
Leia em: Nature Communications volume 11 , Número do artigo: 5703 ( 2020: https://www.nature.com/articles/s41467-020-19545-8

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Feliz dia do estudante!!!

Desejamos a todos um feliz dia do estudante... com ótimas leituras, conhecimento e sabedoria para ser aquele aluno nota 10 incrível!!! Parabéns!!!!


terça-feira, 10 de novembro de 2020

Seminário Online: Sensibilização e Capacitação em Biossegurança - Mapa de Risco

Quando: seg, 23/11/2020 - 17:00 até 19:00

MODERADORA: Marisa Fasura

CONVIDADOS CONFIRMADOS:

Dra. Denise Alvarez -Professora titular Escola de Engenharia da UFF.

Maridete França Valcarcel - Engenheira Química. Engenheira de Segurança do Trabalho (UFF)

Vinicius da Silva Pires - Engenheiro Mecânico; Núcleo de Vigilância em Saúde do Trabalhador da Coordenação de Saúde do Trabalhador da FIOCRUZ.

Link inscrição: http://www.extensao.uff.br/inscricao/?id=3882

LInk evento: https://meet.google.com/qys-zwbf-rjr



Fonte: UFF

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Treinamento Biblioteca Virtual Pearson

Não perca a oportunidade de conhecer os recursos e funcionalidades da plataforma Pearson de e-books, adquirida pela Universidade Federal Fluminense! No dia 03 de novembro de 2020, às 15hs, haverá um treinamento para a comunidade acadêmica. 

Na plataforma da Biblioteca Virtual Pearson você pode realizar pesquisas de livros de diversas áreas e usar diferentes recursos que auxiliam na leitura e nos estudos. É possível criar metas de leitura, montar sua lista de livros, criar cartões de estudos, marca páginas, fazer comentários e compartilhá-los, imprimir páginas e baixar livros para leitura offline em seu dispositivo móvel. 

Anote na sua agenda!
Data: 03/11/2020
Horário: 15hs


 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Agora a Biblioteca do Instituto Biomédico também atende pelo WhatsApp

Agora também estamos disponíveis para atendê-l(x) através do WhatsApp. Basta salvar nosso número em seus contatos.

Em nosso WhatsApp também é possível acessar e saber um pouco mais sobre alguns de nossos serviços online, clicando no catálogo de produtos que disponibilizamos por lá.

Nosso número é 2629-2539.

E se tiver dúvidas é só mandar um Oi que a gente responde!


 

Covid-19: cronograma da vacina será mantido com bons resultados em estudos clínicos

“O estado atual do desenvolvimento da vacina de Oxford” foi o tema de uma audiência pública realizada, nesta quarta-feira (30/9), pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar o Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 no Brasil. Participaram da audiência a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; o vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Mario Moreira; e o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Krieger. Os representantes da Fiocruz reafirmaram o cronograma do desenvolvimento da vacina contra Covid-19, com o início da produção em dezembro de 2020, se confirmados os bons resultados dos estudos clínicos de fase 3 que estão sendo conduzidos no Brasil e em outros países, como Reino Unido, Estados Unidos, África do Sul e Índia. Asseguraram também o rigor científico e ético com que todo o trabalho tem sido realizado, tanto a pesquisa clínica como os preparativos para o início da fabricação no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). 
Nísia lembrou os critérios usados na escolha do projeto da vacina de Oxford, como o estágio avançado com resultados promissores e a transferência de tecnologia para uma maior oferta à população. “Oferta que só será possível graças aos investimentos que, ao longo dos anos, têm sido feitos em Bio-Manguinhos para o fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde no Brasil”, disse. A presidente comentou também a importância, em um contexto de emergência sanitária, de antecipar as etapas de produção, sem jamais abrir mão da segurança, eficácia e qualidade do produto, bem como do processo regulatório. 
Sobre o evento adverso observado em um voluntário do estudo clínico no Reino Unido, que causou a interrupção da pesquisa durante uma semana, em setembro, Nísia afirmou que ele não prejudicará o cronograma, pois diferentes etapas do trabalho têm sido realizadas de forma simultânea. Segundo a presidente, uma paralisação como essa é normal na pesquisa clínica e demonstra que o estudo é “robusto”, pois é capaz de identificar a ocorrência, investigá-la e, comprovada a segurança da vacina, dar continuidade aos testes. “O evento infelizmente aconteceu, mas ele foi importante para demonstrar que, apesar da urgência em obter a vacina, a segurança é fundamental e está garantida. Seguindo a ética e os protocolos de pesquisa, um comitê independente avaliou o fato e deu parecer favorável à continuidade do estudo, o que aumenta ainda mais a confiança no trabalho”, explicou. 
Mais de 57 mil voluntários participam da fase 3 da pesquisa clínica em todo o mundo. No Brasil, o estudo começou com 5 mil voluntários, mas esse número já foi ampliado para 10 mil (todos com idade acima de 18 anos). “Uma interrupção como essa que ocorreu é absolutamente normal no desenvolvimento de qualquer produto farmacêutico. Quando se amplia o grupo de teste, aumenta a possibilidade de encontrar, por exemplo, um indivíduo com alguma condição pré-existente”, acrescentou o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Santos. Para a Anvisa autorizar um estudo clínico no Brasil, ele deve ter ações de qualidade para respaldar o voluntário que se expõe àquela pesquisa, como resultados rastreáveis. Nenhum evento adverso foi observado nos voluntários brasileiros. 
De acordo com o gerente-geral da Anvisa, a pandemia trouxe um novo cenário para a regulação no Brasil. “Tivemos que repensar nossos fluxos, para sermos mais rápidos sem abrir mão da segurança e da qualidade”, pontuou. Ele caracterizou o momento atual como uma “aceleração sem precedentes na história”, tanto no desenvolvimento cientifico como no processo regulatório. “Isso tem sido possível porque estamos trabalhando com vacinas já estudadas para outras doenças, o que permite aproveitar dados já existentes para acelerar fases e otimizar tempo”, lembrou Gustavo. 
A aceleração do processo regulatório tem sido possível porque as instituições envolvidas no desenvolvimento e produção das vacinas estão sendo estimuladas a compartilhar dados com a Anvisa à medida que eles são gerados, de forma continuada, e não somente ao final do processo, de modo que as análises possam ser iniciadas pela Anvisa imediatamente, reduzindo o prazo de resposta a um pedido de registro. “Conseguimos, assim, antecipar uma parte das análises, mas a urgência do cenário de pandemia não nos isenta do nosso papel de regulação”, assegurou Gustavo, comentando, ainda, a possibilidade de aproveitar o trabalho já feito por outras agências reguladores e focar, de modo especial, nas especificidades da população brasileiras, como aspectos étnicos e socioeconômicos. Sobre a eficácia de vacinas, tradicionalmente, considera-se um mínimo de 70%, mas, de acordo com o gerente-geral da Anvisa, esse percentual pode vir a ser flexibilizado pelas agências reguladoras diante do cenário de ausência de alternativas terapêuticas contra a Covid-19. “A transparência das informações é fundamental, até mesmo para fazer frente aos movimentos anti-vacina”, ressaltou. 
De acordo com o cronograma, com a confirmação dos resultados do estudo clínico, em novembro, a produção da vacina em Bio-Manguinhos tem início em dezembro deste ano. Primeiramente, a Fiocruz receberá o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da empresa Astrazeneca e Bio-Manguinhos fará a finalização e o envase. Depois, a partir de abril de 2021, a produção do IFA passa a ser feita também pela própria Fiocruz. “No ano que vem, portanto, está prevista a completa nacionalização da vacina para o nosso SUS, patrimônio da sociedade brasileira”, enfatizou Nísia sobre o projeto da vacina de Oxford. Sobre outros projetos de vacina em andamento, a presidente da Fiocruz se mostrou bastante contrária a termos como ‘corrida’ ou ‘competição’. “Precisamos de mais de uma vacina para atender à demanda global nessa situação de crise sanitária, econômica, social e humanitária. Estamos na torcida para bons resultados de outros projetos também, de modo que possamos disponibilizar vacinas com acesso equânime para a população mundial”, sublinhou.
A partir do IFA da AstraZeneca, a previsão é que Bio-Manguinhos produza 30 milhões de doses da vacina contra Covid-19 já em dezembro deste ano, e mais 70 milhões ao longo do primeiro semestre de 2021, a um custo de três dólares por dose. “Um valor abaixo do praticado no mercado, pois produtos farmacêuticos não podem ser fonte de lucro em momento de pandemia”, lembrou Nísia. Após a nacionalização, “estima-se chegar a um total de 265 milhões de doses até o final de 2021 e, em 2022, a expectativa é produzir mais de 300 milhões”, afirmou o vice-presidente Marco Krieger. Segundo ele, os dados disponíveis até o momento indicam que a vacinação com duas doses funcionaria melhor, tendo reduzido drasticamente a ocorrência de formas graves da Covid-19 nos estudos pré-clínicos, em animais. Entretanto, mesmo com apenas uma dose, voluntários têm apresentado uma boa resposta imunológica. “É possível que o regime de vacinação definitivo seja com duas doses, mas que comecemos com apenas uma dose para que mais pessoas sejam atendidas no enfrentamento dessa emergência sanitária”, ponderou.
Sobre o acesso da população à vacina, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, informou que já estão em estudo, discussão e planejamento as formas de distribuição e os grupos prioritários para a aplicação da vacina, de acordo com os dados epidemiológicos disponíveis. “Estamos atentos a cada movimento para que, com a confirmação de que deu tudo certo no estudo clínico e na produção, possamos vacinar a população brasileira em 2021”, disse. O Ministério está também antecipando outras medidas necessárias, como aquisição de seringas, infraestrutura da rede de frios e postos de vacinação, bem como treinamento das equipes. “Temos tranquilidade para afirmar que, quando uma vacina contra Covid-19 chegar à população por meio do SUS, seja ela qual for, ela será segura e eficaz, como todas as vacinas hoje já disponíveis no SUS ”, concluiu o vice-presidente da Fiocruz Mario Moreira.

Por: Fernanda Marques (Fiocruz Brasília)

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Gerenciador de referências ZOTERO

Leonardo Simonini fará uma introdução do Zotero, um software livre para gestão e compartilhamento de referências, que visa facilitar a elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos, como teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e artigos científicos.

Leonardo Simonini é Analista de Sistemas da Seção de Informação do ICICT/Fiocruz, Mestre em Biblioteconomia pela UNIRIO. Tem experiência na área de Ciência da Informação e Saúde. Docente no curso de Acesso à Informação Científica e Tecnológica em Saúde do ICICT/Fiocruz. Docente em cursos de Pós-Graduação sobre o Gerenciador de Referências Bibliográficas ZOTERO, para pesquisadores e discentes.

Data: 30/09/2020
Hora: 15h






quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Como COVID-19 pode danificar o cérebro: algumas pessoas que ficam doentes com o coronavírus desenvolvem sintomas neurológicos. Os cientistas estão lutando para entender o porquê.

Algumas evidências de que o SARS-CoV-2 pode infectar o cérebro vêm de "organoides" - aglomerados de neurônios criados em um prato. Crédito: Erik Jepsen / UC San Diego

A mulher tinha visto leões e macacos em sua casa. Ela estava ficando desorientada e agressiva com os outros, e estava convencida de que seu marido era um impostor. Ela estava na casa dos 50 anos - décadas mais velha do que a idade em que a psicose normalmente se desenvolve - e não tinha histórico psiquiátrico. O que ela tinha, no entanto, era COVID-19. O dela foi um dos primeiros casos conhecidos de alguém que desenvolveu psicose após contrair a doença.
Nos primeiros meses da pandemia COVID-19, os médicos lutaram para manter os pacientes respirando e se concentraram principalmente no tratamento de danos aos pulmões e ao sistema circulatório. Mas mesmo assim, as evidências de efeitos neurológicos estavam se acumulando. Algumas pessoas hospitalizadas com COVID-19 estavam em delírio: estavam confusas, desorientadas e agitadas. Em abril, um grupo no Japão publicou o primeiro relato de alguém com COVID-19 que apresentava inchaço e inflamação nos tecidos cerebrais. Outro relato descreveu um paciente com deterioração da mielina, uma camada gordurosa que protege os neurônios e é irreversivelmente danificada em doenças neurodegenerativas, como a esclerose múltipla.
“Os sintomas neurológicos estão se tornando cada vez mais assustadores”, diz Alysson Muotri, neurocientista da Universidade da Califórnia, San Diego, em La Jolla.
A lista agora inclui acidente vascular cerebral, hemorragia cerebral e perda de memória. Não é inédito que doenças graves causem tais efeitos, mas a escala da pandemia COVID-19 significa que milhares ou mesmo dezenas de milhares de pessoas já podem ter esses sintomas, e algumas podem enfrentar problemas para toda a vida como resultado.
Ainda assim, os pesquisadores estão lutando para responder a perguntas-chave - incluindo as básicas, como quantas pessoas têm essas condições e quem está em risco. Mais importante ainda, eles querem saber por que esses sintomas específicos estão aparecendo.
Embora os vírus possam invadir e infectar o cérebro, não está claro se o SARS-CoV-2 o faz em uma extensão significativa. Os sintomas neurológicos podem ser resultado de uma superestimulação do sistema imunológico. É crucial descobrir, porque esses dois cenários requerem tratamentos totalmente diferentes. “É por isso que os mecanismos da doença são tão importantes”, disse Benedict Michael, neurologista da Universidade de Liverpool, no Reino Unido.
À medida que a pandemia aumentava, Michael e seus colegas estavam entre os muitos cientistas que começaram a compilar relatos de casos de complicações neurológicas ligadas ao COVID-19.
Em um artigo de 5 de junho , ele e sua equipe analisaram detalhes clínicos de 125 pessoas no Reino Unido com COVID-19 que apresentavam efeitos neurológicos ou psiquiátricos. Destes, 62% sofreram danos ao suprimento de sangue do cérebro, como derrames e hemorragias, e 31% tiveram estados mentais alterados, como confusão ou inconsciência prolongada - às vezes acompanhada de encefalite, o inchaço do tecido cerebral. Dez pessoas com estados mentais alterados desenvolveram psicose.
Nem todas as pessoas com sintomas neurológicos ficaram gravemente doentes em unidades de terapia intensiva. “Vimos esse grupo de pessoas mais jovens sem fatores de risco convencionais que estão tendo derrames e pacientes com alterações agudas no estado mental que não são explicadas de outra forma”, diz Michael.


Os sintomas neurológicos que acompanham COVID-19 incluem delírio, psicose e acidente vascular cerebral. Crédito: Stephane Mahe / Reuters

Um estudo semelhante publicado em julho compilou relatos de casos detalhados de 43 pessoas com complicações neurológicas do COVID-19. Alguns padrões estão se tornando claros, diz Michael Zandi, neurologista da University College London e principal autor do estudo. Os efeitos neurológicos mais comuns são acidente vascular cerebral e encefalite. Este último pode evoluir para uma forma grave chamada encefalomielite disseminada aguda, na qual o cérebro e a medula espinhal ficam inflamados e os neurônios perdem seus revestimentos de mielina - levando a sintomas semelhantes aos da esclerose múltipla. Alguns dos pacientes mais afetados apresentavam apenas sintomas respiratórios leves. “Esse era o cérebro sendo atingido como a principal doença”, diz Zandi.
As complicações menos comuns incluem danos nos nervos periféricos, típicos da síndrome de Guillain-Barré, e o que Zandi chama de “uma confusão de coisas”, como ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Sintomas semelhantes foram observados em surtos de síndrome respiratória aguda grave (SARS) e síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), também causados ​​por coronavírus. Mas menos pessoas foram infectadas nesses surtos, portanto, menos dados estão disponíveis.
Os médicos não sabem quão comuns são esses efeitos neurológicos. Outro estudo 6 publicado em julho estimou sua prevalência usando dados de outros coronavírus. Os sintomas que afetam o sistema nervoso central ocorreram em pelo menos 0,04% das pessoas com SARS e 0,2% das pessoas com MERS. Dado que existem agora 28,2 milhões de casos confirmados de COVID-19 em todo o mundo, isso pode significar que entre 10.000 e 50.000 pessoas experimentaram complicações neurológicas.
Mas um grande problema na quantificação de casos é que os estudos clínicos geralmente se concentram em pessoas com COVID-19 que foram hospitalizadas, geralmente aquelas que necessitaram de cuidados intensivos. A prevalência de sintomas neurológicos neste grupo pode ser “mais de 50%”, afirma a neurobiologista Fernanda De Felice, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Mas há muito menos informações sobre quem teve doença leve ou nenhum sintoma respiratório.
Essa escassez de dados significa que é difícil descobrir por que algumas pessoas apresentam sintomas neurológicos e outras não. Também não está claro se os efeitos permanecerão: COVID-19 pode ter outros impactos na saúde que duram meses. 
A questão mais urgente para muitos neurocientistas, entretanto, é por que o cérebro é afetado. Embora o padrão dos distúrbios seja bastante consistente, os mecanismos subjacentes ainda não são claros, diz De Felice.
Encontrar uma resposta ajudará os médicos a escolher os tratamentos certos. “Se for uma infecção viral direta do sistema nervoso central, esses são os pacientes que devemos ter como alvo para o remdesivir ou outro antiviral”, diz Michael. “Considerando que se o vírus não está no sistema nervoso central, talvez o vírus esteja eliminado do corpo, então precisamos tratar com terapias antiinflamatórias.”
Errar seria prejudicial. “É inútil dar os antivirais a alguém se o vírus se foi, e é arriscado dar anti-inflamatórios a alguém que tem um vírus no cérebro”, diz Michael.
Há evidências claras de que o SARS-CoV-2 pode infectar neurônios. A equipe de Muotri é especializada na construção de aglomerados miniaturizados de tecido cerebral, feitos persuadindo células-tronco pluripotentes humanas a se diferenciarem em neurônios.
Em uma pré-impressão de 7 de maio , a equipe mostrou que o SARS-CoV-2 pode infectar neurônios nesses organoides, matando alguns e reduzindo a formação de sinapses entre eles. Trabalho por imunologista Akiko Iwasaki e seus colegas da Yale University School of Medicine, em New Haven, Connecticut, parece confirmar isso usando Organóides humanos, cérebro do rato e alguns exames post mortem, de acordo com um pré-impressão publicada em 8 de Setembro. Mas ainda há dúvidas sobre como o vírus pode chegar ao cérebro das pessoas.
Como a perda do olfato é um sintoma comum, os neurologistas se perguntaram se o nervo olfatório poderia fornecer uma via de entrada. “Todos estavam preocupados que isso fosse uma possibilidade”, diz Michael. Mas as evidências apontam contra isso.
Uma equipe liderada por Mary Fowkes, patologista da Icahn School of Medicine no Mount Sinai na cidade de Nova York, postou uma pré-impressão no final de 9 de maio descrevendo post mortems em 67 pessoas que morreram de COVID-19. “Vimos o vírus no próprio cérebro”, diz Fowkes: microscópios eletrônicos revelaram sua presença. Mas os níveis de vírus eram baixos e não eram detectáveis ​​de forma consistente. Além disso, se o vírus estava invadindo o nervo olfatório, a região cerebral associada deveria ser a primeira a ser afetada. “Simplesmente não estamos vendo o vírus envolvido no bulbo olfatório”, diz Fowkes. Em vez disso, diz ela, as infecções no cérebro são pequenas e tendem a se agrupar em torno dos vasos sanguíneos.
Michael concorda que o vírus é difícil de encontrar no cérebro, em comparação com outros órgãos. Os testes usando a reação em cadeia da polimerase (PCR) muitas vezes não detectam lá, apesar de sua alta sensibilidade, e vários estudos não conseguiram encontrar qualquer partícula de vírus no líquido cefalorraquidiano que envolve o cérebro e a medula espinhal. Uma razão pode ser que o receptor ACE2, uma proteína nas células humanas que o vírus usa para entrar, não se expressa muito nas células cerebrais.
“Parece ser extremamente raro você pegar uma infecção viral do sistema nervoso central”, diz Michael. Isso significa que muitos dos problemas que os médicos estão observando são provavelmente resultado do sistema imunológico do corpo lutando contra o vírus.
Ainda assim, isso pode não ser verdade em todos os casos, o que significa que os pesquisadores precisarão identificar biomarcadores que possam distinguir com segurança entre uma infecção viral do cérebro e a atividade imunológica. Isso, por enquanto, significa mais pesquisas clínicas, autópsias e estudos fisiológicos.
De Felice diz que ela e seus colegas estão planejando acompanhar os pacientes que se recuperaram após a terapia intensiva e criar um biobanco de amostras, incluindo líquido cefalorraquidiano. Zandi diz que estudos semelhantes estão começando na University College London. Os pesquisadores sem dúvida estarão classificando essas amostras durante anos. Embora as questões que eles abordam tenham surgido durante quase todos os surtos de doenças, o COVID-19 apresenta novos desafios e oportunidades, diz Michael. “O que não tivemos desde 1918 é uma pandemia nesta escala.”

Michael Marshal

Nature 585 , 342-343 (2020)

doi: 10.1038 / d41586-020-02599-5



quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Como decidir quem deve receber primeiro a vacina contra a COVID-19?

Se — e quando — conseguirmos obter uma vacina efetiva contra o novo coronavírus, qual pode ser a forma mais justa de distribuí-la? Em um relatório publicado na revista Science, 19 especialistas de saúde pública publicaram um guia ético chamado Modelo de Prioridade Justa. Ele é guiado por três princípios: beneficiar as pessoas e limitar os prejuízos, priorizar países que já estão em desvantagem devido à pobreza ou à baixa expectativa de vida, e evitar a discriminação. 
O relatório critica planos anteriores para a distribuição da vacina, incluindo dois que foram propostos pela Organização Mundial da Saúde. Um deles sugeria distribuir as vacinas para cada país de acordo com o tamanho de sua população. O outro priorizaria funcionários de saúde e adultos com mais de 65 anos ou que possuem problemas anteriores de saúde. Algumas propostas de distribuição nacionais, tais como o rascunho de um plano publicado na terça-feira da semana passada pela Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA, também priorizava a distribuição para trabalhadores de saúde e para adultos com outras doenças. Outros planos, incluindo um publicado em maio na Hastings Center Report, argumenta que para decidir quem deveria receber prioritariamente a vacina, os EUA deveriam levar em consideração critérios raciais e socioeconômicos. 
Mas os programas nacionais de vacinação podem ser prejudicados se alguma nação decidir estocar mais vacinas do que o necessário. O plano descrito na revista Science visa impedir tais impulsos egoístas por parte das nações. Os autores reconhecem a tendência dos países a colocarem seus interesses próprios acima dos demais, mas argumentam que, em uma emergência global, as responsabilidades internacionais devem ser mais importantes. O plano trata tanto dos impactos imediatos da pandemia — a doença e as mortes — quanto das repercussões de longo prazo, na educação e na economia. 
O Modelo de Prioridade Justa inclui três fases. A primeira é projetada para reduzir as mortes prematuras. Para guiar a distribuição durante essa fase, os autores propõem a utilização de um método de saúde métrica chamada Anos Potenciais de Vida Perdida (em inglês, SEYLL), que calcula os anos de vida perdidos em cada país devido à pandemia, ao comparar as mortes prematuras com a expectativa de vida global. A segunda fase propõe outra métrica para quantificar e minimizar as consequências sociais e econômicas da COVID-19. E a terceira prioriza os países com as maiores taxas de transmissão do vírus, mas também assegura a todos os países que no fim recebam vacinas em quantidade suficiente para acabar com a transmissão em suas comunidades. 
Ezekiel J. Emanuel, vice-reitor para as iniciativas globais e titular da disciplina de ética médica e de políticas de saúde da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia liderou o desenvolvimento do Modelo de Prioridade Justa. A Scientific American conversou com o Emanuel sobre o modelo e como poderia ser implementado. 
[Segue uma transcrição editada da entrevista]
Por que é importante ter um proposta ética para a distribuição das vacinas que supere o nacionalismo? 
Espera-se que exista um viés nacional, e existem bons motivos para um certo viés nacional. Mas, de um ponto de vista ético, não existe um bom motivo para um viés nacional absoluto, em que um país atende todos os seus cidadãos antes de distribuir a vacina internacionalmente. Existe um bom motivo para não haver um nacionalismo absoluto com relação à vacina. Muitos governos estão defendendo uma distribuição justa e equilibrada das vacinas. Os próprios produtores de vacina estão argumentando em prol da distribuição global, e também temos organizações internacionais, como a COVAX [uma colaboração co-liderada por Gavi, a Aliança da Vacina, a Coalização para Inovação no Preparo de Epidemias e a OMS], que disseram querer uma distribuição justa e igualitária. [Nota do editor: A administração de Donald Trump disse que não irá participar do esforço da COVAX, porque não quer trabalhar com a OMS. Essa decisão poderia limitar o acesso dos Estados Unidos a vacina contra a COVID-19 se ela for desenvolvida em qualquer outro país]. O problema é: quase não existe uma definição do que “justo e igualitário” significa, especificamente em termos de distribuição. Como somos cientistas políticos, especialistas em ética e em saúde pública, acreditamos ser os mais qualificados para entender tal definição. 
Os produtores de vacina levarão em conta uma distribuição justa?
Eles vão enfrentar um desafio sobre como distribuir a vacina. Vão vender a quem oferecer mais? Existem alguns produtores que parecem inclinados a isso. Ele vão destinar parte da produção a grupos internacionais como a COVAX? Nós acreditamos que pelo menos alguns produtores reconhecem a importâncias de distribuir a vacina ao redor do mundo de maneira acessível. Novamente, diversas empresas farmacêuticas se declararam a favor dessa estratégia. Elas não parecem ter sempre o interesse do mundo em primeiro lugar, mas eu acredito que, nesse caso, muitas das principais empresas acreditam que é importante enfrentar essa pandemia globalmente, não apenas nos países onde elas estão localizadas. 
Por que, na sua opinião, a proposta da OMS é falha?
Uma proposta consiste em dar a vacina para todos os países com base num percentual de sua população — primeiro para 3% de cada população do país, depois para 20%. Isso parece preencher o princípio básico da ética de preocupação moral equivalente, ao tratar as pessoas de maneira igual sem discriminação com base em raça, sexo ou religião. O problema é que é óbvio que diferentes áreas do mundo estão apresentando taxas diferentes. Geralmente, quando se fornece assistência internacional, ela se destina a quem está sofrendo mais. 
Além dessa, existe a ideia de que a distribuição deveria ser baseada nas pessoas que estão em maior risco, e esse grupo é geralmente definido como a linha de frente dos profissionais de saúde e as pessoas com mais de 65 anos. Primeiro, está claro que os profissionais de saúde não estão todos no mesmo patamar de alto risco, principalmente nos países desenvolvidos, onde o uso apropriado de equipamentos pessoas de proteção diminui o risco significativamente. Mas, mais importante, a abordagem favorece os países mais ricos e desenvolvidos, porque esses países possuem mais profissionais de saúde per capita, e também possuem mais idosos. 
Como você escolheu essas três bases éticas para desenvolver o Modelo de Prioridade Justa? 
Bom, nós não os escolhemos. Esses são valores éticos fundamentais que vêm desde Sócrates. Podem ser observados em quase todos os países do mundo. Eles são os chamados princípios comuns. Todos acreditam que se deve limitar os prejuízos e beneficiar as pessoas, e que isso é uma obrigação moral. Está bem estabelecido que se deve ajudar os desfavorecidos. E nós todos temos a noção de que todas as pessoas querem ser tratadas de forma igual; não devemos discriminar pessoas. Estamos procurando por princípios que sejam amplamente aceitos, independentemente de visões éticas particulares. 
Como a métrica SEYLL se encaixa nesses valores?
Quando se dispõe de um conjunto de valores éticos, quais as conclusões sobre distribuição que podem ser baseadas neles? Nós argumentamos que esses valores sugerem três fases da distribuição de vacina, a partir de fatores tais como o quão grave está a situação, se ela é reversível, ou se é possível compensar as pessoas de outras maneiras, caso não se distribua a vacina para elas. Nessa análise, a morte é devastador: não se pode compensar alguém após sua morte. É claramente irreversível. 
Nossa principal prioridade na fase 1 deve ser minimizar o número de mortes, tanto diretamente , por COVID-19, quanto indiretamente, devido à sobrecarga do sistema de saúde. Na fase 2, nós também queremos minimizar as rupturas sociais e econômicas, que podem ser graves e devastadoras; podem durar por muito tempo e ser irreversíveis. Mas elas podem ser compensadas de outras maneiras, então devem ser abordadas. 
Nós nos perguntamos quais métricas melhor representam essas fases, e foi assim que chegamos a SEYLL, porque ela leva em consideração quantos anos você viverá, em comparação à média mundial, e é uma medida uniforme entre os países. 
Quais novas lições de outras crises globais podem ser informadas por esse plano?
Eu acredito que esse plano possui aplicações amplas para outras pandemias, no sentido de que claramente define quais são os principais valores éticos, como se deve pensar sobre os prejuízos provenientes de uma crise de saúde pública, e quais objetivos se deve tentar atingir. Devemos focar os fatos de uma pandemia, não é uma ética sem dados empíricos. A teoria e a prática trabalham lado a lado, e a epidemiologia irá determinar os focos, e onde fazer a distribuição prioritariamente. 
Esses valores éticos são amplos, e precisamos incluí-los quando pensamos sobre problemas comuns como mudanças climáticas. Uma das coisas importantes que esse plano compartilha com as alterações climática é que ele mira o futuro. Precisamos trabalhar para diminuir os problemas que virão, não tentar achar um culpado e dar a ele a responsabilidade de achar uma solução. Essa é uma orientação muito importante: vamos olhar para o futuro e resolver o problema avançando. 
Jim Daley
Publicado em 04/09/2020

O SarsCov-2. Foto de microscopia do NIAID


segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Agenda de treinamentos Dot.lib para o mês de setembro

 A Dot.Lib realizará durante todo o mês de setembro diversos treinamentos online que abrangem diversas áreas do conhecimento, inclusive a área da saúde.

Confira a lista completa e mais informações sobre cada um dos treinamentos que serão oferecidos no link: https://pages.dotlib.com/2020_setembro



segunda-feira, 24 de agosto de 2020

UFF abre inscrições para Acolhimento Estudantil Online

A Universidade Federal Fluminense se prepara para receber seus calouros, desta vez, em um evento online, realizado pelo Projeto Trote Cultural, da Pró-Reitoria de Graduação e pelo Programa de Acolhimento Estudantil, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis.

Inscrições até o dia 28 de agosto. Mais informações no link.

Fonte: UFF

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

COVID-19: O que falta para termos a vacina?


No dia 27/08/2020, das 9h às 10h30, a American Chemical Society (ACS) promove o webinar: “COVID-19: o que falta para termos a vacina?”. O evento contará com as ilustres participações dos representantes de duas das principais instituições à frente da pesquisa sobre a COVID-19 no Brasil: Prof. Dr. Dimas Tadeu Covas - Diretor do Instituto Butantan e Professor Titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, e Dr. Maurício Zuma Medeiros - Diretor de Bio-Manguinhos/FIOCRUZ - Instituto de Tecnologia em Imunibiológicos.

O evento discutirá os últimos detalhes e novidades acerca da vacina no Brasil, bem como as principais perspectivas quanto à produção, logística e vacinação da população brasileira. As moderadoras do seminário serão: Profa. Dra. Mônica Cotta (Associate Editor - ACS Applied Nano Materials) e Profa. Dra. Thereza A. Soares (Associate Editor - Journal of Chemical Information and Modeling).

Link para inscrições: https://american-chemical-society.zoom.com/webinar/register/WN_sg2x8uupSM-o7Xcmt_CyaA

Dúvidas e informações, por favor entre em contato através dos e-mails: rbracchi@acs-i.org e mgrassi@acs-i.org 

Fonte: ACS mail marketing

quinta-feira, 30 de julho de 2020

InforMed estará disponível para teste por 60 dias

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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Coronavírus: o que significa o alerta da OMS sobre transmissão aérea da covid-19?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu na última terça-feira (7/7) que existe a possibilidade de o coronavírus ser transmitido não apenas por gotículas expelidas por tosse e espirros, mas por partículas microscópicas liberadas por meio da respiração e da fala que ficam em suspensão no ar.
Benedetta Allegranzi, da Unidade Global de Prevenção de Infecções da OMS, afirmou em uma coletiva de imprensa realizada em Genebra, na Suíça, que há estudos que apresentam evidências disso, mas que elas ainda "não são definitivas".
Segundo Allegranzi, a possibilidade de transmissão aérea do Sars-CoV-2 "é vista especialmente em condições muito específicas, como lugares com muitas pessoas e pouca ventilação".
Em uma carta aberta publicada no dia anterior, um grupo de 239 cientistas de 32 países havia pedido que a chamada "transmissão por aerossol" fosse reconhecida por autoridades em saúde.
"A maioria das organizações de saúde pública, incluindo Organização Mundial da Saúde, não reconhecem a transmissão pelo ar, exceto para procedimentos geradores de aerossóis realizados em estabelecimentos de saúde", disseram os pesquisadores.
Segundo eles, estudos vêm demonstrando "além de qualquer dúvida razoável" que o coronavírus está presente não apenas nas gotículas, mas também nestas micropartículas e que isso representa um risco potencial de uma pessoa ser infectada ao aspirá-las.
Isso pode ocorrer, dizem os cientistas, mesmo quando são seguidas as regras de higiene, como lavar frequentemente as mãos, ou de distanciamento social, ao se manter o afastamento mínimo de 1 ou 2 metros de outra pessoa.
Os cientistas reconhecem que as evidências deste tipo de transmissão são "incompletas", mas ressaltam que também são incompletas as evidências sobre outras formas de transmissão, como por meio de gotículas ou ao entrar em contato com objetos e superfícies contaminados.
O infectologista Estevão Portela, vice-diretor de serviços clínicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, diz à BBC News Brasil que essas evidências ainda não permitem afirmar com 100% de certeza que a transmissão por aerossol ocorre, mas ele diz que isso indica, neste momento, que o melhor é tomar as medidas necessárias para prevenir esse tipo de contágio.
"Ainda há uma margem de dúvida, mas, neste momento, essa dúvida deve ser usada em favor da prevenção", afirma Portela. Portela aponta que há relatos de pequenos surtos em que "dificilmente há outra possibilidade de contágio que não seja o aerossol".
Ele cita, por exemplo, o caso de um jantar em 24 de janeiro em um restaurante na cidade portuária de Guangzhou, na China, quando dez pessoas se infectaram a partir de um único indivíduo que já tinha o vírus. Essas pessoas estavam distribuídas em três mesas, e estudos realizados por autoridades chinesas concluíram que os diferentes grupos não tiveram contato entre si ou com superfícies contaminadas. O paciente já contaminado teria liberado o vírus em micropartículas no ar por meio da respiração e da fala. Essas micropartículas teriam se espalhado pelo ambiente por causa do sistema de ar-condicionado do local, de acordo com as pesquisas.
O médico Abraar Karan, pesquisador em saúde pública da Escola de Medicina da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, explicou à BBC que situações como essa podem ser consideradas "eventos superpropagadores" do coronavírus, assim como outras reuniões em locais fechados e com ventilação inadequada.
Em casos assim, o número de contágios é desproporcionalmente maior em comparação com os padrões de transmissão geral na população.
Estima-se que, em condições normais, uma pessoa com o coronavírus possa infectar outras três, em média. Mas, em ambientes fechados, lotados e nos quais as pessoas não estejam usando equipamentos de proteção individual, como máscaras, "uma pessoa pode infectar 10, 15 ou 20 pessoas", disse Karan.
De acordo com o médico, os primeiros resultados de pesquisas sobre o tema indicam que a disseminação do coronavírus é causada principalmente por esses eventos superpropagadores. "Diferentes modelos analisaram o assunto e até agora sugerem que 20% das pessoas representam 80% da propagação."
Um estudo publicado em maio estima que uma pessoa infectada com o Sars-CoV-2 pode liberar em um minuto de fala mil micropartículas no ar. Seus autores concluem que "existe uma probabilidade substancial de que a fala normal cause transmissão de vírus em ambientes fechados".
Outra pesquisa, que ainda não foi revisada por outros cientistas (um estágio que atesta a confiabilidade dos seus resultados), aponta que pessoas infectadas exalam de 1 mil a 100 mil cópias por minuto do genoma do coronavírus. Como os voluntários do estudo estavam simplesmente respirando, é provável que o vírus seja transportado por aerossóis e não por gotículas.
A título de comparação, um estudo aponta que uma tossida pode gerar cerca de 3 mil gotículas com um vírus, assim como uma fala de 5 minutos, e um espirro pode liberar até 40 mil gotículas.
Mas as gotículas são pesadas e caem no chão geralmente depois de percorrem cerca de dois metros. Já as micropartículas são menores e mais leves. Por isso, podem ficar suspensas no ambiente e percorrer distâncias maiores ao serem levadas pelas correntes de ar.
Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, explica que, em ambientes sem uma boa ventilação, as micropartículas com o coronavírus podem ficar suspensas no ar por até 2h30 antes de se degradarem ou se depositarem em alguma superfície.
Mas o virologista ressalta que não basta o vírus estar presente no ar para que haja o risco de alguém ser contaminado. Isso também depende da quantidade de vírus que existe ali. E, quanto mais amplo for o ambiente, menor seria a chance, porque essas partículas podem se dispersar pelo local.
"É preciso ter uma quantidade suficiente de partículas concentradas para haver uma infecção. Ao mesmo tempo, é necessário que várias partículas virais atuem sobre uma mesma célula para conseguir infectá-la. E tem que haver a infecção de várias células diferentes para que o contágio do organismo de fato ocorra, porque, se apenas algumas células forem infectadas, a resposta imunológica do corpo pode ser suficiente para combater isso", diz Spilki.
Benjamin Cowling, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong, foi um dos cientistas que assinou a carta publicada na última segunda-feira. O epidemiologista afirma que, se esse tipo de transmissão de fato acontece, é preciso haver uma exposição prolongada às micropartículas.
"Então, entrar em uma loja pode não ser muito arriscado. Talvez seja necessário pensar em como proteger os funcionários dessa loja. Não vimos muitas transmissões em lojas, mas vimos em bares, restaurantes, onde as pessoas ficam por mais tempo e onde há mais pessoas reunidas. Se a ventilação não for boa, o risco é maior, e é nisso que precisamos prestar atenção", disse Cowling à BBC.
Ele diz que o risco de contágio não é significativo em espaços abertos e faz uma comparação para explicar por quê: "Ao ar livre, você não sabe se alguém está fumando ao seu redor. É só quando você está em um lugar mal ventilado que isso incomoda. A mesma lógica pode ser aplicada aqui".
A OMS afirmou que publicará nas próximas semanas um relatório com todas as informações à disposição sobre este assunto e que, por enquanto, não emitirá novas recomendações para evitar o contágio. De acordo com a organização, as medidas anunciadas anteriormente estão mantidas. Isso significa evitar reuniões em locais fechados, a participação em eventos com muitas pessoas e manter os ambientes bem ventilados.
"Nos lugares onde houve pequenos surtos, não se infectaram as pessoas que ficaram por pouco tempo em um restaurante ou que só tiveram contato com quem tinha o vírus ao pegar o mesmo elevador. Então, o ideal é não passar muito tempo, meia hora ou mais, em um local fechado", diz Estevão Portela. O infectologista avalia que uma das repercussões no cotidiano diz respeito ao uso do transporte público, onde muitas vezes as pessoas permanecem em ambientes com pouca circulação de ar por longos períodos.
"Uma coisa que terá que ser avaliada, diante dessa possibilidade, é que as empresas tenham horários flexíveis, para que os funcionários não usem o transporte público no horário de pico, deem prioridade ao retorno ao escritório para quem mora perto ou não usa esse meio de transporte ou mantenham o home office."
A OMS também reforçou a importância de manter o distanciamento social, que impede que as gotículas caiam sobre outra pessoa, assim como o uso de máscaras serve como uma barreira física para elas que sequer sejam lançadas no ar.
Fernando Spilki explica, no entanto, que as máscaras de pano e cirúrgicas provavelmente não impedem que as micropartículas sejam aspiradas, porque o vírus é muito menor do que os poros dos tecidos usados nelas.
Além disso, esse tipo de máscara não veda completamente a boca e o nariz. Então, as micropartículas ainda poderiam passar pelas frestas entre o tecido e a pele. "Teoricamente, essas máscaras não conseguem reter o aerossol, mas a gente considera que muitos vírus podem ficar presos nelas. Além disso, elas conseguem reter as gotículas", diz o virologista.
Portela ressalta ainda que as máscaras têm um papel importante para evitar que uma pessoa que está infectada e ainda não sabe (porque ainda não tem sintomas) passe o vírus para outras pessoas. "Mesmo antes de ter sintomas, a pessoa já pode estar espalhando o vírus. Mais do que uma proteção individual, a máscara é importante para proteger os outros."
Existe um tipo de máscara que é capaz de prevenir a transmissão aérea do vírus. Conhecida como N95, ela é feita com um material com uma porosidade menor, que retém a maioria das partículas, além de vedar o nariz e a boca. Mas Portela e Spilki explicam que elas não devem ser usadas pela população em geral e, sim, por profissionais de saúde que circulam em ambientes onde as micropartículas estão presentes em grande quantidade.
"As pessoas não devem sair correndo para comprar uma N95 porque o que existe disponível no mercado deve ser reservado a essas pessoas que trabalham em locais onde o risco de contágio é maior, como hospitais e lares de idosos", diz Spilki.
Portela explica que, com esse modelo de máscara, a respiração fica mais desconfortável do que com os tipos comuns. "A pessoa pode acabar mexendo na máscara e colocando a mão no rosto o tempo todo e, com isso, as gotículas que estavam na máscara podem passar para a mão. A pessoa depois coça o olho e se contamina." Esta não é a primeira vez que a OMS muda de posição ou sinaliza que pode fazer isso em respeito ao que se sabe sobre o coronavírus.
No início da pandemia, a organização não recomendava o uso amplo de máscaras e as indicava só para quem estivesse doente ou para quem cuida destas pessoas. No entanto, a OMS passou depois a indicar seu uso por todos e se justificou dizendo que novas informações apontavam que elas poderiam ser uma barreira importante para as gotículas expelidas pela tosse e por espirros. 
A organização também se viu em meio uma polêmica quando uma de suas especialistas disse que a transmissão da doença por pessoas assintomáticas é "muito rara". Isso gerou espanto entre especialistas, por contrariar a noção prevalente até então de que os assintomáticos tinham um papel relevante na propagação do coronavírus.
Com a controvérsia instaurada, a OMS veio a público para esclarecer que, ao afirmar que esse de transmissão é rara, quis dizer que ainda não se sabe qual a proporção exata dos contágios que se dá desta forma. Há evidências que sugerem que pessoas sintomáticas são mais infecciosas, mas a doença pode ser transmitida antes de os sintomas começarem a desenvolver.
Estevão Portela diz que, desta vez, a OMS tem demonstrado certa resistência em reconhecer a transmissão área do coronavírus e que a organização reagiu em resposta ao debate crescente em torno dessa possibilidade, o que gerou uma pressão sobre ela.
"A OMS sempre foi um pouco conservadora e, como neste caso não há uma prova inequívoca, preferiu se resguardar. Acredito que ela também tem sido refratária por causa da preocupação que isso pode causar e o custo envolvido para prevenir esse tipo de transmissão, sem que isso tenha necessariamente um impacto significativo na propagação do vírus", afirma o infectologista.
Fernando Spilki diz que o principal papel da OMS é gerenciar uma crise como uma pandemia e que a organização precisa levar em conta a capacidade financeira e logística dos seus países-membros em implementar determinadas medidas.
"O mesmo ocorreu com as máscaras. No início da pandemia, vendo a dificuldade dos países em conseguir máscaras para todo mundo, a recomendação da OMS buscava reservar esses equipamentos para proteger quem pode estar mais exposto", diz o virologista.
Benjamin Cowling destaca que, se a transmissão por aerossol for uma realidade, isso significa que os profissionais de saúde devem usar os melhores equipamentos de proteção disponível, inclusive máscaras N95.
"Um dos motivos pelos quais a OMS disse que não estava disposta a falar sobre a transmissão aérea é que não há máscaras N95 suficientes em muitas partes do mundo e não seria possível recomendar seu uso mais amplo. Em termos comunitários, teríamos que pensar também em como evitar os eventos superpropagadores", diz o epidemiologista.
"Mas, cientificamente, se existe esse risco, temos que falar sobre isso e pensar formas de evitar que isso aconteça."

GETTY IMAGES

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Acesso às Normas Técnicas da ABNT para a comunidade acadêmica da UFF

Agora as normas técnicas da ABNT estão disponíveis através do catálogo online do Sistema de Bibliotecas da UFF, Pergamum-UFF

Através do catálogo é possível acessar normas técnicas em áreas variadas, inclusive as normas técnicas para elaboração de trabalhos acadêmicos, artigos científicos, relatórios, entre outras.

"As normas foram disponibilizadas com recursos da Universidade Federal Fluminense (UFF) e estão disponíveis para a comunidade acadêmica devido a uma parceria entre as Superintendências de Patrimônio (SAEP/UFF) e de Documentação (SDC/UFF)". (CBI/SDC)

Disponibilizamos aqui um vídeo tutorial de como acessar as normas, mas se ainda tiver dúvidas ou precisar de alguma ajuda, não exite em nos contactar através de nossa página no facebook ou do e-mail bib.sdc@id.uff.br


segunda-feira, 1 de junho de 2020

Acesso remoto ao Portal de Periódicos da Capes

Você sabe como acessar o Portal de Periódicos da Capes remotamente, via CAFe? 

O que é o “Acesso CAFe”?

O Acesso CAFe (Comunidade Acadêmica Federada) é uma opção que permite o acesso remoto ao conteúdo assinado do Portal de Periódicos disponível para sua instituição. 

Por que devo utilizar?

Apesar de ser possível acessar o portal remotamente sem fazer qualquer login (acesso público), através do Acesso CAFe o número de documentos disponibilizados é muito maior; por isso é importante utilizá-lo na hora de fazer uma busca, para não correr o risco de perder aquele artigo essencial para sua pesquisa que não está disponível para todos, mas apenas para algumas instituições conveniadas.

Tenho vínculo com a UFF; como posso ter acesso ao conteúdo assinado?

Após selecionar a UFF no campo instituição, o login fornecido deverá ser igual ao Iduff; ou seja, seu CPF e sua senha do sistema.

Agora que você já sabe da importância do Acesso CAFe no Portal de Periódicos da Capes, confira o tutorial explicando passo a passo como fazer o acesso pela UFF.

Qualquer dúvida, entre em contato conosco. Estamos aqui para te ajudar!





segunda-feira, 25 de maio de 2020

EDITORA ACADÊMICA KARGER LIBERA DOIS CURSOS ON-LINE GRATUITOS

A Editora Karger lebera o acesso aos cursos "How to write an Effective Research paper" (Como escrever um trabalho de pesquisa eficaz) e "How to submit a journal article and get it published" (Como enviar um artigo de revista e publicá-lo).

Importante: os cursos emitem CERTIFICADO!

Observação importante: o material do curso (parte escrita + vídeos) estão disponibilizados em inglês.

Antes de realizar o cadastro, recomenda-se assistir o vídeo tutorial que ensina a fazer  inscrição corretamente: https://youtu.be/-TrXANcIsQc


Código: kargerlearn100

Posso acessar até quando? Até final de junho de 2020.


terça-feira, 19 de maio de 2020

Covid-19: Teste de vacina em humanos traz resultados promissores: oito pessoas testadas com a vacina da Moderna Therapeutics não relataram efeitos adversos significativos, e ainda apresentaram níveis de anticorpos semelhantes ao de pessoas já infectadas pelo vírus


Nesta segunda-feira (18), a empresa americana de biotecnologia Moderna Therapeutics anunciou que seus testes de vacina em humanos se mostraram seguros e capazes de estimular resposta imune contra o vírus Sars-CoV-2.
Os testes começaram em março e contaram com 45 voluntários saudáveis, que deveriam receber, cada um, duas doses da vacina. Para os resultados publicados, a Moderna considerou apenas os primeiros oito participantes a receberem a imunização. Eles desenvolveram anticorpos que, estudados em laboratório, foram capazes de barrar a replicação do vírus causador da doença. Além disso, os anticorpos eram semelhantes aos encontrados em pacientes recuperados do novo coronavírus.
Os voluntários foram divididos em três grupos, que receberiam doses baixas (25 µg), médias (100 µg) ou altas (250 µg) da vacina. Os resultados apresentados são referentes aos testes de doses baixas e médias. Desses, apenas um voluntário teve efeitos adversos, que foram vermelhidão e dor no braço vacinado – sintomas comuns após a aplicação de vacinas. Naqueles testados com a dose mais alta, três apresentaram febre, dores musculares e dores de cabeça, mas Tal Zaks, diretor médico da Moderna, afirmou ao The New York Times que os sintomas passaram após um dia. De toda forma, as doses altas não estarão em testes futuros, já que as baixas e médias se mostraram mais seguras e suficientes para gerar a resposta imune no corpo.

(skaman306/Getty Images)

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Fale com a biblioteca

Não perca essa grande oportunidade de ser ouvido!!!
Participe!!!

Onde responder? Em https://bit.ly/360uBF9
Até quando? Até o dia 26/05/2020.
Para quem? Para toda a comunidade acadêmica, em especial usuários dos serviços online e redes sociais das bibliotecas da UFF.


quarta-feira, 13 de maio de 2020

Pressa na busca de teste rápido para COVID-19 esbarra na imprecisão: novos testes são esperança para diminuir restrições de contato, mas críticos dizem que suas taxas de erros ainda são um problema.


Um novo teste para detectar o coronavírus que seja barato, acessível a milhões e que possa ser usado em farmácias, postos de trabalho ou mesmo em casa, pode ser um elemento vital para permitir o retorno às atividades profissionais e aos bancos escolares. Na semana passa passa, Deborah Birx, a coordenadora de resposta ao coronavírus da Casa Branca, chamou os testes rápidos de antígenos de “inovação revolucionária” necessária para que se possam realizar centenas de milhares de testagens por dia. O comentário evocava suas declarações anteriores de que testes para detectar antígenos poderiam ser utilizados para examinar grandes faixas da população.
A técnica geralmente envolve uma tecnologia — chamada de testes de fluxo lateral — semelhante àquela empregada em testes caseiros de gravidez. No teste, um anticorpo pode se ligar a uma proteína de coroa (os antígenos) que cobrem a superfície do vírus como espinhos em um baiacu. Os testes são baratos para se produzir e simples de se utilizar, e entregam os resultados em minutos. 
O objeto também é desenvolver um teste que seja tão preciso quanto o padrão atual, que use reações em cadeia de polimerases (PCR) para processar o material genético do vírus e amplificá-lo para detecção. Mas obstáculos técnicos maiores ainda permanecem. “O que se busca, em termos de inovação, é que o teste [de antígeno] é mais sensível ou menos provável a registrar falsos negativos e mais fácil de se usar do que um teste de PCR. E isso não é fácil de fazer”, diz Bettina Fries, chefe da divisão de doenças infecciosas em Stony Brook Medicine. “Normalmente, testes de PCR são mais sensíveis.” 
A necessidade urgente de conduzir testes em larguíssima escala significa que qualquer tecnologia factível está sendo considerada. A OraSure Technologies, uma companhia de aparelhos médicos em Belém, Palestina, recebeu um contrato federal de 710,310 U$ no mês passado para desenvolver um teste caseiro que pode potencialmente detectar o coronavírus na saliva em menos de 20 minutos. Stephen Tang, o CEO da empresa, diz que tais testes de antígenos são necessários para avaliar milhões de pessoas por dia. “Não se pode depender da capacidade de trabalho dos laboratórios e da disponibilidade de profissionais médicos e de laboratório”, como exigem os testes de PCR, para conduzir testes generalizados, ele diz. 
Devido ao fato de que os testes de PCR criam milhares de cópias do RNA selecionado, ele consegue detectar o vírus em concentrações muito menores, chamado de limite de detecção, do que costumam conseguir os testes de antígenos. O limite de detecção do PCR “está na ordem de poucas centenas de partículas do vírus em um milímetro de transporte líquido”, diz Geoffrey Baird, titular do laboratório de medicina da Escola de Medicina da Universidade de Washington. 
Já a sensitividade de testes rápidos de antígenos teve altos e baixos. Por exemplo, uma análise feita em 2016 de 116 destes testes para detectar a bactéria que causa garganta inflamada descobriu que eles tinham uma sensibilidade em média de 86%, o que resultava em 14% de falsos negativos para pessoas com infecção. Os testes de antígenos usados para diagnosticar infecções virais como a gripe são ainda menos sensíveis, muitas vezes apontando um resultado negativo mesmo quando o vírus está na verdade presente. Sua habilidade de evitar falsos positivos corretamente é geralmente muito maior. Eles podem ultrapassar os 95%, o que significa que menos de 5% das pessoas sem infecção iriam testar positivo. 
Birx disse que os testes de antígenos poderiam ser usados como ferramentas primárias de testagem, que seriam posteriormente confirmadas por testes de PCR. Otto Yang, um pesquisador em doenças infecciosas na Universidade da Califórnia, Los Angeles, não está certo que tal objetivo possa ser atingido. “Geralmente, quando se usa este método, se busca obter mais sensibilidade e menos especificidade no teste”, ele diz. “Só faz sentido se alguém estiver tentando poupar dinheiro ou reagentes, e não é possível fazer um PCR. O único benefício potencial seria economizar recursos, mas a perda de sensitividade é um grande problema”. Essa abordagem faria sentido, acrescenta Yang, somente se o primeiro teste fosse pelo menos tão sensível quanto o PCR e também fosse mais barato.
Mas essa visão não encerra o debate sobre a validade de fazer uma testagem para antígenos. Lee Gehrke, um microbiólogo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e cofundador da E35Bio, outra companhia que desenvolve um teste de antígeno para coronavírus, recusa as comparações entre estes testes e o PCR. “O uso do teste precisa ser adequado ao contexto onde será usado”, ele diz. “Em contextos de volta ao trabalho e de volta às aulas, testes repetidos e regulares serão necessários. Se o teste for repetido, eu acredito que o teste rápido [de antígenos] irá identificar [o vírus]”.
Gehrke reconhece que, nos primeiros dias de infecção, indivíduos infectados podem possuir proteínas virais presentes em níveis abaixo do limite de detecção do teste. Ele diz que esses níveis vão aumentar conforme a infecção progredir, entretanto. “É possível que bem no fim da curva em formato de sino exista um período em que o PCR possa detectar [o vírus] mas os testes rápidos de antígenos não”, Gehrke diz. Mas se o objetivo de testar é fazer com que as pessoas voltem a trabalhar, ele acrescenta, um teste com sensibilidade “menos do que perfeita” será aceitável se também for barato. 
Yang não acredita que os testes de antígenos possam funcionar como ferramenta de diagnóstico, mesmo que os resultados que eles forneçam possam servir como um sinal de alerta muito necessário. “Se o objetivo for detectar alguém que esteja com o vírus e que possa ser mais contagioso [alguém com um grande volume do patógeno], então talvez faça sentido”, ele diz. Mas se o objetivo de um teste periódico de antígenos for detectar pessoas no início da infecção, “vai haver menos vírus, então a sensibilidade vai ser um grande problema.” 
Porém, a grande necessidade de um teste assim continuará a promover impulso para essa linha de pesquisa. “Testes rápidos vão se equivocar com pessoas que estão doentes, mas eles ainda são muito valiosos, porque leva apenas alguns minutos para testar alguém”, diz Gigi Gronvall, uma imunologista no Centro Johns Hopkins para Segurança de Saúde. “Em termos de cuidados médicos, existe certo valor em ter um teste como esse.” 
Por fim, esses debates podem ser colocados para descanso em alguns anos. “Conseguir testes generalizados é claramente algo de que precisamos para conter a epidemia. Mas tudo isso é um degrau”, diz Karla Satchell, uma microbióloga na Escola de Medicina da Universidade do Noroeste de Feinberg. “O que nós realmente precisamos é de uma vacina.” 
Jim Daley
08/05/2020

O SarsCov-2. Foto de microscopia do NIAID
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