sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dia Nacional de Doação de Órgãos: único doador pode salvar até dez pessoas

Mesmo com baixo potencial de doadores, o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados por ano, sendo mais de 90% pelo sistema público de Saúde



Nesta sexta-feira (27) comemora-se o Dia Nacional de Órgãos e Tecidos.

De cada oito potenciais doadores de órgãos, apenas um é notificado. Ainda assim o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados por ano, sendo mais de 90% pelo sistema público de Saúde. O resultado positivo é devido, principalmente, a três fatores:

1. O programa nacional de transplantes tem organização exemplar. Cada Estado tem uma Central de Notificação, Captação e distribuição de Órgãos que coordena a captação e a alocação dos dos órgãos, baseada na fila única, estadual ou regional.

2. Para realizar transplante é necessário credenciamento de equipe no Ministério da Saúde. A maioria destas equipes é liderada por médico com especialização no exterior, obtido graças ao investimento público na formação de profissionais em terapia de alta complexidade.

3. Hoje mais de 80% dos transplantes são realizados com sucesso, reintegrando o paciente à sociedade produtiva.

O potencial doador cadáver

Considera-se como potencial doador todo paciente em morte encefálica. No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica é definido pela Resolução CFM n° 1480/97, devendo ser registrado, em prontuário, um Termo de Declaração de Morte Encefálica que descreva todos os elementos do exame neurológico que demonstrem ausência dos reflexos do tronco cerebral, bem como o relatório de um exame complementar que assegure esse diagnóstico.
Morte encefálica.

Morte encefálica e coma não são sinônimos. No estado de coma o encéfalo está vivo, executando suas funções de manutenção da vida. Na morte encefálica, apenas o coração pode continuar batendo, em razão de seu marcapasso próprio, e por pouco tempo, o suficiente para o aproveitamento de órgãos saudáveis para transplante. O diagnóstico definitivo da morte encefálica é corroborado por exames que demonstrem a ausência de fluxo sangüíneo intracraniano.

Quem pode ser doador de órgãos após a morte?

Para ser doador após a morte não é necessário portar nenhuma documentação, mas é fundamental comunicar à própria família o desejo da doação posto que, após o diagnóstico de morte encefálica, a doação só se concretiza após a autorização dos familiares, por escrito, o que, na dependência do órgão a ser transplantado, exige, por vezes, rapidez. Coração, pulmões, fígado e pâncreas só podem ser transplantados se removidos após a morte encefálica e antes da parada cardíaca; a retirada de córneas e ossos pode ser feita até 6 horas após a parada cardíaca; e, no caso dos rins, o limite é de um máximo de 30 minutos após a parada cardíaca.

Quem pode ser doador vivo?

Em princípio, o doador vivo é uma pessoa, em boas condições de saúde, capaz juridicamente, ou seja, maior de 21 anos e que concorde com a doação, não existindo um limite superior de idade. Por lei, pais, irmãos, filhos, avós, tios, primos de primeiro grau e cônjuges podem ser doadores, desde que haja compatibilidade entre o sistema ABO do receptor e dos possíveis doadores. Os doadores não parentes só podem doar em condições especiais, após liberação judicial, conforme dita a lei n° 10211.

Como posso ser doador?

Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.

Que tipos de doador existem?

Doador vivo - Qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial.

Doador cadáver - São pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia.

Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver?

Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.

Para quem vão os órgãos?

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.

Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?

Não existe dúvida quanto ao diagnóstico. O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar.

Após a doação o corpo fica deformado?

Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.

Fonte: O Tempo

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

III CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE PATOLOGIA EXPERIMENTAL (XIII Simpósio Internacional sobre técnicas experimentais)

A Universidade Federal de São João del-Rei e a Universidade de Coimbra anunciam o III CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE PATOLOGIA EXPERIMENTAL (XIII Simpósio Internacional sobre técnicas experimentais), que este ano será realizado em Minas Gerais, entre os dias 23 e 25 de outubro de 2013.

O principal objetivo desta reunião conjunta é fortalecer a cooperação internacional no domínio da Patologia Experimental. A reunião conjunta está sendo organizada pela Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), representada pela Pós Graduação em Ciências da Saúde, com a parceria do Programa de Pós Graduação em Patologia da Universidade Federal de Minas Gerais e com o apoio da Associação Portuguesa de Patologia Experimental e Curso de Mestrado em Patologia Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

A reunião mista reunirá clínicos, patologistas, pesquisadores, estudantes e representantes da indústria, dando a oportunidade para uma privilegiada interação e debates.

Mais informações, inscrições e programação do evento em:

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Professor da UFF desenvolve pesquisa que pode auxiliar no tratamento do diabetes tipo 2

O professor da Faculdade de Nutrição da UFF Gilson Boaventura está desenvolvendo pesquisa que pode ser utilizada no tratamento do diabetes tipo 2. O projeto pretende utilizar a farinha de inhame para diminuir alguns transtornos metabólicos causados pelo diabetes, melhorando as estruturas do pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina.

No Laboratório de Nutrição Experimental da UFF já foram realizados testes com animais, com bons resultados. "Após analisar o pâncreas desses animais, pudemos concluir que os que receberam farinha de inhame apresentavam as células pancreáticas mais organizadas e estruturadas, o que pode significar uma maior atividade desse órgão e, consequentemente, uma produção de insulina mais eficaz", explica Boaventura.

A pesquisa foi iniciada em maio de 2010, quando foram analisadas as composições químicas de quatro espécies diferentes de inhame comercializadas em Niterói. "Os resultados foram positivos, e o inhame é um alimento largamente utilizado, no entanto ainda estamos no início da investigação de todas as atuações deste alimento. Um longo caminho ainda deve ser percorrido até estabelecer a viabilidade do uso comercial dessa farinha", diz o professor.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

23º Programa Bolsas de Verão


O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) irá realizar o 23º Programa Bolsas de Verão, em janeiro e fevereiro de 2014. O Programa é destinado somente a estudantes em nível de graduação universitária, matriculados em cursos de instituições de ensino localizadas em países da América Latina e Caribe. No ato de inscrição, dentre outras exigências, o candidato deverá estar matriculado, no mínimo, no quarto semestre letivo do curso que faz.

O objetivo do Programa Bolsas de Verão do CNPEM é estimular a formação de bons estudantes para a área de pesquisa científica e tecnológica. Cada estudante selecionado irá desenvolver um projeto sob orientação de pesquisadores do quadro do CNPEM, em Campinas, São Paulo.

Podem se inscrever somente estudantes de cursos de graduação universitária das áreas de Ciências Exatas, Biológicas e Engenharias

Mais informações no link: http://www.cnpem.br/bolsasdeverao/

Fonte: CNPEM

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Comer biscoito com leite antes de dormir pode causar doenças infantis

Pesquisa mostra que combinação de açúcar e lactose pode causar coriza, tosse, garganta irritada, constipação e até fadiga

A tradicional dupla biscoitos e leite, lanche servido às crianças antes de dormir, pode trazer mais malefícios do que benefícios a elas. O alerta vem de um estudo feito pelo Hospital Infantil Nemours, na Flórida, nos Estados Unidos, que identificou conexão entre hábitos das famílias e sintomas crônicos não associados a outras doenças.

Foto: Getty Images
Segundo a pesquisa, divulgada pelo jornal Daily Mail, a combinação de açúcar e lactose pode causar coriza, tosse, garganta irritada, constipação e até fadiga. O problema foi batizado de "doença do leite e do cookie".

Médicos disseram que medicamentos normalmente usados para tratar os sintomas apresentados não se mostravam eficientes e foi então que os hábitos alimentares chamaram a atenção. A combinação provavelmente causa um tipo de refluxo no estômago, esôfago e garganta, sendo confundido com os sintomas de um resfriado.

Estima-se que 75% das crianças nos Estados Unidos sofram do problema, que é aliviado apenas com a não ingestão de bolachas e leite antes de dormir. Os médicos do hospital dizem que as crianças não devem comer ou beber nas duas horas que antecedem o momento de ir para a cama. Apenas água é liberada.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Guia do Estudante avalia cursos da UFF com cinco estrelas e Biomedicina está entre eles

Por Luiza Peluso

Com base na pesquisa realizada pelo Guia do Estudante 2013, publicação da Editora Abril, direcionada aos estudantes interessados em ingressar no ensino superior, dos 63 cursos avaliados da UFF, 58 foram classificados com número de estrelas variando de 3 (curso considerado bom), 4 (muito bom) ou 5 (excelente): os cursos de 5 estrelas são: Biomedicina, Ciência da Computação, Engenharia de Telecomunicações, Geografia, Matemática, Química e Serviço Social e 24 cursos classificados com 4 estrelas.

avaliação foi feita a partir de um amplo questionário respondido pelos coordenadores, considerando somente os cursos com titulação de bacharelado ou bacharelado e licenciatura; os que funcionam na modalidade presencial; os que têm uma ou mais turmas em andamento, e os cursos que serão oferecidos no próximo processo seletivo de ingresso na universidade.

--> Veja o quadro.

Fonte:  UFF Notícias

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

16º Encontro Nacional de Biomedicina



O Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, promove, entre 17 e 19 de outubro, a 16ª edição do Encontro Nacional de Biomedicina.

Realizado anualmente, o congresso é organizado por alunos e professores do Instituto de Biociências da Unesp e tem como objetivo expor os avanços das pesquisas envolvendo as áreas de biomedicina e da saúde em geral, além de promover a troca de experiências entre os participantes.

Na programação, estão previstos um curso pré-congresso, minicursos, palestras, simpósios, cursos de atualização e a sessão “converse com o professor”.

As inscrições vão até 20 de setembro.

Inscrições e programação completa podem ser acessadas em http://www.enbm.com.br

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Na trilha do Mayaro

Estudo elucida maneira como vírus endêmico da floresta amazônica entra nas células. Trabalho é primeiro passo para entender o ciclo biológico desse agente infeccioso que se espalha para centros urbanos, como Manaus.
Por Fred Furtado


Representação de um ‘Alphavirus’, gênero ao qual pertence o
Mayaro, vírus endêmico da floresta amazônica e cuja infecção
provoca sintomas semelhantes aos da dengue. (imagem: CDC)

Embora não tenha muitos casos registrados no mundo, a febre de Mayaro, doença que causa sintomas similares aos da dengue, já atinge centros urbanos no Brasil. Mas pouco se sabe sobre o ciclo biológico de seu agente infeccioso, o vírus Mayaro, endêmico da floresta amazônica. Esse quadro começa a mudar com um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os pesquisadores identificaram o mecanismo de entrada do vírus em células de macaco-verde africano (Chlorocebus sabaeus) – os macacos são os prováveis reservatórios do Mayaro. Apresentado na 28ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe) na semana passada em Caxambu (Minas Gerais), o trabalho é o primeiro passo para elucidar a via de infecção do microrganismo e pensar em uma estratégia antiviral.

O Mayaro é um alfavírus cuja infecção provoca febre, dor de cabeça e fotofobia, além de erupções na pele, por 3 a 5 dias, mas gera dores nas articulações dos indivíduos por meses após o vírus ter sido debelado. “Apesar não haver mortalidades relacionadas a essa doença, os indivíduos são afetados por um longo período”, revelou o biomédico Carlos A. M. Carvalho, doutorando do Laboratório de Biologia Estrutural de Vírus da UFRJ, que realiza a pesquisa.

Desde que o vírus Mayaro foi descoberto, em 1954 em Trinidad e Tobago, foram registrados mil casos da doença. Mas acredita-se que esse número esteja subestimado, devido à semelhança dos sintomas com os da dengue. Segundo Carvalho, o vírus é transmitido por mosquitos do gênero Haemagogus e sua infecção em humanos seria acidental, resultado de incursões de trabalhadores, turistas etc. na floresta. Contudo, estudo de 2011 reportou que 33 casos de febre de Mayaro ocorreram entre 2007 e 2008 em Manaus e que esse número poderia representar apenas a ponta do iceberg.

“Há a suspeita de que esse vírus também seria transmitido pelo Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, o que ampliaria o alcance da doença”, observou o biomédico. Carvalho contou que algo similar ocorreu com outro alfavírus, o Chikungunya. Normalmente transmitido pelo Aedes aegypti, ele teria sofrido uma mutação que permitiu sua transmissão pelo Aedes albopictus. “Houve uma epidemia recente de Chikungunya na Itália que está sendo atribuída ao albopictus”, reforçou.

Rastreando a fluorescência

O primeiro passo para entender o ciclo biológico do vírus é saber como ele entra nas células. Carvalho explicou que há duas maneiras para isso acontecer: fusão ou endocitose. Na primeira, o vírus funde seu envelope, um pedaço de membrana celular que ele ‘rouba’ quando deixa uma célula, com a membrana da nova célula a ser infectada. A fusão libera no citoplasma da célula a estrutura proteica (chamada capsídeo) que guarda o RNA do vírus.

Na endocitose, o vírus é englobado pela célula e fica contido em uma vesícula. Seu envelope então se funde com a membrana desse compartimento e libera o capsídeo no citoplasma. “Para saber qual desses dois métodos é usado pelo Mayaro, marcamos o envelope do vírus com uma molécula fluorescente, a DiD”, disse Carvalho.

O biomédico explicou que, quando duas ou mais unidades de DiD estão próximas, elas cancelam suas respectivas fluorescências. À medida que se afastam uma da outra, elas recuperam a habilidade de emitir luz. “Usando microscopia de fluorescência confocal, podemos acompanhar em tempo real o processo e distinguir se há fusão ou endocitose, porque quando o envelope se funde com a membrana ou a vesícula, ele dilui a DiD e esta se torna fluorescente”, completou.


Vírus Mayaro marcado com molécula fluorescente (em vermelho) 
invadindo por endocitose uma célula de macaco. 
(foto: Carlos A. M. Carvalho)

Os experimentos revelaram que o Mayaro não só segue o caminho da endocitose, como também o faz de maneira rápida, levando apenas três minutos entre a entrada na célula e a liberação do capsídeo no citoplasma. “Ele é mais veloz que os vírus da dengue e da gripe”, ressaltou Carvalho, para quem a endocitose é mais vantajosa para o Mayaro, já que impede que as proteínas que o vírus insere no envelope sejam identificadas pelo sistema imune, o que aconteceria se houvesse fusão com a membrana celular.

As próximas etapas da pesquisa envolvem marcar o capsídeo e o RNA do Mayaro para rastrear o resto do processo de infecção. “Já estamos trabalhando na primeira, mas marcar o ácido nucleico é bem mais complicado e ainda não temos uma previsão de sua realização”, concluiu Carvalho.

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