quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Câncer da pele

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém, seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.
Carcinoma basocelular (CBC): o mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. Em alguns casos, além da exposição ao sol, há outros fatores que desencadeiam seu surgimento. Certas manifestações do CBC podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. Somente um médico especializado pode diagnosticar e prescrever a opção de tratamento mais indicada. O tipo mais encontrado é o CBC nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.
Carcinoma espinocelular (CEC): segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas. Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto.
Melanoma: tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo, pode ser suspeita para um médico.
Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol, com fototipos I e II, têm mais risco de desenvolver a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente. O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar. Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos (metástase) e diminui as possibilidades de cura. Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental. Embora apresente pior prognóstico, avanços na medicina e o recente entendimento das mutações genéticas, que levam ao desenvolvimento dos melanomas, possibilitaram que pessoas com melanoma avançado hoje tenham aumento na sobrevida e na qualidade de vida.
A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.
Atualmente, testes genéticos são capazes de determinar quais mutações levam ao desenvolvimento do melanoma avançado (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4) e, assim, possibilitam a escolha do melhor tratamento para cada paciente. Apesar de ser raramente curável, já é possível viver com qualidade, controlando o melanoma metastático por longo prazo.
O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:
Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Além de todos esses sinais e sintomas, melanomas metastáticos podem apresentar outros, que variam de acordo com a área para onde o câncer avançou. Isso pode incluir nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abominais e de cabeça, por exemplo.
A seguir, a metodologia indicada por dermatologistas para reconhecer as manifestações dos três tipos de câncer da pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, basta seguir a Regra do ABCDE. Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista. Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.
Todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade, que podem provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes. Felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma. A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples. Conheça os mais comuns:
-Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos removidos são examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas todas as células cancerosas. A técnica possui altos índices de cura, e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes.
-Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Não recomendáveis para tumores mais invasivos.
-Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos. Também não é recomendável para tumores mais invasivos.
-Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas.
-Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor com uma cureta. Em seguida, esse material é analisado ao microscópio. Tal procedimento é repetido sucessivamente, até não restarem vestígios de células tumorais. A técnica preserva boa parte dos tecidos sadios, e é indicada para casos de tumores mal-delimitados ou em áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração.
-Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios.
Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos para os carcinomas. Somente um médico especializado em câncer da pele pode avaliar e prescrever o tipo mais adequado de terapia.
Melanoma
O tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. As modalidades mais utilizadas são a cirurgia excisional e a Cirurgia Micrográfica de Mohs (citadas acima). Na maioria dos casos, o melanoma metastático não tem cura, por isso é importante detectar e tratar a doença o quanto antes. Embora não tenha cura, o tratamento do melanoma avançado evoluiu muito nas últimas décadas; hoje já é possível viver por mais tempo e com mais qualidade, controlando a doença em longo prazo. Para isso, é importante que os pacientes passem por testes genéticos capazes de determinar quais mutações apresentam (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4), possibilitando, assim, a escolha dos tratamentos que podem trazer melhores resultados em cada caso. Mais de 90% dos pacientes com a alteração genética BRAF, por exemplo, podem se beneficiar do tratamento com terapia-alvo oral, capaz de retardar a progressão do melanoma e melhorar a qualidade a vida. Outros tratamentos podem ser recomendados, isoladamente ou em combinação, para o tratamento dos melanomas avançados, incluindo quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.




terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Pesquisa indica que casca da jabuticaba previne diabetes e melhora funções hepáticas

Pesquisa do Instituto de Biologia da Unicamp (IBUnicamp), realizada em camundongos idosos, comprovou o poder do extrato da casca da jabuticaba na redução de gordura e inflação no fígado, além da prevenção do pré-diabetes.
As doses do extrato do fruto aumentaram os índices do colesterol bom- o HDL-, diminuíram a hiperglicemia, além de trabalhar como um aliado do metabolismo de lipídeos –moléculas de gordura..
Descontrolados, fatores como o colesterol bom e hiperglicemia estão presentes no pré-diabetes.
A pesquisa, que foi publicada no Journal of Functional Foods, durou quatro anos e foi coordenada pela professora do IBUnicamp Valéria Helena Alves Cagnon Quitete, para defesa de tese de doutorado da pesquisadora Celina de Almeida Lamas.
“Este resultado [pesquisa] é o primeiro de outros que estamos enviando”, disse a professora Valéria Quitete. Ela confirmou também que os resultados estão ligados a camundongos envelhecidos porque são mais vulneráveis ao pré-diabetes e outras alterações hormonais.
De acordo com os pesquisadores, ainda não há prazo para que o extrato da casca da jabuticaba seja usado em seres humanos, mas uma empresa nacional está o licenciando para usá-lo comercialmente.
O uso do extrato da casca da jabuticaba foi feito pelo Instituto de Biologia em parceria com o Instituto de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, que estuda frutas vermelhas.
Para se chegar ao resultado, os pesquisadores dividiram os camundongos em vários grupos. Um deles tinha animais jovens com três meses de idade. Eles receberam a dieta padrão. Outro grupo tinha camundongos com 11 meses de idade, mas com dieta rica em gordura.
Dois outros grupos, que tinham animais envelhecidos, receberam doses de 2,9 ou 5,8 gramas de extrato de jabuticaba por quilo de peso. Também receberam uma dieta padrão por dois meses, segundo a professora Valária Quitete.
Dois outros grupos de animais envelhecidos receberam uma dose de 2,9 ou 5,8 gramas de extrato por quilo e uma dieta rica em gordura por 60 dias.
Os resultados apontaram que os camundongos envelhecidos não tiveram ganho de peso, reduziram o processo inflamatório e os parâmetros do pré-diabetes.
Este estudo associado a uma segunda pesquisa do grupo comprovou também a melhora significativa na estrutura da próstata e nos processos inflamatórios.

Pé de jabuticaba no Sul de Minas — Foto: Carlos Cazelato/Reprodução EPTV

Fonte: G1.Globo. Campinas: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/12/09/casca-da-jabuticaba-atua-na-prevencao-do-pre-diabetes-e-melhora-funcoes-hepaticas-diz-unicamp.ghtml

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Novembro Azul

O mês de Novembro é o mês oficial do combate mundial ao câncer de próstata. O câncer de próstata, tipo mais comum entre os homens, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas, e se assemelha a uma castanha. Ela localiza-se abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.
Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
Os fatores de risco são histórico familiar de câncer de próstata: pai, irmão e tio; raça: homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer; obesidade.
A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.
A indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença e expectativa de vida. Em casos de tumores de baixa agressividade há a opção da vigilância ativa, na qual periodicamente se faz um monitoramento da evolução da doença intervindo se houver progressão da mesma.



quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Estamos preparados para lidar com as alterações genéticas?

Alterações genéticas podem se tornar uma das ferramentas mais poderosas no tratamento de doenças, mas será que podem mudar o que significa ser humano?

Um dos momentos mais memoráveis no grande sucesso de bilheteria de 1993, Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros, dirigido por Steven Spielberg, é a tensa conversa entre os cientistas em uma mesa de jantar sobre a ética de usar engenharia genética no parque. O principal argumento é usado pelo personagem de Jeff Goldblum, o teórico do caos Ian Malcolm:
“O poder genético é a força mais incrível que o planeta já viu, mas vocês o utilizam como uma criança que encontrou o revólver do pai... os cientistas estavam tão preocupados com o que poderiam ou não fazer, mas não pararam para pensar se deveriam.”
Isso foi em 1993. A ciência genética mudou muito deste então. Em 1996, a ovelha Dolly se tornou o primeiro animal totalmente clonado. E, em 2003, o genoma humano foi finalmente sequenciado integralmente.
Em novembro de 2017, tivemos o mais recente marco nesta relação cada vez mais íntima e complexa com nossos genes. Brian Madeux, um californiano de 44 anos, recebeu uma injeção com cópias de um gene corretivo na tentativa de curá-lo da síndrome de Hunter. A injeção visava alterar diretamente o código genético de Madeux, removendo partes defeituosas de seu genoma.
Em caso de êxito, esse tratamento representará um passo importante nas aplicações médicas da tecnologia de alteração genética. Mas será que estamos abrindo uma caixa de Pandora? Agora que podemos, será que não precisamos parar e perguntar se realmente devemos?

Estamos alterando nossos genes, ou os genes das próximas gerações?

Antes de mais nada, é importante diferenciar dois tipos de modificação genética: somática e germinativa.
Cada organismo multicelular tem dois tipos de células: somáticas e germinativas. As células somáticas são as que compõem a maior parte do nosso corpo: pele, cabelo, sangue e órgãos. As células germinativas, por outro lado, são células reprodutivas, ou seja, podem se unir a outras células durante a fertilização e criar um embrião.
As alterações somáticas, como a que foi feita para curar Madeux, modificam somente os genes de uma parte específica do corpo humano, como uma cirurgia precisa, e representam um campo promissor da biotecnologia.
Por exemplo, Casebia, uma joint venture entre a Bayer e a CRISPR Therapeutics, pretende aplicar as técnicas da alteração de células somáticas para enfrentar alguns dos problemas de saúde mais desafiadores do mundo, como algumas doenças que ainda estão longe de serem solucionadas com tratamentos médicos tradicionais.
Entre essas doenças estão a cegueira, que é provocada em grande parte por fatores genéticos. A cegueira tem várias causas, como degenerações maculares (comprometimento da mácula, uma área pequena e crucial no meio da retina) e retinites pigmentosas (comprometimento e perda de células da retina). Elas são o resultado de centenas de mutações genéticas que estamos apenas começando a entender.
No entanto, a alteração somática permite aos engenheiros genéticos identificar com precisão esses genes e tomar medidas para corrigi-los. Ainda que estejamos dando somente os primeiros passos, essa técnica tem o potencial de livrar a humanidade de doenças que têm nos afetado durante toda a existência da nossa espécie.
No entanto, as alterações germinativas são um fenômeno mais complicado e muito mais controverso.

O problema com a linha germinativa

A alteração da linha germinativa significa adulterar genes responsáveis por transportar as informações genéticas replicadas em todas as células que são reproduzidas após a modificação genética. Em outras palavras, essas alterações podem ser passadas para os futuros descendentes dos pacientes. Ou seja, filhos e netos. E, possivelmente, para toda a humanidade.
Por isso, não surpreende que o possível impacto da alteração germinativa nas gerações futuras, e não somente no paciente atual, apresente problemas éticos significativamente maiores. Esses problemas podem ser divididos em três áreas principais:

1) Consentimento: Como as futuras gerações não têm como opinar sobre a forma como alteramos os genes que herdarão, podemos afirmar que é ético fazer esse tipo de modificação definitiva no que significa ser humano, sem o consentimento daquele que sofrerá diretamente as consequências? Especialmente porque esses genes não serão apenas herdados por nossos filhos, mas pelos filhos de nossos filhos e pelos filhos deles, infinitamente.
Isso tudo significa que uma decisão tomada hoje pode afetar as vidas de pessoas que ainda nem nasceram, e de maneiras que ainda não temos como precisar.

2) Complexidade: Mesmo com os grandes avanços para compreender a genética humana, a modificação genética ainda é uma ciência imprecisa. Os genomas são sistemas complexos. Todos os genes dentro de um genoma estão interligados, e se mudarmos apenas um gene, não sabemos exatamente o que pode acontecer com os outros.
O desafio real surge no fato de que alguns atributos genéticos são conhecidos como expressões poligênicas, ou seja, exigem a cooperação de muitos genes. Isso não apenas dificulta ainda mais a precisão da alteração genética, como também pode causar mudanças negativas e imprevistas.
"Problemas como o autismo ou a esquizofrenia têm componentes hereditários, mas existem centenas de genes envolvidos nesse processo", afirma o professor Ernst-Ludwig Winnacker, ex-secretário geral da organização Human Frontier Science Program e ex-membro do Conselho Nacional de Ética da Alemanha. "Essa interconexão ainda não foi completamente desvendada. Ninguém pode prever ao certo o que acontecerá se você fizer alterações no genoma. Isso torna os experimentos na linha germinativa muito perigosos."
Embora o problema da complexidade exista na modificação de genes somáticos, nesses casos a alteração pode ser realizada por etapas, permitindo aos médicos observar expressões genéticas inesperadas e corrigi-las. Essas opções não existem na alteração de células germinativas. "Pode haver consequências inesperadas", comenta o professor Winnacker. Mas depois de alterar a linha germinativa, não há como voltar e fazer correções para os herdeiros desses genes. “Não há etapas no campo da reprodução. A única etapa é um bebê.”

3) Riscos sociais: Alterar com precisão células germinativas também acarreta novos problemas, em especial a forma como concebemos os seres humanos, individualmente e socialmente. "Uma preocupação real é a possibilidade de criarmos uma sociedade de duas classes, dividida entre aqueles que podem bancar alterações germinativas, caso isso venha de fato a funcionar, e aqueles que não têm condições de pagar por isso", continua o professor Winnacker.
Podemos começar com a tentativa de erradicar doenças graves, mas o limite do que é aceitável alterar pode continuar sendo ampliado para incluir altura, peso ou cor dos olhos. "Para mim, isso começa a se transformar em eugenia", conclui o professor, em referência ao controverso movimento ocorrido entre o final do século 19 e início do século 20 que deu origem ao fascismo. Se isso fosse permitido, alerta Winnacker, “os pais se sentiriam obrigados a eliminar suas mutações genéticas por motivos sociais, reforçando estigmas e diferenças sociais.”
De qualquer forma, precisamos ter em mente que, em mãos erradas, a tecnologia da alteração genética pode transformar o modo como pensamos em nós mesmos enquanto seres humanos.
Protegendo o futuro da humanidade

Protegendo o futuro da humanidade

Esses debates éticos costumavam estar limitados ao âmbito da ficção e especulação. Mas à medida em que as alterações genéticas deixam o campo da ficção científica e entram em laboratórios do mundo real, aumenta a necessidade de definirmos os limites morais da ciência.
Em dezembro de 2015, a Cúpula Internacional sobre Edição Genética Humana (organizada pelas academias de ciências naturais dos EUA, Reino Unido e China), com participação do professor Winnacker, concluiu que era necessário postergar “alterações genéticas em gametas ou embriões, que serão transmitidos por todas as células de uma criança descendente e serão passadas para as futuras gerações como parte do conjunto genético humano”, até que a tecnologia se desenvolvesse de forma responsável.
O modo como essas recomendações foram seguidas ao redor do mundo varia. Em muitos lugares, existem diferentes legislações e diretrizes definindo o que é permitido na pesquisa de linha germinativa ou hereditária. Hoje, 40 países já aprovaram leis que restringem ou banem modificações da linha germinativa. Alguns países baniram qualquer tipo de pesquisa, outros permitem somente pesquisas realizadas em laboratório, sem envolver gestações, e alguns simplesmente não adotaram nenhum tipo de legislação.
A tecnologia de alteração genética tem um potencial incrível e um poder imensurável. Para descobrirmos os inúmeros benefícios que esse campo pode nos proporcionar, precisamos avançar em direção a um consenso ético e científico. Há muito que ainda não sabemos sobre sistemas tão complexos quanto a genética e a reprodução humana. Antes de prosseguirmos com as pesquisas simplesmente porque temos essa capacidade, é importante nos perguntarmos se isso é algo que devemos fazer.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Nobel de Química premia trio por estudos sobre evolução das enzimas


A Academia da Súecia anunciou, na manhã do dia 3 de outubro de 2018, que os norte-americanos Frances Arnold e George Smith e o britânico Gregory Winter venceram o prêmio Nobel de Química de 2018.

Arnold é a quinta mulher na história a conquistar a honraria. Ao vencer o prêmio Nobel de Química, a pesquisadora se une a Donna Strickland como mais uma mulher a ser premiada em 2018, um feito raro na Academia. Strickland ganhou ontem o Nobel de Física, sendo a terceira na história a receber a honraria.

Por suas pesquisas sobre a evolução das enzimas, proteínas que catalisam reações químicas, Arnold ficará com metade do prêmio de 9 milhões de coroas suecas, o equivalente a R$ 4 milhões. Ela trabalha no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech).

Seus métodos são usados para desenvolver novos catalisadores e se aplicam na criação de substâncias químicas mais amigáveis ao meio ambiente, como em remédios, e na produção de novos combustíveis renováveis.

A outra metade do prêmio ficará com Smith, da Universidade do Missouri, e Winter, do Conselho de Pesquisa Médica de Cambridge. O norte-americano desenvolveu um método conhecido como "exposição de fago", no qual esse tipo de vírus que infecta bactérias é usado para criar novas proteínas.

Por sua vez, o britânico empregou essa técnica para a evolução de anticorpos na produção de novos medicamentos. O primeiro remédio baseado nesse método foi aprovado em 2002 e é usado para tratar artrite reumatoide, psoríase e doenças inflamatórias intestinais.
A mesma técnica também pode ser utilizada pelos médicos no combate a metástases de tumores e em patologias autoimunes.

"O poder da evolução é revelado por meio da diversidade da vida. Os vencedores do Nobel assumiram o controle da evolução e a usaram para propósitos que trazem grandes benefícios para a humanidade", anunciou a Real Academia de Ciências da Suécia.


Veja os textos premiados em: 


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Dia do Médico: data de celebração e busca por melhores condições de trabalho

As mudanças legislativas, a escassa disponibilização de recursos e a falta de reconhecimento da classe são algumas adversidades no dia a dia dos médicos, independentemente da especialidade. Apesar desse difícil quadro, o Dia do Médico (nesta quinta-feira, dia 18), deve ser lembrado pelas ações destes profissionais ao contornar dificuldades para atender às necessidades dos pacientes.

Por entender esses desafios e adversidades no exercício de diversas profissões, a ANAMT atenta para a importância de ambientes adequados e saudáveis para todos. Que a data seja de celebração para os profissionais e que busquemos as melhores condições de trabalho para os médicos.

Ampliar o debate sobre a importância da categoria é uma forma de levar a discussão para além da classe médica e alcançar outras esferas da sociedade, atendida por esses dedicados profissionais e diretamente prejudicada pelas condições precárias, ocasionadas pela desatenção ao setor.

Assim como outras profissões, a Medicina envolve riscos biológicos, ergonômicos e sociais no exercício da profissão, aspectos que a ANAMT busca reduzir para preservar a saúde e o bem-estar dessas pessoas no local de trabalho. Como seus pacientes, os médicos também são trabalhadores e a saúde deles também deve ser assistida adequadamente.

A ANAMT celebra aqui o trabalho desempenhado por todos os médicos brasileiros, ainda que diversos percalços existam, e parabeniza os colegas pela coragem e determinação diária em busca do mesmo objetivo: ajudar o próximo.



segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Que tal trocar um livro que você já leu por um livro que você gostaria de ler?


Funciona assim...

Deixe um livro literário e leve um em troca.
Se quiser você pode deixar sua doação literária, mesmo que não leve nenhum livro em troca, pois outras pessoas podem amar os livros que um dia você também amou.
O único controle será sempre sua consciência.
Leia... Leia muito e seja feliz!!!

Compartilhe seus momentos de leitura conosco, usando as hashtags #lendonobiomedico 
e #bib80anos

Este projeto faz parte da comemoração dos 80 anos da Biblioteca do Instituto Biomédico.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

I Concurso Amador de Fotografias da Biblioteca do Instituto Biomédico

Nós já podemos adiantar que vai ser sensacional ter a participação de todos e que o tema do nosso concurso de fotografia será “A Biblioteca do Instituto Biomédico: passado e presente - 80 anos de história no ensino, extensão e pesquisa na área de saúde”.

O edital de participação com todas as regras, cronograma, demais informações e inscrições, deverá ser divulgado em breve. Então fiquem de olhos bem abertos na nossa página para não perder um detalhe!


terça-feira, 21 de agosto de 2018

I Workshop de Citometria de Fluxo na USP

Esta ano, a Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz em parceria com o Instituto de Química da USP - Universidade de São Paulo estarão organizando e realizando o I Workshop de Citometria de Fluxo, oferecido pela ISAC (International Society for Advancement of Cytometry).

As palestras serão abertas e as aulas-práticas serão oferecidas para um número limitado de candidatos que serão selecionados através de carta de intenção, currículo, e resumo de projeto científico na área.

Poderão se candidatar alunos de PÓS-GRADUAÇÃO e PROFISSIONAIS QUE TRABALHEM COM CITOMETRIA DE FLUXO.

O evento acontecerá no Instituto de Química da USP, em São Paulo, entre os dias 5 e 9 de Novembro.

As inscrições poderão ser realizadas até o dia 15 de setembro através do site http://www.iq.usp.br/isac2018



Fonte: Facebook LIMIP - UFF

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

XVI Congresso Brasileiro de Biomedicina e IV Congresso Internacional de Biomedicina

O XVI Congresso Brasileiro de Biomedicina e IV Congresso Internacional de Biomedicina foi definido com o intuito de capacitar e atualizar os profissionais e, paralelamente abrir campo para os acadêmicos nas várias habilitações da Biomedicina.

O evento deste ano tem como tema “Biotecnologia e a evolução da Biomedicina” e traz para seus participantes diversas palestras e mesas redondas com renomados profissionais da área.

Mais informações sobre o evento e inscrições estão disponíveis acessando o site:



segunda-feira, 16 de julho de 2018

XXVI Congresso Nipo-Brasileiro de Estudantes de Medicina Unesp-Keio


Japoneses e brasileiros estarão reunidos para um momento de intercâmbio de ideias e conceitos no XXVI Congresso Nipo-Brasileiro de Estudantes de Medicina Unesp-Keio. Será no dia 2 de agosto.

Um professor e três alunos da Universidade de Keio, no Japão, visitarão a FMB e farão a apresentação, em português, de temas como: diploma médico, problema do aborto, cirurgia estética, e como estas temáticas são abordadas em seu país. Posteriormente, alunos de medicina da FMB realizarão explanações sobre tais assuntos no Brasil.

A Keio University mantém um programa de visita cultural e científica ao Brasil há mais de 30 anos. Essa visita tem sido organizada e intermediada pelo professor Milton Hida, docente aposentado do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, e, desde o início, inclui a FMB e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu

Contato: Site do evento

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Alerta: 312 cidades têm baixa cobertura vacinal da pólio

             

O perigo de reintrodução da polio no Brasil foi discutido na reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne o Ministério da Saúde e representantes de estados e municípios

As baixas coberturas vacinais, principalmente em crianças menores de cinco anos, acenderam uma luz vermelha no país. Em reunião com representantes de estados e municípios, o Ministério da Saúde alertou que 312 municípios brasileiros estão com cobertura vacinal abaixo de 50% para a poliomielite. Vale destacar que a pólio é uma doença já erradicada no país. O dado foi divulgado pela coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Carla Domingues, durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), na última quinta-feira (28/06).

Recomendar a cobertura vacinal homogênea no país é um trabalho constante do Ministério da Saúde. Periodicamente, a coordenação do PNI emite notas técnicas para estados e municípios sobre o monitoramento e avaliação das coberturas vacinais. Também tem pautado frequentemente o tema nas discussões em fóruns, como Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne representantes de todos os estados e municípios. "O risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em mente que a vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no país. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”, concluiu a coordenadora do PNI, Carla Domingues.

Para os estados que estão abaixo da meta de vacinação, o Ministério da Saúde  tem orientado os gestores locais que organizem suas redes, inclusive com a possibilidade de readequação de horários mais compatíveis com a rotina da população brasileira. Outra orientação é o reforço das parcerias com as creches e escolas, ambientes que potencializam a mobilização sobre a vacina por envolver também o núcleo familiar. Outro alerta constante da Pasta é para que estados e municípios mantenham os sistemas de informação devidamente atualizados.

O Ministério da Saúde ainda reforça que todos os pais e responsáveis têm a obrigação de atualizar as cadernetas de seus filhos, em especial das crianças menores de cinco anos que devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina. "As vacinas ofertadas pelo SUS estão disponíveis durante todo o ano, exceto a da gripe que faz parte de uma campanha e exige um período específico de proteção, que é antes do inverno", enfatizou Carla Domingues. Uma oportunidade de atualizar caderneta será na próxima Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que acontecerá no período de 6 a 31 de agosto de 2018.

Outra atuação do Ministério é a disseminação de informações sobre vacinação em seus meios de comunicação, seja por campanhas publicitárias por meio de entrevistas de especialistas; interação nas redes sociais, publicação de matérias no Portal Saúde e discussão com as Sociedades Médicas. "Em muitos casos, pais e responsáveis não vêm mais algumas doenças como um risco, como é o exemplo da poliomielite. Por isso, é necessário ressaltar a importância da imunização e desmistificar a ideia de que a vacinação traz malefícios", ressaltou Carla Domingues. A diretora do PNI ainda destacou que as vacinas são completamente seguras. "Em alguns casos, as vacinas podem levar a eventos adversos, assim como ocorre com os medicamentos, mas são infinitamente menores que os malefícios trazidos pelas doenças. As vacinas são seguras e passam por um rígido processo de validação", completou.

Sobre a pólio

A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, frequentemente, não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.

A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Aviso de Funcionamento durante a Copa do Mundo

Informamos que no dia 06 de julho de 2018, em função do jogo do Brasil, durante a Copa do Mundo, funcionaremos excepcionalmente no horário de 08h às 13h.

Na segunda, dia 09 de julho retornaremos ao nosso horário normal, de 08h às 18h.




segunda-feira, 2 de julho de 2018


Estudantes dos ensinos médio e superior, mestres e doutores podem se inscrever no prêmio, que aborda o tema "Inovações para a conservação da natureza e transformação social". As linhas de pesquisa podem ser consultadas no site do PJC

As inscrições e os trabalhos podem ser enviados até o dia 31 de julho, para o site oficial do prêmio: www.jovemcientista.cnpq.br

Fonte: CNPq

segunda-feira, 25 de junho de 2018



Edital CNPq/MS visa inovar o SUA iniciativa é uma parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifíco e Tecnológico (CNPq) e o Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (Decit/SCTIE) do Ministério da Saúde (MS) pretende contribuir para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras voltadas para a melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS).

As propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global de R$ 15 milhões. O objetivo é apoiar projetos que colaborem com a geração de novas tecnologias em quatro principais áreas: diagnóstico e tratamento, fármacos e medicamentos, medicina regenerativa e organização dos serviços de saúde, no que se refere ao acesso, acolhimento, assistência e gestão para o SUS.

Inscrições até 13 de julho.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Biblioteca ministra palestra sobre pesquisa em bases de dados e recursos de pesquisa

Agradecemos à Prof. Claudia Uchôa e a todos os alunos do Programa de Pós-graduação em Microbiologia e Parasitologia Aplicadas da UFF, que participaram do treinamento oferecido pela Biblioteca do Instituto Biomédico em fontes e bases de dados para a área de saúde, pelos breves momentos que passaram conosco. E desejamos a todos muito sucesso em suas pesquisas e em suas jornadas acadêmicas!!!



terça-feira, 12 de junho de 2018

Abertura de Dados de Pesquisa na Fiocruz: perspectivas de um novo paradigma da Ciência

Um novo fazer científico, mais colaborativo, transparente e sustentável. É o que promete a Ciência Aberta, um movimento que propõe a abertura de processo de produção do conhecimento. Para discutir na Fiocruz a abertura de dados para pesquisa, um dos braços deste movimento, o diretor de documentação da Universidade do Minho (Portugal), Eloy Rodrigues, referência mundial sobre o tema, comenta o panorama europeu no evento Abertura de Dados de Pesquisa na Fiocruz: perspectivas de um novo paradigma da Ciência. O encontro ocorre no dia 15 de junho, das 9h às 13h, no auditório do Museu da Vida, no Campus Manguinhos.


(Fonte: FIOCRUZ/CCS)

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Bibliotecas Solidárias: campanha do agasalho


CRISPR: a ferramenta genética que vai transformar o futuro

Na Cerimônia de Abertura do XVIII Encontro Científico do Instituto Biomédico da UFF foi proferida a palestra "CRISPR: a ferramenta genética que vai transformar o futuro", pelo Professor Felipe Piedade Gonçalves Neves (MIP/UFF).

Se você quer saber mais sobre o assunto, confira o que já foi publicado sobre o tema e está disponível no Portal Capes, e nas revistas Nature e Science. Bom estudo!!!





sexta-feira, 18 de maio de 2018

Jejum aumenta a capacidade regenerativa das células-tronco


À medida que as pessoas envelhecem, suas células-tronco intestinais começam a perder a capacidade de regeneração. Estas células-tronco são a fonte de todas as novas células intestinais, logo, esse declínio pode dificultar a recuperação do indivíduo de infecções gastrointestinais e outras doenças que afetam o intestino. 
Essa perda de células-tronco relacionada ao envelhecimento pode ser reversível com um jejum de 24 horas, de acordo com um novo estudo de biólogos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Os pesquisadores descobriram que jejuar melhora drasticamente a habilidade de regeneração das células-tronco, tanto em novos como em velhos camundongos.
Nos camundongos que jejuaram, as células começaram a quebrar ácidos graxos ao invés de glicose, uma mudança que estimula as células-tronco a se tornarem mais regenerativas. Os pesquisadores descobriram que seria possível melhorar a regeneração com uma molécula que ativa a mesma mudança metabólica. Essa intervenção poderia ajudar as pessoas mais velhas a se recuperarem de infecções gastrointestinais ou pessoas com câncer que passam por quimioterapia, dizem os pesquisadores.
“O jejum tem muitos efeitos no intestino, que incluem a regeneração, bem como potenciais melhorias em qualquer tipo de doença relacionada ao intestino, como infecções ou cânceres”, diz Omer Yilaz, professor assistente de biologia do MIT, membro do Instituto Koch para Pesquisa Integrativa sobre o Câncer e um dos autores do estudo. “Entender como o jejum melhora a saúde num geral, incluindo o papel das células tronco adultas na regeneração intestinal, reparo e envelhecimento é o interesse fundamental da nossa pesquisa.”
David Sabatini é um professor de biologia do MIT, membro do Instituto Whitehead de Pesquisa Biomédica, e um dos autores do artigo, que foi publicado na edição de 3 de maio da revista Cell Stem Cell. “Esse estudo nos deu evidências de que o jejum induz uma mudança metabólica nas células-tronco intestinais, ao utilizar carboidratos para queimar a gordura” diz Sabatini. “Curiosamente, a mudança dessas células para a oxidação de ácidos graxos aumentou significativamente sua função. Um direcionamento farmacológico nesse sentido pode proporcionar uma oportunidade terapêutica para melhorar a homeostase dos tecidos em patologias associadas à idade."
Os principais autores do artigo são Maria Mihaylova, pós-doutoranda do Instituto Whitehead, e Chia Wei Cheng, pós-doutoranda do Instituto Koch.
Por muitas décadas, os cientistas souberam que ingerir poucas calorias aumenta a longevidade em humanos e em outras espécies. Assim, Yilmaz e seus colegas tiveram o interesse em explorar como o jejum exerce seus efeitos à nível molecular, especificamente no intestino.
Células-tronco do intestino são responsáveis por manter o revestimento do intestino, que normalmente se auto-regenera a cada cinco dias. Quando algum dano ou infecção ocorre, as células-tronco são fundamentais para repará-los.
“As células-tronco intestinais são os burros de carga do intestino: dão origem a mais células-tronco e a todos os vários tipos celulares diferenciados do órgão. Notavelmente, durante o envelhecimento, a função das células-tronco intestinais diminui, o que prejudica a capacidade do intestino de se reparar após os danos ", diz Yilmaz."Nesta linha de investigação, nós nos concentramos em entender como um jejum de 24 horas melhora a função das novas e velhas células-tronco intestinais."
Depois de camundongos jejuarem por 24 horas, os pesquisadores removeram suas células-tronco intestinais e as mantiveram em um prato de cultura, permitindo-lhes determinar se as células podem dar origem a "mini-intestinos" conhecidos como organóides.
Os pesquisadores descobriram que as células-tronco no camungondo em jejum dobraram sua capacidade regenerativa.
"Foi óbvio que o jejum teve um efeito imenso sobre a capacidade das criptas intestinais de formar mais organóides, o que é impulsionado pelas células-tronco", diz Mihaylova. "Isso foi algo que vimos em camundongos jovens e idosos. Queríamos entender os mecanismos moleculares que impulsionam esse processo".
Estudos posteriores, incluindo o sequenciamento do RNA mensageiro de células-tronco dos camundongos que jejuaram, revelaram que o jejum induz as células a mudarem o seu metabolismo usual, que queima carboidratos como os açúcares, para metabolizar os ácidos graxos. Essa troca ocorre por meio da ativação de fatores de transcrição chamados PPARs, que ativam muitos genes envolvidos na metabolização de ácidos graxos.
Os pesquisadores descobriram que, se eles quebrassem esse padrão, o jejum não poderia mais impulsionar a regeneração. Eles agora planejam estudar como essa troca metabólica provoca as células-tronco para melhorar suas habilidades regenerativas.
Eles também descobriram que poderiam reproduzir os efeitos benéficos do jejum tratando os ratos com uma molécula que imita os efeitos dos PPARs. "Isso foi muito surpreendente", diz Cheng. "Apenas ativar uma via metabólica é suficiente para reverter certos fenótipos etários".
Os resultados sugerem que o tratamento medicamentoso pode estimular a regeneração sem exigir que os pacientes jejuem, o que é difícil para a maioria das pessoas. Um grupo de pessoas que poderia se beneficiar desse tratamento são os pacientes com câncer que recebem quimioterapia, a qual muitas vezes prejudica as células intestinais. Também pode ser vantajoso para as pessoas idosas que sofrem com infecções intestinais ou outros distúrbios gastrointestinais que danificam o revestimento do intestino.
Os pesquisadores planejam explorar a eficácia potencial de tais tratamentos, e também esperam estudar se o jejum afeta habilidades regenerativas em células-tronco em outros tipos de tecido.


Instituto de Tecnologia de Massachussetts

As Células-tronco intestinais de camundongos que jejuaram por 24 horas (à direita) produziram organóides intestinais muito mais substanciais do que as células-tronco de camundongos que não jejuavam (à esquerda).


segunda-feira, 14 de maio de 2018

Reserva Online

Você sabia que é possível reservar livros da biblioteca pelo sistema Pergamum?
Por Pedro Machado

Basta acessar o catálogo online: https://app.uff.br/pergamum/catalogo/biblioteca/index.php



Depois é só encontrar seu livro, selecioná-lo, digitar seu CPF e senha, e confirmar!


segunda-feira, 7 de maio de 2018

A epidemia Zika

Você sabia que a revista Science tem uma pagina focada exclusivamente nesse assunto?
Por Pedro Machado


Como todos nós sabemos, a Zika vem causando pânico em diversas pessoas ao redor do mundo, então é sempre bom manter-se atualizado sobre as notícias e artigos relacionados a essa doença.

Clique aqui para se informar sobre esta perigosa doença.

Fonte: Science

quarta-feira, 2 de maio de 2018

REDE UNIVERSITÁRIA DE TELEMEDICINA APROXIMA PACIENTES, ESPECIALISTAS, PESQUISADORES E ESTUDANTES

Encurtando distâncias

"É um cenário frequente nos países em desenvolvimento: o Brasil, que possui dimensões continentais, concentra boa parte de seus médicos especialistas nas grandes cidades. Para além de centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre, é comum que pacientes precisem se deslocar de uma cidade a outra para receber diagnósticos especializados. Por outro lado, o País é alçado a níveis internacionais quando o assunto é a qualificação de seus médicos. Não é raro que profissionais brasileiros de diversas áreas alcancem reconhecimento em centros de referência mundo afora, com destaque principalmente para cirurgiões. Diante dessa oscilação entre conquistas pessoais e desafios coletivos, a Rede Universitária de Telemedicina (Rede Rute), organização social ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, vem construindo um trabalho que se propõe, por meio de redes de colaboração digital, a facilitar o acesso da população aos serviços de saúde; e da comunidade científica ao intercâmbio nacional e internacional." 

"A Rede Rute conta hoje com 124 centros de referência conectados, em 800 municípios brasileiros, para atuar no pré-diagnóstico e na avaliação remota de dados de atendimento médico, oferecendo uma segunda opinião, que se soma à da equipe local. Em outra frente, promove atividades de pesquisa e desenvolvimento, com mais de 50 grupos de discussão, por meio de sessões de vídeo ou webconferência, para debates de casos, aulas e avaliações a distância." 

"“A telemedicina é uma evolução das práticas digitais na saúde; em alguns casos, até uma revolução, pois permite que o paciente seja visto por um especialista a partir da transmissão de seus exames. Com todos os avanços tecnológicos que temos observado recentemente, a prática se torna cada vez mais comum e já se configura como propulsora de redes colaborativas em prol de uma melhor assistência à população e do desenvolvimento dos profissionais de saúde, que podem trocar informações, desenvolver pesquisas e receber treinamentos”, observa o coordenador nacional da Rede Rute, Luiz Ary Messina, que é engenheiro eletrônico com mestrado em Banco de Dados e doutorado em Computação Gráfica pela Universidade Tecnológica de Darmstadt, na Alemanha."

Para continuar lendo o artigo clique aqui.

Fonte: Rede Câncer

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Qual a diferença entre Biomedicina e Medicina?

Só o médico pode prescrever medicamentos e realizar cirurgias; perfil do biomédico tem ênfase na pesquisa
Por Lisandra Matias 
Publicado em 22 mar 2018, 19h00

Muitos estudantes que se interessam por Medicina têm curiosidade também sobre o curso de Biomedicina. Mas, afinal, qual a diferença entre eles?

O biomédico tem várias áreas de atuação (veja na sequência), sendo que algumas delas têm similaridades com a Medicina, pois envolvem a saúde humana.

De modo geral, o biomédico identifica e estuda os microrganismos causadores de doenças para desenvolver medicamentos e vacinas para combatê-los. Também interpreta o resultado de exames clínicos para diagnósticos e realiza pesquisas em áreas como genética e reprodução humana. Seu perfil é, sobretudo, de um pesquisador.

O médico também investiga a causa das doenças, procurando sua cura e prevenção. Mas sua atuação é voltada para a prevenção e o tratamento. Além disso, só ele pode prescrever medicamentos e realizar cirurgias.

Agora que você já sabe a diferença entre os dois profissionais, veja algumas áreas de atuação do biomédico:

Análises clínicas Realizar exames clínicos em laboratórios e hospitais, assinando os respectivos laudos, para identificar agentes causadores de doenças.

Análises ambientais Fazer análises físico-químicas e microbiológicas para saneamento do meio ambiente, inclusive de água e esgoto.

Indústria Atuar em indústrias químicas e biológicas na elaboração de soros, vacinas e reagentes.

Análises bromatológicas Estudar as propriedades dos alimentos, composição química e calórica, desde a produção, passando pela coleta e pelo transporte, de modo a garantir que não haja adulteração.

Biologia molecular Pesquisar a estrutura e o funcionamento das moléculas de DNA e RNA, das proteínas e dos genes responsáveis pela transmissão dos caracteres hereditários. Atuar nos processos de fertilização para reprodução animal e humana.

Genética Pesquisar as leis e os processos de transmissão de caracteres hereditários e o papel dos genes na definição das características de um ser.

Diagnóstico por imagem Atuar em Tomografia computadorizada (TC), Ressonância Magnética (RM), Medicina nuclear (MN), Radioterapia (RT) e radiologia médica, excluída a interpretação de laudos (que cabe ao médico).

Fonte: Guia do Estudante

segunda-feira, 16 de abril de 2018

PRÊMIO ERIC ROGER WROCLAWSKI

A einstein (São Paulo) - Publicação oficial de divulgação científica do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (ISSN 1679-4508), mais uma vez premiará os melhores artigos científicos originais na área da saúde, aprovados para publicação no período de 01/07/2015 até 30/06/2016.

OBJETIVO


REGULAMENTO

Os trabalhos deverão ser completos e originais, formatados como artigo científico conforme instruções descritas no site da einstein (São Paulo).

Serão premiados os três melhores artigos de cada categoria.

As Comissões Julgadoras serão compostas por membros da comunidade científica, indicados pela Comissão Organizadora do Prêmio.

Membros das Comissões Organizadoras e Julgadoras não serão elegíveis aos prêmios.

Os autores deverão conceder exclusividade de publicação do trabalho à einstein (São Paulo).

PRÊMIOS

1º lugar: Certificado aos autores e R$ 7.000,00

2º lugar: Certificado aos autores e R$ 3.000,00

3º lugar: Certificado aos autores e R$ 2.000,00


INSCRIÇÕES

Os trabalhos concorrentes serão os aceitos para publicação até 30/06/2016. Os trabalhos premiados serão divulgados em cerimonial celebrado nas dependências do Hospital Israelita Albert Einstein.


INFORMAÇÕES

Informações adicionais poderão ser obtidas via e-mail ( revista@einstein.br ) ou pelo telefone (11) 2151-0904. ​​

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Boas vindas ao calouros de Biomedicina

Agradecemos a todos os alunos calouros de Biomedicina da UFF, que participaram da palestra "Conhecendo a Biblioteca do Instituto Biomédico". E aproveitamos para desejar a todos muito sucesso, deixando aqui nossos parabéns pela conquista que agora os torna parte da família UFF. Parabéns a todos!!!! Sejam bem vindos!!!



quarta-feira, 4 de abril de 2018

Grupo PET Farmácia Viva lança edital para seleção de bolsistas

Por PROGRAD

Grupo PET Farmácia Viva lança edital para seleção de bolsistas.

O Grupo PET Farmácia Viva lança edital de seleção para provimento de 02 (duas) vagas para bolsistas para integrarem o grupo do Programa de Educação Tutorial (PET).

O período de inscrições é de 03/04/18 a 15/04/18.

Para ler o edital clique aqui.

Fonte: UFF
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