quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Edição de dezembro da ‘Revista UFF’ já está no ar

Nesta quarta-feira, 18 de dezembro, 53º aniversário da Universidade Federal Fluminense, a Superintendência de Comunicação Social (SCS) lança a terceira edição da “Revista UFF”, com reportagens que levam para o público e a comunidade acadêmica uma amostra das ações de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas por quem faz a universidade.

Confira a edição completa aqui.

Fonte: UFF

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Agente da 'peste negra' nunca desapareceu da face da Terra

AFP/CDC/AFP/Arquivos - Imagem obtida em janeiro de 2003 mostra bactéria da peste bubônica extraída de paciente


A peste, que castiga duramente a ilha de Madagascar, onde matou 39 pessoas, segundo o ministério da Saúde malgache, é uma doença conhecida desde a Antiguidade, provocada por uma bactéria que jamais desapareceu da face da Terra.

O agente da "peste negra" foi descoberto em 1894 pelo francês de origem suíça Alexandre Yersin, do Instituto Pasteur. Por este motivo, seu nome científico é "Yersinia pestis".

A peste provocou três ondas de pandemia (epidemia mundial), responsáveis pela morte de 200 milhões de pessoas. No século XIV (entre 1347 e 1350), a doença matou um terço da população europeia.

Associada a condições de vida insalubres, a peste é uma zoonose (doença animal transmitida ao homem) que costuma se propagar do rato para o ser humano por intermédio da picada da pulga do roedor.

A peste bubônica se manifesta por febre alta e um inchaço dos gânglios linfáticos na região da picada, que supuram e ficam enegrecidos. Ela pode evoluir para uma septicemia (infecção generalizada), que mata em 36 horas ou, quando a bactéria atinge os pulmões, se transformar em peste pulmonar, mortal em três dias na falta de tratamento apropriado.

Forma mais perigosa da doença, a peste pulmonar, muito contagiosa, se transmite por via aérea de pessoa a pessoa, pela inalação de gotículas expelidas pelos doentes ou, em um cenário de bioterrorismo, por aerossóis infectados dispersos por helicóptero ou um sistema de ventilação.

Antibióticos são usados para tratar a infecção.

Em pleno século XXI, a peste ainda causa estragos no mundo, como demonstra o caso mais recente de Madagascar, mas também da África (onde uma epidemia no Congo afetou os funcionários das minas de ouro e diamantes), além de registros na Ásia - especialmente na China e no Afeganistão -, segundo um estudo recente.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Portal dos Periódicos lança aplicativo da biblioteca virtual

Agora o usuário pode buscar livros, navegar em sites de busca, além de ler e exportar artigos em PDF

A partir de agora, os usuários do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) podem baixar o aplicativo da biblioteca virtual para acessar os conteúdos assinados com os editores internacionais. O app do Portal de Periódicos está disponível para sistemas IOS e Android, nas categorias Referência e Educação.

O aplicativo, desenvolvido pela Capes, em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), permite o acesso remoto via Comunidade Acadêmica Federada (CAFe). É possível realizar buscas rápidas por assunto, periódico, base e livro, todos os tipos com a funcionalidade de autopreenchimento. O usuário ainda consegue navegar em websites referenciados pelos resultados de busca, além de ler e exportar os artigos em formato PDF.

O usuário acessa periódicos, referências bibliográficas com resumo, teses e dissertações, normas técnicas, livros, obras de referência, estatísticas, patentes, arquivos abertos e redes de e-prints. São inúmeras possibilidades de pesquisa dentro do universo científico oferecido de forma rápida e prática pelo aplicativo do Portal de Periódicos.

Fonte: Portal Brasil e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior  

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Curso de Aperfeiçoamento em Psicologia Clínica e Hospitalar

Estão abertas, até 19 de dezembro, as inscrições para o Curso de Aperfeiçoamento em Psicologia Clínica e Hospitalar.

Coordenado por Eunes Milhomem, Ludmila Stalleikem Sebba e Tereza Cristina Coury Amin, o curso tem o objetivo de capacitar profissionais graduados em Psicologia que desejam aprofundar seus conhecimentos e vivências no atendimento clinico hospitalar aos pacientes portadores de doenças infecciosas e seus familiares. Profissionais graduados em Psicologia, com ou sem experiência profissional, podem se candidatar às 11 vagas oferecidas pelo curso, que tem carga horária total de 350 horas.

As aulas tem previsão de início em 02 de fevereiro de 2014 e devem acontecer até 1º de agosto de 2014. As inscrições para seleção serão realizadas na secretaria da Vice Direção de Ensino do IPEC (Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas – Vice-Direção de Ensino - Avenida Brasil, 4365 – Manguinhos CEP: 21040-360 – Rio de Janeiro – RJ).

Confira a documentação necessária para inscrição e outras informações na Chamada Pública 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Pan American Health Care Exchanges (PAHCE)


Intercâmbio de Assistência Médica Pan Americano (PAHCE - IAMPA)
Conferências, Oficinas e Exposições 
Cooperação/ Contatos 
Um fórum independente para cuidados do paciente e apoio tecnológico. 
Engenharia na Área de Saúde 
(Engenharia clínica e biomédica aplicada) 
Tecnologia de informática médica 
Medicina (cuidados ao paciente) 
Maiores informações em: http://www.pahce.org/P7Portu.htm

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Brasileiros descobrem três espécies 'minúsculas' de caranguejeiras

Uma equipe de pesquisadores do Brasil descobriu três novas espécies de aranhas caranguejeiras com hábitos noturnos e tamanhos que não ultrapassam os três centímetros de comprimento. A descrição dos aracnídeos foi feita na revista científica “ZooKeys”.

O trabalho é do biólogo Rogerio Bertani, do Laboratório de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan, em São Paulo, Paulo Motta, da Universidade de Brasília (UNB), além de dois estudantes.
As espécies pertencem ao gênero Fufius, existente na região que vai desde a Guatemala até parte do estado de São Paulo.  No novo estudo foram descritas a F. minusculus, F. jalapensis e a F. candango.
Os animais foram capturados com a ajuda de armadilhas montadas no meio da mata. São espécies raras de serem vistas, vivem em túneis abaixo do solo construídos por elas e revestidos com teias – uma característica única e ainda pouco estudada.
De hábito noturno, costumam comer insetos e até outras aranhas, desde que tenham tamanhos menores aos seus. Ainda não se sabe se possuem venenos que apresentem perigo aos homens.
A F. minusculus pode medir até um centímetro. A F. jalapensis, encontrada na região do Parque Estadual do Jalapão, no Tocantins, pode alcançar até três centímetros de comprimento. Já a F. candango, capturada na região de Brasília (por isso o nome candango, apelido dos que ajudaram a construir a capital federal), pode medir até dois centímetros.
Para se ter uma ideia de quão pequenas elas são, uma caranguejeira theraphosa blondi (espécie que ganhou o nome popular, e assustador, de aranha-golias-comedora-de-pássaros), chega a medir até 26 centímetros -- é considerada a maior aranha do mundo.

Já as caranguejeiras mais comuns, aquelas que podem ser vistas em filmes (de cor preta e com pelo), têm, em média, 20 centímetros de comprimento.
 
Leia mais: G1Globo

 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Dia da Consciência Negra relembra Zumbi

Nesta terça-feira (20), é celebrado o Dia Nacional do Zumbi e da Consciência Negra, que marca anualmente a morte do lider negro Zumbi dos Palmares. Apesar de a celebração ter sido oficializada pela presidente Dilma Rousseff em 2011, cada cidade pode decidir se decreta ou não feriado na data.
O Dia da Consciência Negra existe desde janeiro de 2003, pela lei nº 10.639, que também tornou obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira. Em 2011, o que a presidente Dilma sancionou foi uma lei instituindo o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, afim de lembrar o assassinato de Zumbi, em 1695, que morreu por lutar contra a escravidão dos negros no Brasil.
 
Saiba mais: G1

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

6º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde

O Instituto de Saúde da Comunidade (ISC) da Universidade Federal Fluminense abriu inscrições para professores e pesquisadores da UFF que pretendam enviar propostas para os grupos de trabalhos (GTs) do 6º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde. O evento ocorre no Rio de Janeiro, entre 13 e 17 de novembro.
O ISC integra a comissão organizadora do congresso que, nesta edição, tem como tema “Circulação e Diálogo entre Saberes e Práticas no Campo da Saúde Coletiva”. Os proponentes dos GTs devem considerar a adequação das propostas a essa temática central e a critérios definidos no termo de referência.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Entenda os requisitos e o processo para ser doador de medula óssea

O transplante de medula é um tratamento que pode beneficiar diversas doenças em diferentes estágios, como leucemias, linfomas, anemias graves, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, erros inatos de metabolismo, mieloma múltiplo e doenças autoimunes, por exemplo.
O procedimento consiste em substituir uma medula óssea deficiente por células normais de medula óssea, com a finalidade de reconstituir uma medula saudável. 
No entanto, para quem precisa, não é tão simples assim encontrar um doador – estima-se que a chance de achar alguém compatível é de 1 a cada 100 mil, mas esse número pode aumentar ainda mais, dependendo da miscigenação. No Brasil, por exemplo, a mistura de raças dificulta um pouco a localização de doadores compatíveis, mas dados mostram que hoje existem mais de 3 milhões cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
Para quem quer ser doador, existem alguns requisitos, como ter uma boa saúde (sem doenças infecciosas, como hepatite, Chagas, HIV, sífilis e outros problemas como diabetes, câncer e doenças específicas do sangue) e ter entre 18 e 55 anos para fazer o cadastro, mas ele pode ser chamado até os 60 anos. 
 
Leia mais: G1

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Dia Nacional de Prevenção e Combate à surdez

Dia 10 de novembro, o país alerta a população sobre a importância das ações de combate e prevenção à surdez. De acordo com especialistas, até quando estamos dormindo nossos ouvidos estão em ação. A todo o momento os ouvidos recebem algum estímulo e poucos são os momentos em que há silêncio total para dar um descanso a eles. Aproveitando o Dia Nacional de Prevenção e Combate à surdez, é fundamental saber cuidar dos seus ouvidos.
Estudos indicam que cerca de 15% da população, com idade entre 20 e 69 anos, têm perda auditiva por exposição a sons altos ou ruído no trabalho ou em atividades de lazer. "É importante consultar o otorrinolaringologista se houver dor, desconforto ou perceber alguma alteração, para verificar se não há obstrução no ouvido e se há a necessidade de avaliação audiológica. Esta avaliação, que é feita pelo fonoaudiólogo, irá constatar se há ou não perda auditiva e o tipo de perda. O tratamento, de acordo com o caso, pode ser feito com medicação ou pode ser indicado o uso de uma prótese auditiva", disse a fonoaudióloga Carla Baggio.

Fonte: Site Sua Dieta

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Artigo analisa a política pública e regulatória sobre uso de animais na pesquisa biomédica.

O artigo analisa a política pública e regulatória do Brasil sobre o uso de animais no ensino e na pesquisa biomédica. Aborda o arcabouço institucional-legal e a situação jurídica da proteção dos animais no país, além do debate legislativo que resultou na promulgação da lei 11.794/2008, que estabelece procedimentos para o uso científico de animais. Ressalta algumas características do atual regime regulatório e tece considerações de ordem teórico-metodológica, voltadas para a ampliação do entendimento do fenômeno investigado.

Leia na íntegra: Scielo

Dia da Ciência e Cultura

 
Dia 05 de Novembro é comemorado o Dia da Ciência e Cultura, data instituída pela Lei 5.579 de 1979, em comemoração ao aniversário de Rui Barbosa. A data tem como objetivo estimular a produção de conhecimento científico e expressões culturais em todo o país.
Ciência, em resumo, que é qualquer conhecimento ou prática sistemática, investigação e estudo. A cultura que é o conjunto de costumes ou tradições que são compartilhados por um determinado grupo, essas manifestações podem ser de caráter intelectual, artístico ou social. A Cultura está inserida desde o nosso nascimento, pois também é o acumulo das linguagens, fé, valores e tantas outras características construídas coletivamente e passados de geração em geração.
A UNESCO, Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, é uma das organizações que atua com o objetivo de contribuir para a paz e a segurança no mundo sempre atuando com ações em prol do desenvolvimento e acesso total e irrestrito a ciência, cultura e educação como o próprio nome já cita.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Cientistas decifram a estrutura de proteína que envolve o HIV

Cientistas conseguiram desvendar a estrutura da proteína que envolve o HIV, molécula responsável por inserir o vírus nas células do sistema imunológico. Há bastante tempo, pesquisadores buscam detalhes sobre essa estrutura, já que o invólucro do vírus é um alvo em potencial que pode ser atacado por anticorpos do organismo ou por futuras vacinas.

As descobertas foram feitas por dois estudos complementares publicados na revista “Science” por pesquisadores do The Scripps Research Institute (TSRI) e da Faculdade de Medicina Weill Cornell.
Fonte: Globo.com

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

I Curso de Verão em Imunologia da UFBA

O CURSO

O curso de verão em Imunologia destina-se a alunos graduandos e recém-graduados que tenham cursado a disciplina de Imunologia básica e tenham interesse em conhecer as diferentes linhas de pesquisa desenvolvidas no Programa de Pós-graduação em Imunologia da UFBA. 

O objetivo é realizar atividades teóricas, práticas e de estágio, relacionadas com projetos de pesquisa dos docentes e discentes deste programa de pós-graduação.

DATAS IMPORTANTES

Inscrição: 01 de novembro a 01 de dezembro de 2013
Divulgação da lista dos selecionados: 09 de dezembro de 2013
Data do curso: 20 a 31 de janeiro de 2014
Palestras e mini-cursos: 20 a 24 de janeiro de 2014
Estágio opcional: 27 a 31 de janeiro de 2014

Simpósio Nordestino de Biomedicina

Veja o folder do simpósio aqui.

Mais informações no link: http://migre.me/grcSO


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Toxina fatal é descoberta e mantida em segredo por medo

Cientistas americanos descobriram um novo tipo de toxina botulínica, a substância mais mortal conhecida pelo homem, nas fezes de uma criança

São Paulo - Cientistas americanos descobriram um novo tipo de toxina botulínica, a substância mais mortal conhecida pelo homem, nas fezes de uma criança. Por não existir antídoto disponível, os pesquisadores mantiveram seu código genético em segredo, para evitar seu uso como arma biológica.

A descoberta, feita por Stephen Arnon no Departamento de Saúde Pública da Califórnia, foi divulgada pela New Scientist.

Fonte: Getty Images

Causadora do botulismo, a toxina costuma ser tratada com anticorpos, mas ainda não há nenhuma forma eficaz para tratar essa variação, batizada de tipo H, oitava registrada. Uma dose inalada de 13 bilionésimos de grama da proteína botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum, é capaz de matar um adulto.

Apesar de sua toxicidade fatal, é preciso interferência humana para que a substância se transforme em ameaça. Por esse motivo, o estudo foi publicado parcialmente e o código genético continua em segredo.

O medo de especialistas em biosegurança é que a substância possa ser utilizada como arma biológica. Uma dose muito pequena inserida num centro de distribuição de leite, por exemplo, colocaria em risco a vida de centenas de milhares de pessoas.

Fonte: Exame

Portal Saúde Baseada em Evidências

Criado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), o Portal Saúde Baseada em Evidências reitera o compromisso do governo brasileiro de aprimorar o exercício dos trabalhadores da saúde democratizando as condições de acesso, nas suas áreas de atuação, a conteúdos cientificamente fundamentados na perspectiva de melhor atender à população.
            
Objetivo

Fornecer acesso rápido ao conhecimento científico por meio de publicações atuais e sistematicamente revisadas. As informações, providas de evidências científicas, são utilizadas para apoiar a prática clínica, como também a tomada de decisão para a gestão em saúde e qualificação do cuidado, auxiliando assim os profissionais da saúde.

Público-Alvo

Os conteúdos estão disponíveis para os profissionais de saúde vinculados ao respectivo Conselho Profissional. Terão acesso à pesquisa os profissionais das áreas de Biologia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia e Serviço Social.

Saiba mais aqui: Portal da Saúde

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Trial das Coleções de Química e Biologia de Akademiai Kiadó e Coleção de ECS

A partir de 07/10/2013, a Editora Akademiai Kiadó disponibilizará para a Comunidade Acadêmica da UFF, o trial das Coleções de Química e Biologia de AK e Coleção de ECS., pelo período de 01 mês.
O acesso às coleções se dará através dos IPs da Universidade.

Para acesso aos Jornais da Editora clique aqui.

Fonte: SDC UFF

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dia Nacional de Doação de Órgãos: único doador pode salvar até dez pessoas

Mesmo com baixo potencial de doadores, o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados por ano, sendo mais de 90% pelo sistema público de Saúde



Nesta sexta-feira (27) comemora-se o Dia Nacional de Órgãos e Tecidos.

De cada oito potenciais doadores de órgãos, apenas um é notificado. Ainda assim o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados por ano, sendo mais de 90% pelo sistema público de Saúde. O resultado positivo é devido, principalmente, a três fatores:

1. O programa nacional de transplantes tem organização exemplar. Cada Estado tem uma Central de Notificação, Captação e distribuição de Órgãos que coordena a captação e a alocação dos dos órgãos, baseada na fila única, estadual ou regional.

2. Para realizar transplante é necessário credenciamento de equipe no Ministério da Saúde. A maioria destas equipes é liderada por médico com especialização no exterior, obtido graças ao investimento público na formação de profissionais em terapia de alta complexidade.

3. Hoje mais de 80% dos transplantes são realizados com sucesso, reintegrando o paciente à sociedade produtiva.

O potencial doador cadáver

Considera-se como potencial doador todo paciente em morte encefálica. No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica é definido pela Resolução CFM n° 1480/97, devendo ser registrado, em prontuário, um Termo de Declaração de Morte Encefálica que descreva todos os elementos do exame neurológico que demonstrem ausência dos reflexos do tronco cerebral, bem como o relatório de um exame complementar que assegure esse diagnóstico.
Morte encefálica.

Morte encefálica e coma não são sinônimos. No estado de coma o encéfalo está vivo, executando suas funções de manutenção da vida. Na morte encefálica, apenas o coração pode continuar batendo, em razão de seu marcapasso próprio, e por pouco tempo, o suficiente para o aproveitamento de órgãos saudáveis para transplante. O diagnóstico definitivo da morte encefálica é corroborado por exames que demonstrem a ausência de fluxo sangüíneo intracraniano.

Quem pode ser doador de órgãos após a morte?

Para ser doador após a morte não é necessário portar nenhuma documentação, mas é fundamental comunicar à própria família o desejo da doação posto que, após o diagnóstico de morte encefálica, a doação só se concretiza após a autorização dos familiares, por escrito, o que, na dependência do órgão a ser transplantado, exige, por vezes, rapidez. Coração, pulmões, fígado e pâncreas só podem ser transplantados se removidos após a morte encefálica e antes da parada cardíaca; a retirada de córneas e ossos pode ser feita até 6 horas após a parada cardíaca; e, no caso dos rins, o limite é de um máximo de 30 minutos após a parada cardíaca.

Quem pode ser doador vivo?

Em princípio, o doador vivo é uma pessoa, em boas condições de saúde, capaz juridicamente, ou seja, maior de 21 anos e que concorde com a doação, não existindo um limite superior de idade. Por lei, pais, irmãos, filhos, avós, tios, primos de primeiro grau e cônjuges podem ser doadores, desde que haja compatibilidade entre o sistema ABO do receptor e dos possíveis doadores. Os doadores não parentes só podem doar em condições especiais, após liberação judicial, conforme dita a lei n° 10211.

Como posso ser doador?

Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.

Que tipos de doador existem?

Doador vivo - Qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial.

Doador cadáver - São pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia.

Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver?

Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.

Para quem vão os órgãos?

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.

Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?

Não existe dúvida quanto ao diagnóstico. O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar.

Após a doação o corpo fica deformado?

Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.

Fonte: O Tempo

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

III CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE PATOLOGIA EXPERIMENTAL (XIII Simpósio Internacional sobre técnicas experimentais)

A Universidade Federal de São João del-Rei e a Universidade de Coimbra anunciam o III CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE PATOLOGIA EXPERIMENTAL (XIII Simpósio Internacional sobre técnicas experimentais), que este ano será realizado em Minas Gerais, entre os dias 23 e 25 de outubro de 2013.

O principal objetivo desta reunião conjunta é fortalecer a cooperação internacional no domínio da Patologia Experimental. A reunião conjunta está sendo organizada pela Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), representada pela Pós Graduação em Ciências da Saúde, com a parceria do Programa de Pós Graduação em Patologia da Universidade Federal de Minas Gerais e com o apoio da Associação Portuguesa de Patologia Experimental e Curso de Mestrado em Patologia Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

A reunião mista reunirá clínicos, patologistas, pesquisadores, estudantes e representantes da indústria, dando a oportunidade para uma privilegiada interação e debates.

Mais informações, inscrições e programação do evento em:

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Professor da UFF desenvolve pesquisa que pode auxiliar no tratamento do diabetes tipo 2

O professor da Faculdade de Nutrição da UFF Gilson Boaventura está desenvolvendo pesquisa que pode ser utilizada no tratamento do diabetes tipo 2. O projeto pretende utilizar a farinha de inhame para diminuir alguns transtornos metabólicos causados pelo diabetes, melhorando as estruturas do pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina.

No Laboratório de Nutrição Experimental da UFF já foram realizados testes com animais, com bons resultados. "Após analisar o pâncreas desses animais, pudemos concluir que os que receberam farinha de inhame apresentavam as células pancreáticas mais organizadas e estruturadas, o que pode significar uma maior atividade desse órgão e, consequentemente, uma produção de insulina mais eficaz", explica Boaventura.

A pesquisa foi iniciada em maio de 2010, quando foram analisadas as composições químicas de quatro espécies diferentes de inhame comercializadas em Niterói. "Os resultados foram positivos, e o inhame é um alimento largamente utilizado, no entanto ainda estamos no início da investigação de todas as atuações deste alimento. Um longo caminho ainda deve ser percorrido até estabelecer a viabilidade do uso comercial dessa farinha", diz o professor.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

23º Programa Bolsas de Verão


O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) irá realizar o 23º Programa Bolsas de Verão, em janeiro e fevereiro de 2014. O Programa é destinado somente a estudantes em nível de graduação universitária, matriculados em cursos de instituições de ensino localizadas em países da América Latina e Caribe. No ato de inscrição, dentre outras exigências, o candidato deverá estar matriculado, no mínimo, no quarto semestre letivo do curso que faz.

O objetivo do Programa Bolsas de Verão do CNPEM é estimular a formação de bons estudantes para a área de pesquisa científica e tecnológica. Cada estudante selecionado irá desenvolver um projeto sob orientação de pesquisadores do quadro do CNPEM, em Campinas, São Paulo.

Podem se inscrever somente estudantes de cursos de graduação universitária das áreas de Ciências Exatas, Biológicas e Engenharias

Mais informações no link: http://www.cnpem.br/bolsasdeverao/

Fonte: CNPEM

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Comer biscoito com leite antes de dormir pode causar doenças infantis

Pesquisa mostra que combinação de açúcar e lactose pode causar coriza, tosse, garganta irritada, constipação e até fadiga

A tradicional dupla biscoitos e leite, lanche servido às crianças antes de dormir, pode trazer mais malefícios do que benefícios a elas. O alerta vem de um estudo feito pelo Hospital Infantil Nemours, na Flórida, nos Estados Unidos, que identificou conexão entre hábitos das famílias e sintomas crônicos não associados a outras doenças.

Foto: Getty Images
Segundo a pesquisa, divulgada pelo jornal Daily Mail, a combinação de açúcar e lactose pode causar coriza, tosse, garganta irritada, constipação e até fadiga. O problema foi batizado de "doença do leite e do cookie".

Médicos disseram que medicamentos normalmente usados para tratar os sintomas apresentados não se mostravam eficientes e foi então que os hábitos alimentares chamaram a atenção. A combinação provavelmente causa um tipo de refluxo no estômago, esôfago e garganta, sendo confundido com os sintomas de um resfriado.

Estima-se que 75% das crianças nos Estados Unidos sofram do problema, que é aliviado apenas com a não ingestão de bolachas e leite antes de dormir. Os médicos do hospital dizem que as crianças não devem comer ou beber nas duas horas que antecedem o momento de ir para a cama. Apenas água é liberada.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Guia do Estudante avalia cursos da UFF com cinco estrelas e Biomedicina está entre eles

Por Luiza Peluso

Com base na pesquisa realizada pelo Guia do Estudante 2013, publicação da Editora Abril, direcionada aos estudantes interessados em ingressar no ensino superior, dos 63 cursos avaliados da UFF, 58 foram classificados com número de estrelas variando de 3 (curso considerado bom), 4 (muito bom) ou 5 (excelente): os cursos de 5 estrelas são: Biomedicina, Ciência da Computação, Engenharia de Telecomunicações, Geografia, Matemática, Química e Serviço Social e 24 cursos classificados com 4 estrelas.

avaliação foi feita a partir de um amplo questionário respondido pelos coordenadores, considerando somente os cursos com titulação de bacharelado ou bacharelado e licenciatura; os que funcionam na modalidade presencial; os que têm uma ou mais turmas em andamento, e os cursos que serão oferecidos no próximo processo seletivo de ingresso na universidade.

--> Veja o quadro.

Fonte:  UFF Notícias

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

16º Encontro Nacional de Biomedicina



O Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, promove, entre 17 e 19 de outubro, a 16ª edição do Encontro Nacional de Biomedicina.

Realizado anualmente, o congresso é organizado por alunos e professores do Instituto de Biociências da Unesp e tem como objetivo expor os avanços das pesquisas envolvendo as áreas de biomedicina e da saúde em geral, além de promover a troca de experiências entre os participantes.

Na programação, estão previstos um curso pré-congresso, minicursos, palestras, simpósios, cursos de atualização e a sessão “converse com o professor”.

As inscrições vão até 20 de setembro.

Inscrições e programação completa podem ser acessadas em http://www.enbm.com.br

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Na trilha do Mayaro

Estudo elucida maneira como vírus endêmico da floresta amazônica entra nas células. Trabalho é primeiro passo para entender o ciclo biológico desse agente infeccioso que se espalha para centros urbanos, como Manaus.
Por Fred Furtado


Representação de um ‘Alphavirus’, gênero ao qual pertence o
Mayaro, vírus endêmico da floresta amazônica e cuja infecção
provoca sintomas semelhantes aos da dengue. (imagem: CDC)

Embora não tenha muitos casos registrados no mundo, a febre de Mayaro, doença que causa sintomas similares aos da dengue, já atinge centros urbanos no Brasil. Mas pouco se sabe sobre o ciclo biológico de seu agente infeccioso, o vírus Mayaro, endêmico da floresta amazônica. Esse quadro começa a mudar com um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os pesquisadores identificaram o mecanismo de entrada do vírus em células de macaco-verde africano (Chlorocebus sabaeus) – os macacos são os prováveis reservatórios do Mayaro. Apresentado na 28ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe) na semana passada em Caxambu (Minas Gerais), o trabalho é o primeiro passo para elucidar a via de infecção do microrganismo e pensar em uma estratégia antiviral.

O Mayaro é um alfavírus cuja infecção provoca febre, dor de cabeça e fotofobia, além de erupções na pele, por 3 a 5 dias, mas gera dores nas articulações dos indivíduos por meses após o vírus ter sido debelado. “Apesar não haver mortalidades relacionadas a essa doença, os indivíduos são afetados por um longo período”, revelou o biomédico Carlos A. M. Carvalho, doutorando do Laboratório de Biologia Estrutural de Vírus da UFRJ, que realiza a pesquisa.

Desde que o vírus Mayaro foi descoberto, em 1954 em Trinidad e Tobago, foram registrados mil casos da doença. Mas acredita-se que esse número esteja subestimado, devido à semelhança dos sintomas com os da dengue. Segundo Carvalho, o vírus é transmitido por mosquitos do gênero Haemagogus e sua infecção em humanos seria acidental, resultado de incursões de trabalhadores, turistas etc. na floresta. Contudo, estudo de 2011 reportou que 33 casos de febre de Mayaro ocorreram entre 2007 e 2008 em Manaus e que esse número poderia representar apenas a ponta do iceberg.

“Há a suspeita de que esse vírus também seria transmitido pelo Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, o que ampliaria o alcance da doença”, observou o biomédico. Carvalho contou que algo similar ocorreu com outro alfavírus, o Chikungunya. Normalmente transmitido pelo Aedes aegypti, ele teria sofrido uma mutação que permitiu sua transmissão pelo Aedes albopictus. “Houve uma epidemia recente de Chikungunya na Itália que está sendo atribuída ao albopictus”, reforçou.

Rastreando a fluorescência

O primeiro passo para entender o ciclo biológico do vírus é saber como ele entra nas células. Carvalho explicou que há duas maneiras para isso acontecer: fusão ou endocitose. Na primeira, o vírus funde seu envelope, um pedaço de membrana celular que ele ‘rouba’ quando deixa uma célula, com a membrana da nova célula a ser infectada. A fusão libera no citoplasma da célula a estrutura proteica (chamada capsídeo) que guarda o RNA do vírus.

Na endocitose, o vírus é englobado pela célula e fica contido em uma vesícula. Seu envelope então se funde com a membrana desse compartimento e libera o capsídeo no citoplasma. “Para saber qual desses dois métodos é usado pelo Mayaro, marcamos o envelope do vírus com uma molécula fluorescente, a DiD”, disse Carvalho.

O biomédico explicou que, quando duas ou mais unidades de DiD estão próximas, elas cancelam suas respectivas fluorescências. À medida que se afastam uma da outra, elas recuperam a habilidade de emitir luz. “Usando microscopia de fluorescência confocal, podemos acompanhar em tempo real o processo e distinguir se há fusão ou endocitose, porque quando o envelope se funde com a membrana ou a vesícula, ele dilui a DiD e esta se torna fluorescente”, completou.


Vírus Mayaro marcado com molécula fluorescente (em vermelho) 
invadindo por endocitose uma célula de macaco. 
(foto: Carlos A. M. Carvalho)

Os experimentos revelaram que o Mayaro não só segue o caminho da endocitose, como também o faz de maneira rápida, levando apenas três minutos entre a entrada na célula e a liberação do capsídeo no citoplasma. “Ele é mais veloz que os vírus da dengue e da gripe”, ressaltou Carvalho, para quem a endocitose é mais vantajosa para o Mayaro, já que impede que as proteínas que o vírus insere no envelope sejam identificadas pelo sistema imune, o que aconteceria se houvesse fusão com a membrana celular.

As próximas etapas da pesquisa envolvem marcar o capsídeo e o RNA do Mayaro para rastrear o resto do processo de infecção. “Já estamos trabalhando na primeira, mas marcar o ácido nucleico é bem mais complicado e ainda não temos uma previsão de sua realização”, concluiu Carvalho.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Graças a um algoritmo, é possível escutar o vírus HIV no piano, dançar ao ritmo do colágeno e bactérias podem entoar hino nacional argentino

Graças a este algoritmo é possível escutar o vírus HIV no piano (Foto: Thinkstock)


Buenos Aires, 21 ago (EFE).- Cientistas argentinos conseguiram transformar, graças a um algoritmo, o hino nacional em informação não genética que pode ser armazenada no DNA de uma bactéria e, a partir dali, recuperada novamente em forma de música.

O projeto foi realizado por um grupo de alunos e pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Universidade Argentina da Empresa (UADE), em Buenos Aires.

Além disso, desenvolveram uma ferramenta online para que qualquer pessoa possa transformar música em formato genético de DNA (ácido desoxirribonucleico) e vice-versa.

Graças a este algoritmo é possível, por exemplo, escutar o vírus HIV no piano ou dançar ao ritmo do colágeno.

"Queríamos demonstrar que era possível armazenar informação não biológica em DNA utilizando ferramentas informáticas simples", explicou Federico Prada, diretor da licenciatura em Bioinformática da UADE e responsável pelo projeto.

Prada explicou que a equipe usou como base duas publicações recentes das revistas "Science" e "Nature" para desenvolver seu próprio algoritmo.

"A obra musical selecionada era um detalhe menor, mas optamos pelo hino nacional argentino porque este ano é o bicentenário de sua criação e queríamos fazer uma homenagem", afirmou Prada.

"Possivelmente, a característica mais importante das bactérias é a capacidade de duplicar a informação genética a cada 20 minutos. São nossas 'fotocopiadoras de informação'. Em uma noite de crescimento e divisão celular, poderíamos conseguir uma cópia do hino para cada habitante do planeta terra", concluiu.

Federico Prada coordenou as ações dos estudantes de Bioinformática Guido de Luca e Verónica Di Mateo e da docente Julieta Nafissi.

Guido de Luca explicou que o algoritmo, disponível no site http:// adnmusica.uade.edu. ar/, além de permitir transformar a música em informação armazenável no DNA, também guarda dados sobre a duração e o volume das notas.

O estudante acrescentou: "Hoje, (a ferramenta) só aceita informação musical em formato MIDI, mas estamos trabalhando para que possa aceitar qualquer informação digital".

Segundo Julieta Nafissi, introduzir a informação não afeta a bactéria. "A bactéria só atua como um condutor, como uma biblioteca portadora de informação. As estantes de madeira que sustentam os livros em uma biblioteca não sabem ler, mas funcionam muito bem como suporte de informação", disse.

A pesquisadora afirmou que "também não afetaria uma pessoa", mas que "o projeto não está pensado para utilizar pessoas como transportadores de informação não biológica".

A bactéria se transformou em um organismo transgênico que contém uma molécula de DNA recombinante: uma parte natural e outra modificada pelo homem.

O primeiro passo foi encontrar um algoritmo que permitisse transformar música em uma sequência composta por nove bases de DNA.

Estas sequências partem da combinação de quatro nucleotídeos, identificados com as letras A, C, G e T, que contêm informação sobre o tom e a duração de cada nota.

Não só conseguiram transformar a partitura do hino nacional argentino em uma extensa sucessão de letras como também descobriram uma forma de traduzir qualquer outra composição para a linguagem genética.

No dia 11 de maio de 1813, a Assembleia Geral Constituinte e Soberana da Argentina sancionou como hino nacional a canção patriótica com letra de Vicente López e Planes e música de Blas Parera.

O hino foi apresentado pela primeira vez na casa de Mariquita Sánchez de Thompson, que entoou as primeiras estrofes, três dias depois.

Por Sebastián Meresman | EFE – qua, 21 de ago de 2013.
Fonte: Yahoo Notícias 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Por que cientistas criam animais que brilham no escuro?

Certos genes, embora possam ter grande impacto no organismo, não apresentam qualquer manifestação visível. Para facilitar sua verificação, muitos geneticistas, ao inserir material genético no DNA de animais, acrescentam um gene responsável por tornar certas águas-vivas fluorescentes quando expostas a luz ultravioleta.

Cães, gatos, porcos, macacos, ratos, bichos-da-seda e, mais recentemente, coelhos (em experimento realizado por cientistas da Universidade de Istambul, Turquia) já entraram na lista de animais “brilhantes”.

Essa estratégia ajuda a confirmar que uma transferência de material genético foi bem-sucedida. Foi usada, por exemplo, por pesquisadores da Mayo Clinic (EUA), que criaram, por meio de terapia genética, gatos resistentes ao FIV (a “versão felina” do HIV).

Em outros casos, o “gene fluorescente” é inserido não apenas para verificação, mas com o objetivo de criar um material que brilhe, como no caso de bichos-da-seda modificados para produzir matéria-prima fluorescente. [Discovery]

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Estudo mostra que mutação genética pode causar inaptidão esportiva

Brasília – A mutação genética pode causar inaptidão esportiva, indicam estudos desenvolvidos pelo pesquisador do Instituto do Coração de São Paulo (Incor) Rodrigo Dias. A descoberta mostra como determinada mutação no gene, que diminui o fluxo sanguíneo e dificulta a absorção de oxigênio, pode indicar se uma pessoa tem um futuro promissor como atleta, e mesmo se corre o risco de ter alguma doença cardíaca.

A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Dias e tem causado impacto no campo da cardiologia, ao relatar que cerca de 8% das pessoas avaliadas apresentam alteração no código de um dos genes mais importantes para o bom funcionamento do sistema cardiovascular. Com o estudo, o médico foi o vencedor do Prêmio Jovem Cientista 2012, na categoria graduado. O trabalho, ainda em curso, vai rastrear os genomas de novos recrutas na Escola Preparatória da Polícia Militar de São Paulo durante 21 anos.

“Lemos o código genético deles e identificamos pequenas mutações. Também conseguimos, de forma bem simplificada, ler a velocidade em que cada um dos 25 mil genes que compõem o genoma humano está trabalhando – tanto em estado sedentário, quanto posteriormente a um exercício físico”, explicou o pesquisador à Agência Brasil.

Segundo Rodrigo Dias, a dilatação das artérias é uma resposta natural e esperada do organismo durante o exercício físico. “Nós identificamos uma mutação genética nesse gene, que contribui para a dilatação das artérias, e provamos que indivíduos portadores dessa mutação, quando fazem exercício físico, as artérias não dilatam da forma normal, quando comparados àqueles indivíduos que não têm a mutação genética.”, disse.

O estudo detalha porque há indivíduos que se adaptam mais às atividades físicas do que outros e também porque há pessoas que tiram mais proveito dos exercícios. Dias destaca que o estudo ganhador do prêmio Jovem Cientista é resultado de diversas pesquisas que avaliam a relação entre genes e exercício físico.

“O que explica isso são pequenas diferenças nos códigos genéticos que carregamos. O atleta pode fadigar precocemente porque o músculo das pernas está recebendo um aporte de sangue menor, que não é o ideal para se manter em atividade como em uma maratona, por duas horas e meia”, acrescentou.

Em outra categoria do prêmio, o estudante do ensino médio João Pedro Wieland, 15 anos, foi vencedor com o aplicativo capaz de selecionar as músicas salvas em um smartphone de acordo com as necessidades físicas de atletas profissionais e amadores no momento da atividade. A tecnologia permita ao atleta escolher uma música de acordo com o cansaço ou a disposição.

Na edição do Prêmio Jovem Cientista deste ano, o tema está voltado para a busca de soluções para os problemas ocasionados pela má gestão dos recursos hídricos. As inscrições podem ser feitas pelo site do programa até 30 de agosto.

Na categoria mestre e doutor, os vencedores receberão R$ 30 mil (1º lugar), R$ 20 mil (2º lugar) e R$ 15 mil (3º lugar). Para estudantes do ensino superior, os valores são R$ 15 mil (1º lugar), R$ 12 mil (2º lugar) e R$ 10 mil (3º lugar). Estudantes do ensino médio classificados nos três primeiros lugares ganham notebooks. Em 2013, serão distribuídos mais de R$ 700 mil em prêmios. A divulgação dos resultados será feita em novembro.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: Portal EBC

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Carência imunitária é associada a diversos fatores

ENTREVISTA COM LORENA VIANA MADEIRA

Seja por pré-disposição genética ou doenças tópicas, é preciso manter a imunidade a fim de evitar infecções

Como funciona o sistema imunológico, quais suas funções e qual o papel dos anticorpos nesse processo?

As superfícies mucosas representam uma extensa área de interface entre os ambientes externo e interno do organismo. Elas agem como uma barreira à entrada de componentes nocivos, mas permitem a troca de gases, a absorção de nutrientes e água, a eliminação de metabólitos (o que resta do metabolismo das substâncias nos organismos vivos). Por isso, as mucosas estão totalmente integradas ao sistema imune. Diariamente, por meio da alimentação, respiração e contato com o ambiente, entramos em contato com grande quantidade e variedade de proteínas e outras moléculas estranhas ao nosso organismo que podem despertar uma resposta imune, além de partículas e micro-organismos potencialmente patogênicos. As mucosas também são povoadas por uma rica microbiota natural (micro-organismos) e não patogênica. O organismo não só convive em perfeita harmonia com essa microbiota, mas também depende dela para digestão de certos componentes da dieta, obtenção de nutrientes, síntese de vitamina k. Essa manutenção de uma ecologia intestinal dificulta a colonização de micro-organismos patogênicos. Portanto, a microbiota exerce papel fundamental no desenvolvimento do sistema imune das mucosas. As células, que constituem o sistema imune, se distribuem ao longo do corpo predominantemente nos órgãos linfoide, considerados centrais (timo e medula óssea) ou periféricos (baço, linfonodos e os tecidos linfoides). O sistema imune nos garante a defesa contra micro-organismos que temos contato, seja direto na pele, inalação pelas vias aéreas ou ingestão durante a alimentação. Ele também pode ser ativado pelas vacinas imunizantes que estimulam a produção de anticorpos evitando as doenças.

Existem pessoas mais predispostas a terem a imunidade mais baixa do que outras? Por quê?

Sim. Existem várias doenças de sistema imune, já reconhecidas em decorrência dos grandes avanços nas áreas de imunologia, biologia molecular e imunogenéticas. Como existem tantas diferentes, as imunodeficiências acabam representando um problema de saúde importante e ocorrem com uma frequência comparável a de leucemia e linfoma, sendo mais frequente que a fibrose cística. Há doenças de imunodeficiência primárias e secundárias. A primária é genética. Assim, o indivíduo já nasce predisposto a tal carência imunológica. Entre as doenças apresentadas, estão as infecções recorrentes na infância, principalmente em crianças que frequentam creches e escolinhas; exposição passiva à fumaça de cigarro; doenças alérgicas; rinite alérgica; asma brônquica; dermatite atópica; defeitos anatômicos; corpo estranho; refluxo gastro-esofágico ou refluxo faringo-laríngeo; fibrose cística. Já as secundárias têm como causas principais: desnutrição; AIDS; uso de medicamentos imunossupressores; enteropatias perdedoras de proteínas (doenças intestinais inflamatórias); síndrome nefrótica (conjunto de sinais e sintomas relacionados a doenças renais); anemia falciforme; asplenia (referente ao não funcionamento do baço); hipovitaminose A; deficiência de zinco, lúpus; neoplasia (câncer); além de queimaduras e fraturas expostas.

Quais os principais sintomas que surgem devido a baixa imunidade e por qual motivo ocorrem?

Os quadros respiratórios são as infecções mais frequentes nos pacientes suspeitos de imunodeficiência e devem ser avaliados com cuidado, pois resultam em complicações como sinusite crônica, otite, mastoidite (infecção no osso temporal mastoide) e bronquites. A bronquiectasia (infecção nos brónquios) pode também se desenvolver precocemente, resultando na eliminação de secreção purulenta e tosse persistente. Quando os sintomas de infecções respiratórias ocorrem com frequência, os quadros alérgicos devem ser investigados. Caracterizam-se por ausência de febre, coriza clara não- purulenta ou outros sintomas alérgicos e história familiar positiva para alergia. Infecções bacterianas graves (pneumonia, septicemia, meningite, osteomielite - inflamação óssea) podem acompanhar os quadros respiratórios dos imunodeficientes. Diarreias, má absorção alimentar, vômitos, por vezes acompanhados de retardo do crescimento e pouco ganho de peso, sugerem a ocorrência de imunodeficiência de maior gravidade. A pesquisa de dados epidemiológicos sugestivos de infecção pelo HIV, como transfusão sanguínea dos pais ou na criança, uso de drogas ou promiscuidade por parte dos pais deve ser sempre incluída. Algumas imunodeficiências são detectadas em crianças aparentemente saudáveis. A hipotrofia dos órgãos linfoides (pouca nutrição dos órgãos que originam as células imunes - linfócitos) também deve ser reconhecida. O fígado e o baço podem estar aumentados. Algumas doenças imunológicas são acompanhadas de anomalias no desenvolvimento da face, esqueletos, coração e pigmentação da pele. Lesões cicatriciais de abscessos cutâneos, micose superficiais persistentes, petéquias (pontos pequenos causados por leves hemorragias) ou rash cutâneo crônico (erupções cutâneas) podem estar associados à imunodeficiência.

Faça uma avaliação dos riscos e benefícios das imunizações (vacinas), nos pacientes com imunodeficiência:

A prescrição de vacinas para os imunocomprometidos deve ser feita com base na avaliação dos riscos e benefícios da imunização. Normalmente, as vacinas são contraindicadas a indivíduos que apresentam doença moderada ou grave, como imunodeficiência congênita combinada ou imunodepressão secundária e quimioterápica, radioterapia ou neoplasias malignas. Nessas condições a administração de vacinas contendo micro-organismos vivos apresenta alto risco com efeitos adversos (incluindo óbito), devido à disseminação dos agentes vivos atenuados. Além disso, na imunodepressão grave, observam-se baixa imunogenicidade (resposta à produção de anticorpos) das vacinas e rápida queda nos títulos de anticorpos. Por outro lado, os imunodeprimidos compõem uma população de altíssimo risco para infecções causadas por diversos micro-organismos. Por isso, mesmo com baixa eficácia, algumas vacinas podem vir a beneficiá-los. Caso das vacinas com agentes vivos (BCG, sabin, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, febre amarela, febre tiroide, rotavírus).

Há relação entre baixa imunidade e quadros alérgicos?

Geralmente, as pessoas tendem a achar que pacientes alérgicos têm baixa imunidade. Na verdade, nas doenças alérgicas ocorre uma desorganização do sistema imunológico. Os alérgicos produzem muito o anticorpo E (IgE). Isso leva a um processo inflamatório crônico que pode predispor a infecções de repetição. Então, devemos valorizar os sintomas alérgicos e tratá-los precocemente para evitar complicações. Os pacientes com rinite podem evoluir para sinusite e otite de repetição, pneumonia e aumento de risco de asma. Os pacientes com dermatite atópica podem ter infecções na pele por bactérias, fungos e vírus que pioram as lesões e a coceira da pele. Mas a deficiência seletiva de IgA e deficiência de subclasses de IgG estão frequentemente associadas a quadros alérgicos como asma brônquica. Outras imunodeficiências também cursam com quadros cutâneos e eczemas.

Quais doenças ou síndromes estão associadas à imunodeficiência? Como é possível contornar a imunodeficiência nesses casos?

Para contornar ou melhorar as imunodeficiências secundárias é necessário o reconhecimento e tratamento da doença de base. Muitas imunodeficiências associadas a doenças genéticas e alterações em um único gene ou uma combinação de defeitos podem ser a causa do defeito imunológico. A síndrome de Down apresenta características clínicas conhecidas com chances elevadas de infecções, que sugerem alterações imunológicas: redução da atividade de fagócitos e do número de anticorpos, que podem se originar ao longo da vida, e se assemelhar àqueles presentes no envelhecimento. Nos diabéticos, as principais alterações imunológicas incluem anormalidades na função antibacteriana dos polimorfonucleares, descritas como alterações nas etapas da função fagocitória e função microbicida.

Como a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses do bebê auxiliam na imunidade? Uma dieta inadequada nesse período pode causar problemas futuros de imunodeficiência?

O aleitamento materno protege o lactente durante a vigência da lactação através de uma proteção passiva (anticorpos prontos da mãe para o bebê), diminuindo as infecções, principalmente diarreias agudas e persistentes, septicemias (infecções generalizadas), doenças respiratórias e reduzindo a taxa de mortalidade infantil. Além de produzir efeitos a longo prazo diminuindo o desenvolvimento de alergias. A microflora intestinal da criança amamentada é peculiar. Componentes prebióticos presentes no leite humano estimulam a proliferação de bactérias benéficas, reduzindo o ph intestinal e inibindo a proliferação de bactérias patogênicas. O estabelecimento de uma boa microflora nos primeiros meses de vida tem a capacidade de favorecer a maturação do sistema imune da criança com repercussão a curto e longo prazo. O leite humano apresenta anticorpos contra inúmeros micro-organismos com os quais a mãe entrou em contato durante toda a sua vida (memória imunológica). Então, existe um trânsito de células de defesa com níveis elevados de anticorpo dirigidos aos patógenos (micro-organismos, bactérias e vírus) causadores de gastroenterites e doenças respiratórias. Já uma dieta inadequada nesta fase da vida (primeiros 6 meses) pode não levar a uma imunodeficiência, mas esse recém-nascido pode ser exposto a vírus ou bactérias e, por isso, ter maior risco em adquirir infecções, desenvolver doenças alérgicas crônicas e ter um processo de crescimento com complicações.

O que recomenda para manter a imunidade em boas condições?

Aleitamento materno; vacinação em dia (em recém-nascidos, bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos). Alimentação saudável e atividade física são fundamentais nesse processo, além das formas de prevenção (tratamento de doenças crônicas - anemias, diabetes, desnutrição, doenças alérgicas, cirroses, AIDS, etc). Também é aconselhável evitar a automedicação, a privação do sono e o estresse, sem falar do uso de drogas ilícitas, do tabagismo e do alcoolismo.

SAIBA MAIS

Vitamina A - Sua deficiência leva à diminuição da imunidade celular e da resposta à imunização. A carência de vitamina A está relacionada ao aumento da gravidade e mortalidade por doenças infecciosas.

Vitamina B - A deficiência de vitaB6 está associada às alterações imunológicas em idosos, portadores de HIV, artrite reumatoide e uremia.

Vitamina C - Sua deficiência afeta a imunidade celular (ação leucócitos "soldados brancos") e humoral (anticorpos).

Vitamina D - É considerada a maestrina da imunidade.

Vitamina E - Protege as células contra toxinas e radicais livres, responsáveis por infecções virais.

FIQUE POR DENTRO

Diferenças entre imunidade inata e adaptativa

Segundo a diretora do Centro de Pneumologia e Alergia do Ceará e da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Lorena Viana Madeira, manter a vida dos diferentes seres vivos implica na necessidade de mecanismos de defesa. A capacidade de combater diversos agentes patogênicos é denominada imunidade.

A imunidade inata é aquela em que as células fagocitárias promovem a ingestão do agente patogênico, que gera a desintegração do agente fagocitado, impedindo a disseminação. Ela pode ser potencializada pela via alternativa do complemento (proteínas que produzem reação semelhante à coagulação), atuando como coadjuvante no processo de eliminação dos micro-organismos indesejados. Desse modo, mais células inflamatórias melhoram a agressão ao patógeno (micro-organismo, parasitas, células neoplásicas) e amplificam a capacidade defensiva.

Já a imunidade adaptativa é a habilidade de adaptar-se aos agentes agressores e responder de modo rápido e eficaz a um segundo contato. Essa resposta imune adquirida apresenta um caráter cognitivo, ou seja, aprende com a experiência e tem memória, garantindo longa expectativa de vida. "O sistema imunológico do ser humano depende dos dois ramos: o Inato e o Adaptativo", diz a presidente da Câmara Técnica de Alergia e Imunologia do Conselho Regional de Medicina do Ceará (CREMEC). 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Biópsia que procura células com câncer no sangue é testada em SP

Um simples exame de sangue poderá, no futuro, ajudar a diagnosticar um câncer, definir o melhor tratamento para cada paciente e acompanhar a resposta à terapia.

Essa é promessa da chamada biópsia líquida, que analisa as células tumorais que circulam no sangue.

A área ganhou mais atenção nos últimos anos graças às novas tecnologias que permitem encontrar e capturar essas células, que são raras – há cerca de uma célula tumoral em 1 bilhão de células sanguíneas normais.

No país, o primeiro estudo dessas células está sendo conduzido no A.C. Camargo Câncer Center, em São Paulo.

A pesquisa já começou a colher o sangue de 230 pacientes com câncer avançado de pulmão, pâncreas e colorretal para comparar as amostras com as de pessoas sem a doença. O objetivo é analisar essas células antes e depois do início do tratamento.

“Essa célula tumoral no sangue pode ser o espelho do tumor, com a vantagem de não precisar ficar fazendo biópsia no paciente”, diz Marcello Fanelli, diretor de oncologia clínica do A.C.Camargo.

Ele explica que as células tumorais podem aparecer na corrente sanguínea em tumores em estágio inicial, mas tendem a ser mais numerosas nos casos avançados.

As aplicações podem ser muitas, mas Fernando Soares, diretor de anatomia patológica do A.C. Camargo e líder do estudo, acredita que o método poderá ser mais útil para monitorar a resposta terapêutica do paciente.

“Poderíamos acompanhar a evolução do paciente só pelo exame de sangue, à medida que os níveis de células tumorais caem ou sobem”, diz Ludmilla Domingos Chinen, bioquímica e pesquisadora do hospital.

O teste seria menos danoso do que exames de imagem com radiação e, no futuro, poderia até ser mais barato.


Soares diz que outra aplicação é o estudo da biologia dos tumores por meio das características das células, o que pode levar a um tratamento mais personalizado.

“Se pudermos classificá-las, poderemos dizer quais tumores respondem aos diferentes tratamentos”, diz Shyamala Maheswaran, professora do Hospital Geral de Massachusetts, da Escola Médica de Harvard. Ela esteve nesta semana em São Paulo em um simpósio de patologia.

MÉTODOS – Maheswaran e colegas desenvolveram um microchip que permite separar essas células. Os cientistas já contam com o apoio da Johnson & Johnson para a manufatura do produto, ainda usado apenas em pesquisas.

Há também formas mais simples, como filtros que separam as células tumorais, em geral maiores, das outras. É esse o método usado no A.C. Camargo.

Mas, para Maheswaran, tamanho não é documento nesse caso, porque as células tumorais são heterogêneas e o filtro pode deixar escapar as pequenas. De qualquer forma, os especialistas concordam que os métodos precisam de mais refinamento.

Para Soares, quando a forma de captura das células for eficiente, a biópsia líquida abrirá um campo amplo, mas junto virão questões éticas.

“Talvez vamos enfrentar dúvidas como se valerá a pena tratar alguém que tenha só recidiva molecular, sem que outros exames mostrem tumor. Vamos fazer mais mal do que bem?”

(Folha Online)

Fonte: Jornal Pequeno (Edição 24,486, Ano 62 – quarta-feira, 14 de agosto de 2013).
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