quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Feliz Natal

A Biblioteca do Instituto Biomédico deseja a todos os alunos, professores e funcionários da universidade, um natal repleto de alegria, felicidade e paz. Que o Natal seja tempo de repartir as alegrias e renovar as esperanças. Um feliz natal com boas vibrações e muito amor.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Droga usada para tratar câncer apresenta efeito contra leishmaniose

Por Karina Toledo

Macrófagos infectados in vitro com Leishmania braziliensis
(Imagem: Silvia Reni Bortolin Uliana)
Agência FAPESP – Estudos pré-clínicos realizados no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) mostraram que o tamoxifeno – droga normalmente usada no tratamento de tumores na mama – pode ser uma ferramenta poderosa contra a leishmaniose.

O grupo pretende agora, em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), dar início ao primeiro ensaio com humanos, no qual o tamoxifeno será testado em associação com antimoniato de meglumina, medicamento considerado de primeira escolha para tratar a doença atualmente.

“Tanto o antimonial como a anfotericina B – as principais opções terapêuticas disponíveis contra a leishmaniose – são drogas caras, muito tóxicas e precisam ser administradas por via parenteral. Nossa ideia de associar o antimônio com o tamoxifeno é conseguir o mesmo resultado com uma dose bem menor, o que diminuiria também os efeitos colaterais”, explicou Silvia Reni Bortolin Uliana, coordenadora do projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP.

A leishmaniose é uma doença infecciosa causada por parasitas do gênero Leishmania e transmitida pela picada do mosquito-palha (gêneros Lutzomyia e Phlebotomus). Dependendo da espécie do parasita causador da infecção, a manifestação pode ser cutânea, na forma de feridas na pele localizadas principalmente nas partes descobertas do corpo, ou visceral, acometendo órgãos como fígado, baço e medula óssea.

Segundo Uliana, professora associada do ICB-USP, dados da literatura apontam uma taxa de sucesso de apenas 55% no tratamento da leishmaniose cutânea com antimônio no Brasil. Embora não existam dados precisos para a leishmaniose visceral no país, também nesse caso as drogas disponíveis atualmente são consideradas pouco eficazes.

“Iniciamos há cerca de dez anos uma triagem de novos compostos candidatos para o tratamento da leishmaniose. Cerca de dez substâncias que mostraram ação contra o parasita in vitro foram testadas em animais e, dessas, o tamoxifeno foi a que apresentou os melhores resultados”, contou Uliana.

O quimioterápico foi incluído no screening inicial por haver evidências de que, além de interagir com os receptores do hormônio estrogênio – motivo pelo qual ele é usado no tratamento do câncer de mama –, ele também altera o pH em determinadas organelas das células tumorais, deixando-o alcalino.

“Sabemos que a leishmania precisa de um ambiente ácido para sobreviver no organismo hospedeiro. Então imaginamos que o tamoxifeno poderia modificar o pH nos vacúolos onde o parasita se instala, prejudicando seu metabolismo. Isso foi confirmado nos testes subsequentes, mas, aparentemente, este não é o único mecanismo pelo qual o tamoxifeno atua. Parece ser uma ação multifatorial, que ainda estamos investigando”, contou Uliana.

Testes pré-clínicos

Após o sucesso nos testes in vitro, o grupo do ICB-USP decidiu testar o tamoxifeno em modelos animais. Em camundongos, a droga foi usada no tratamento de infecção pela Leishmania braziliensis e pela Leishmania amazonenses – ambas causadoras da forma cutânea da doença. Em um modelo de hamster, o tamoxifeno foi usado contra a Leishmania chagasi, causadora da forma visceral.

Os resultados foram descritos em artigos publicados nas revistas PLoS Neglected Diseases e Journal of Antimicrobial Chemotherapy.

“No modelo de leishmaniose cutânea, o parasita era injetado na pata ou na base da cauda ou no pavilhão auricular e, no local, os animais desenvolviam uma lesão que se transformava em úlcera. O tratamento com tamoxifeno era iniciado quando os roedores já estavam com sintomas e mantido por 15 a 20 dias. Depois, o animal era acompanhado por mais 3 meses para termos a certeza de que a lesão não voltaria”, disse Uliana.

No modelo de infecção por L. braziliensis, o grupo tratado com tamoxifeno apresentou uma redução de 99% na carga parasitária quando comparado ao controle, que apenas recebeu placebo. Além disso, houve redução no tamanho máximo da lesão na pele e uma evolução mais rápida para a cura nos animais tratados, em comparação com o grupo controle.

Já no modelo de L. amazonenses, no qual os animais desenvolvem feridas mais agressivas e que não se curam sozinhas, o tamoxifeno conseguiu promover redução significativa no tamanho das lesões em comparação ao controle. Também houve redução de 99,7% na carga parasitária dos animais tratados.

Nos hamsters infectados com a L. chagasi, os pesquisadores avaliaram o fígado e o baço e verificaram redução de 95% a 98% na carga parasitária dos animais tratados com tamoxifeno.

“Embora os testes com animais tenham sido bastante promissores, ainda não é possível inferir o que aconteceria em humanos. Por isso estamos agora desenhando um ensaio clínico que será realizado em parceria com o professor Edgar Marcelino de Carvalho, da UFBA. O tamoxifeno será testado em associação com o antimonial”, afirmou Uliana.

Para ter certeza de que usadas em conjunto as drogas não teriam um efeito antagônico, foram realizados testes com os mesmos modelos animais de leishmaniose cutânea e visceral.

Em um artigo publicado este ano no Antimicrobial Agents and Chemotherapy, foram descritos os resultados da associação do tamoxifeno com a anfotericina B. Os resultados dos testes com a associação de tamoxifeno e antimonial em roedores devem ser publicados em breve.

“De maneira geral, com apenas um terço da dose normal de cada uma das drogas, conseguimos obter o mesmo efeito do verificado com o tamoxifeno usado de maneira isolada”, contou Uliana.

Aperfeiçoamento

O efeito do raloxifeno – outro modulador dos receptores de estrogênio indicado para tratamento de osteoporose – foi testado pelo grupo do ICB-USP no combate a parasitas do gênero Leishmania.

“A ação não foi tão boa quanto a do tamoxifeno, mas os resultados serviram de base para outros estudos nos quais tentamos entender qual parte dessas moléculas é importante para a ação antileishmania”, explicou Uliana.

Os pesquisadores do ICB-USP obtiveram com o laboratório farmacêutico Eli Lilly um painel com cerca de 150 moléculas estruturalmente relacionadas com o tamoxifeno e com o raloxifeno e verificaram que a parte das moléculas que interage com os receptores de estrogênio não é importante para a ação contra o parasita.

“Esse é um resultado muito bom, pois significa que podemos modificar a droga e tirar a parte que interfere com o hormônio. Dessa forma, o medicamento ficaria mais seguro para tratar crianças ou mulheres em idade fértil”, disse Uliana.

Em um artigo publicado em 2013 na revista Chemical Biology & Drug Design, os pesquisadores descrevem outros fatores que podem ser modificados na estrutura do tamoxifeno para potencializar sua ação antiparasitária.

“Com base nesse conhecimento, pretendemos sintetizar novos compostos que poderão ser ainda mais potentes que o tamoxifeno e não vão interferir com a parte hormonal”, disse Uliana.

Os resultados das pesquisas conduzidas pelo grupo do ICB-USP foram apresentados na sede da FAPESP no dia 13 de novembro, durante o workshop “Frontiers in Science on Neglected Diseases” (Leia mais em: http://agencia.fapesp.br/cientistas_avaliam_parceria_para_desenvolver_drogas_contra_doencas_negligenciadas/20246/)

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Butantan abre Programa de Aprimoramento Profissional na área da saúde

O Instituto Butantan está com inscrições abertas, até 12 de dezembro, para o seu Programa de Aprimoramento Profissional (PAP), que tem como objetivo complementar a formação universitária de profissionais da área da saúde, oferecendo aspectos não contemplados no currículo universitário.

São 40 horas semanais de atividades ao longo de um ou dois anos e o participante recebe uma bolsa mensal de R$ 1.044,70.

Podem se inscrever profissionais formados a partir de 2012 nos cursos de Administração Hospitalar, Biologia, Biomedicina, Bioquímica, Biblioteconomia, Biotecnologia, Ciências Moleculares, Ciências da Informação e Documentação, Ciências da Natureza, Ciências Sociais, Engenharia, Enfermagem, Farmácia, Gestão Ambiental, História, Medicina Veterinária, Museologia, Pedagogia, Química e Zootecnia.

Há 14 programas disponíveis, em cinco áreas: pesquisa em Ciências da Saúde; desenvolvimento tecnológico para produção e controle de imunobiológicos e biofármacos; biotecnologia em saúde; Museologia e divulgação; e biotérios.

O processo seletivo inclui prova escrita, análise do currículo e entrevista.

As inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo site www.butantan.gov.br. O edital pode ser lido em http://www.butantan.gov.br/wp-content/uploads/2014/11/Edital_PAP_2015.pdf

Fonte: RedeNotícia

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Documentos e manuscritos de Charles Darwin estão disponíveis na internet

Equipe de museu faz parceria com cientistas para divulgar obras que antecederam 'A Origem das Espécies'

Em 2014, a icônica “A Origem das Espécies” de Charles Darwin completou 155 anos desde sua publicação. No dia 24 de novembro de 1859, Charles Darwin divulgou o seu estudo sobre a evolução animal e sobre a seleção natural. Pensando no tamanho de sua importância, pesquisadores do American Museum of Natural History e do Darwin Manuscripts Project decidiram digitalizar e disponibilizar todos os escritos do cientista.


Trabalhando desde 2007 nisso, a equipe garante que 50% dos documentos já podem ser encontrados na rede. Em declaração oficial, o museu disse: “Os mais de 16 mil documentos acessíveis no site cobrem um período de 25 anos da história de Darwin. Essa foi a época que ele se convenceu dos conceitos de evolução, seleção natural, adaptação das espécies, árvores genealógicas e reuniu tudo em sua obra principal”.

No site, você poderá encontrar algumas curiosidades muito interessantes. Desenhos feitos em folhas; a primeira vez que “seleção natural” foi usada pela ciência; o primeiro título da publicação Origem das Espécies e muito mais. A equipe pretende finalizar o projeto até junho de 2015.

O time de pesquisa afirma: “O trabalho que Charles Darwin teve para escrever sua principal obra foi muito maior do que sentar com papel e caneta em uma mesa. O livro foi o fruto maduro de um prolongado processo de exploração científica, criatividade e interesse em evolução. Nós queremos mostrar todos esses manuscritos, queremos manter os dados massivos da pesquisa de Darwin vivos”.
Por Rennan A. Julio
Fonte: Galileu

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Robôs podem ajudar no combate ao Ebola?

O exército americano alistou uma nova arma assassina de micróbios e vírus no combate ao vírus Ebola: um robô com quatro rodas capaz de desinfectar um quarto em questão de minutos, emitindo raios ultravioletas.

Mais alto e fino que o famoso R2D2, da série "Guerra nas Estrelas", o robô Xenex é usado em três centros médicos militares, assim como em 250 hospitais americanos, para destruir agentes patogênicos.

Emitindo 1,5 pulsação por segundo em um perímetro de três metros, o robô usa um gás não tóxico, o xênon, para produzir raios ultravioletas que erradicam micróbios mais rápida e eficazmente do que uma equipe humana de limpeza, segundo médicos e especialistas.

Getty Images - O Robô Xenex, durante
um processo de desinfecção.
"O robô atualmente faz parte da nossa estratégia para combater o Ebola, mas poderá ser usado nos hospitais para combater outros agentes patogênicos causadores de infecções" nestes recintos, informou Alton Dunham, porta-voz da base militar de Langley, que adquiriu um destes robôs.

A luz ultravioleta é usada há várias décadas como uma opção de limpeza, mas estes novos robôs funcionam com o mineral xênon, mais ecológico do que as bombas a vapor de mercúrio, que têm uma ação mais lenta e são tóxicas, segundo o Xenex Disinfection Service, que fabrica estes aparelhos de nova geração.

Transporte de dejetos contaminados 

Os investigadores destacam que estes robôs limpadores são um exemplo das máquinas autônomas que poderiam ter um papel no combate à epidemia de Ebola, que deixou 5.459 mortos desde o início do ano com 15.351 infectados, segundo o último informe da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado na sexta-feira.

Em uma conferência acadêmica organizada em novembro pela Casa Branca, cientistas e trabalhadores humanitários explicaram que estes robôs podem retirar dejetos contaminados ou permitir ao pessoal médico tratar pacientes à distância.

O General dynamics land systems MUTT, um robô 4x4 usado para transportar mercadorias, pode ser enviado aos países mais afetados pelo vírus da febre hemorrágica, disse Robin Murphy, professor de informática e engenharia na Texas A&M University.

Os países mais afetados pelo vírus Ebola são Libéria, Guiné e Serra Leoa, na África ocidental.

"A principal lição é que estes robôs existem e poderiam ser imediatamente destinados para proteger o pessoal de saúde que trata do Ebola", acrescentou a funcionária em um informe.

O Ebola é transmitido por contato direto com fluidos corporais de um doente, razão pela qual se requer equipamentos de proteção específicos e cumprir procedimentos estritos para proteger médicos e enfermeiras.

Pelo menos 337 trabalhadores sanitários morreram contaminados pelo vírus de um total de 588 infectados.

"Os robôs poderiam reduzir o número de manipulações humanas de dejetos contaminados" e permitir aos pacientes ser limpos e monitorados à distância, limitando assim o contato com o pessoal médico, disse Murphy.

Mas os centros de saúde de Libéria e Serra Leoa estão longe do ideal para estes robôs, projetados para ambientes com internet sem fio, eletricidade à vontade, baterias e solos planos.

- Infecções hospitalares -

A expedição do robô Xenex na África não está prevista para breve, mas a epidemia de Ebola chamou a atenção para um problema mais amplo sobre as infecções hospitalares.

Centenas de pacientes morrem todo ano de doenças contraídas durante uma internação hospitalar, particularmente por causa da bactéria "Staphylococcus aureus".

Dezenas de hospitais que utilizaram o robô Xenex constataram uma redução das infecções nos hospitais, segundo Melinda Hart, porta-voz do fabricante do robô.

Seus raios ultravioleta podem desinfectar superfícies e esquinas de difícil acesso, destacou Hart. Além disso, prosseguiu, "o robô é capaz de eliminar o risco de erro humano".

O coronel Wayne Pritt, comandante do hospital da base aérea de Langley, indicou que o robô "adiciona um nível de segurança no processo de desinfecção que antes não era possível".

"No caso do Ebola, isto se traduziria em uma maior confiança dos pacientes e do pessoal" médico, afirmou o encarregado.

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