terça-feira, 27 de agosto de 2013

Graças a um algoritmo, é possível escutar o vírus HIV no piano, dançar ao ritmo do colágeno e bactérias podem entoar hino nacional argentino

Graças a este algoritmo é possível escutar o vírus HIV no piano (Foto: Thinkstock)


Buenos Aires, 21 ago (EFE).- Cientistas argentinos conseguiram transformar, graças a um algoritmo, o hino nacional em informação não genética que pode ser armazenada no DNA de uma bactéria e, a partir dali, recuperada novamente em forma de música.

O projeto foi realizado por um grupo de alunos e pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Universidade Argentina da Empresa (UADE), em Buenos Aires.

Além disso, desenvolveram uma ferramenta online para que qualquer pessoa possa transformar música em formato genético de DNA (ácido desoxirribonucleico) e vice-versa.

Graças a este algoritmo é possível, por exemplo, escutar o vírus HIV no piano ou dançar ao ritmo do colágeno.

"Queríamos demonstrar que era possível armazenar informação não biológica em DNA utilizando ferramentas informáticas simples", explicou Federico Prada, diretor da licenciatura em Bioinformática da UADE e responsável pelo projeto.

Prada explicou que a equipe usou como base duas publicações recentes das revistas "Science" e "Nature" para desenvolver seu próprio algoritmo.

"A obra musical selecionada era um detalhe menor, mas optamos pelo hino nacional argentino porque este ano é o bicentenário de sua criação e queríamos fazer uma homenagem", afirmou Prada.

"Possivelmente, a característica mais importante das bactérias é a capacidade de duplicar a informação genética a cada 20 minutos. São nossas 'fotocopiadoras de informação'. Em uma noite de crescimento e divisão celular, poderíamos conseguir uma cópia do hino para cada habitante do planeta terra", concluiu.

Federico Prada coordenou as ações dos estudantes de Bioinformática Guido de Luca e Verónica Di Mateo e da docente Julieta Nafissi.

Guido de Luca explicou que o algoritmo, disponível no site http:// adnmusica.uade.edu. ar/, além de permitir transformar a música em informação armazenável no DNA, também guarda dados sobre a duração e o volume das notas.

O estudante acrescentou: "Hoje, (a ferramenta) só aceita informação musical em formato MIDI, mas estamos trabalhando para que possa aceitar qualquer informação digital".

Segundo Julieta Nafissi, introduzir a informação não afeta a bactéria. "A bactéria só atua como um condutor, como uma biblioteca portadora de informação. As estantes de madeira que sustentam os livros em uma biblioteca não sabem ler, mas funcionam muito bem como suporte de informação", disse.

A pesquisadora afirmou que "também não afetaria uma pessoa", mas que "o projeto não está pensado para utilizar pessoas como transportadores de informação não biológica".

A bactéria se transformou em um organismo transgênico que contém uma molécula de DNA recombinante: uma parte natural e outra modificada pelo homem.

O primeiro passo foi encontrar um algoritmo que permitisse transformar música em uma sequência composta por nove bases de DNA.

Estas sequências partem da combinação de quatro nucleotídeos, identificados com as letras A, C, G e T, que contêm informação sobre o tom e a duração de cada nota.

Não só conseguiram transformar a partitura do hino nacional argentino em uma extensa sucessão de letras como também descobriram uma forma de traduzir qualquer outra composição para a linguagem genética.

No dia 11 de maio de 1813, a Assembleia Geral Constituinte e Soberana da Argentina sancionou como hino nacional a canção patriótica com letra de Vicente López e Planes e música de Blas Parera.

O hino foi apresentado pela primeira vez na casa de Mariquita Sánchez de Thompson, que entoou as primeiras estrofes, três dias depois.

Por Sebastián Meresman | EFE – qua, 21 de ago de 2013.
Fonte: Yahoo Notícias 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Por que cientistas criam animais que brilham no escuro?

Certos genes, embora possam ter grande impacto no organismo, não apresentam qualquer manifestação visível. Para facilitar sua verificação, muitos geneticistas, ao inserir material genético no DNA de animais, acrescentam um gene responsável por tornar certas águas-vivas fluorescentes quando expostas a luz ultravioleta.

Cães, gatos, porcos, macacos, ratos, bichos-da-seda e, mais recentemente, coelhos (em experimento realizado por cientistas da Universidade de Istambul, Turquia) já entraram na lista de animais “brilhantes”.

Essa estratégia ajuda a confirmar que uma transferência de material genético foi bem-sucedida. Foi usada, por exemplo, por pesquisadores da Mayo Clinic (EUA), que criaram, por meio de terapia genética, gatos resistentes ao FIV (a “versão felina” do HIV).

Em outros casos, o “gene fluorescente” é inserido não apenas para verificação, mas com o objetivo de criar um material que brilhe, como no caso de bichos-da-seda modificados para produzir matéria-prima fluorescente. [Discovery]

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Estudo mostra que mutação genética pode causar inaptidão esportiva

Brasília – A mutação genética pode causar inaptidão esportiva, indicam estudos desenvolvidos pelo pesquisador do Instituto do Coração de São Paulo (Incor) Rodrigo Dias. A descoberta mostra como determinada mutação no gene, que diminui o fluxo sanguíneo e dificulta a absorção de oxigênio, pode indicar se uma pessoa tem um futuro promissor como atleta, e mesmo se corre o risco de ter alguma doença cardíaca.

A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Dias e tem causado impacto no campo da cardiologia, ao relatar que cerca de 8% das pessoas avaliadas apresentam alteração no código de um dos genes mais importantes para o bom funcionamento do sistema cardiovascular. Com o estudo, o médico foi o vencedor do Prêmio Jovem Cientista 2012, na categoria graduado. O trabalho, ainda em curso, vai rastrear os genomas de novos recrutas na Escola Preparatória da Polícia Militar de São Paulo durante 21 anos.

“Lemos o código genético deles e identificamos pequenas mutações. Também conseguimos, de forma bem simplificada, ler a velocidade em que cada um dos 25 mil genes que compõem o genoma humano está trabalhando – tanto em estado sedentário, quanto posteriormente a um exercício físico”, explicou o pesquisador à Agência Brasil.

Segundo Rodrigo Dias, a dilatação das artérias é uma resposta natural e esperada do organismo durante o exercício físico. “Nós identificamos uma mutação genética nesse gene, que contribui para a dilatação das artérias, e provamos que indivíduos portadores dessa mutação, quando fazem exercício físico, as artérias não dilatam da forma normal, quando comparados àqueles indivíduos que não têm a mutação genética.”, disse.

O estudo detalha porque há indivíduos que se adaptam mais às atividades físicas do que outros e também porque há pessoas que tiram mais proveito dos exercícios. Dias destaca que o estudo ganhador do prêmio Jovem Cientista é resultado de diversas pesquisas que avaliam a relação entre genes e exercício físico.

“O que explica isso são pequenas diferenças nos códigos genéticos que carregamos. O atleta pode fadigar precocemente porque o músculo das pernas está recebendo um aporte de sangue menor, que não é o ideal para se manter em atividade como em uma maratona, por duas horas e meia”, acrescentou.

Em outra categoria do prêmio, o estudante do ensino médio João Pedro Wieland, 15 anos, foi vencedor com o aplicativo capaz de selecionar as músicas salvas em um smartphone de acordo com as necessidades físicas de atletas profissionais e amadores no momento da atividade. A tecnologia permita ao atleta escolher uma música de acordo com o cansaço ou a disposição.

Na edição do Prêmio Jovem Cientista deste ano, o tema está voltado para a busca de soluções para os problemas ocasionados pela má gestão dos recursos hídricos. As inscrições podem ser feitas pelo site do programa até 30 de agosto.

Na categoria mestre e doutor, os vencedores receberão R$ 30 mil (1º lugar), R$ 20 mil (2º lugar) e R$ 15 mil (3º lugar). Para estudantes do ensino superior, os valores são R$ 15 mil (1º lugar), R$ 12 mil (2º lugar) e R$ 10 mil (3º lugar). Estudantes do ensino médio classificados nos três primeiros lugares ganham notebooks. Em 2013, serão distribuídos mais de R$ 700 mil em prêmios. A divulgação dos resultados será feita em novembro.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: Portal EBC

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Carência imunitária é associada a diversos fatores

ENTREVISTA COM LORENA VIANA MADEIRA

Seja por pré-disposição genética ou doenças tópicas, é preciso manter a imunidade a fim de evitar infecções

Como funciona o sistema imunológico, quais suas funções e qual o papel dos anticorpos nesse processo?

As superfícies mucosas representam uma extensa área de interface entre os ambientes externo e interno do organismo. Elas agem como uma barreira à entrada de componentes nocivos, mas permitem a troca de gases, a absorção de nutrientes e água, a eliminação de metabólitos (o que resta do metabolismo das substâncias nos organismos vivos). Por isso, as mucosas estão totalmente integradas ao sistema imune. Diariamente, por meio da alimentação, respiração e contato com o ambiente, entramos em contato com grande quantidade e variedade de proteínas e outras moléculas estranhas ao nosso organismo que podem despertar uma resposta imune, além de partículas e micro-organismos potencialmente patogênicos. As mucosas também são povoadas por uma rica microbiota natural (micro-organismos) e não patogênica. O organismo não só convive em perfeita harmonia com essa microbiota, mas também depende dela para digestão de certos componentes da dieta, obtenção de nutrientes, síntese de vitamina k. Essa manutenção de uma ecologia intestinal dificulta a colonização de micro-organismos patogênicos. Portanto, a microbiota exerce papel fundamental no desenvolvimento do sistema imune das mucosas. As células, que constituem o sistema imune, se distribuem ao longo do corpo predominantemente nos órgãos linfoide, considerados centrais (timo e medula óssea) ou periféricos (baço, linfonodos e os tecidos linfoides). O sistema imune nos garante a defesa contra micro-organismos que temos contato, seja direto na pele, inalação pelas vias aéreas ou ingestão durante a alimentação. Ele também pode ser ativado pelas vacinas imunizantes que estimulam a produção de anticorpos evitando as doenças.

Existem pessoas mais predispostas a terem a imunidade mais baixa do que outras? Por quê?

Sim. Existem várias doenças de sistema imune, já reconhecidas em decorrência dos grandes avanços nas áreas de imunologia, biologia molecular e imunogenéticas. Como existem tantas diferentes, as imunodeficiências acabam representando um problema de saúde importante e ocorrem com uma frequência comparável a de leucemia e linfoma, sendo mais frequente que a fibrose cística. Há doenças de imunodeficiência primárias e secundárias. A primária é genética. Assim, o indivíduo já nasce predisposto a tal carência imunológica. Entre as doenças apresentadas, estão as infecções recorrentes na infância, principalmente em crianças que frequentam creches e escolinhas; exposição passiva à fumaça de cigarro; doenças alérgicas; rinite alérgica; asma brônquica; dermatite atópica; defeitos anatômicos; corpo estranho; refluxo gastro-esofágico ou refluxo faringo-laríngeo; fibrose cística. Já as secundárias têm como causas principais: desnutrição; AIDS; uso de medicamentos imunossupressores; enteropatias perdedoras de proteínas (doenças intestinais inflamatórias); síndrome nefrótica (conjunto de sinais e sintomas relacionados a doenças renais); anemia falciforme; asplenia (referente ao não funcionamento do baço); hipovitaminose A; deficiência de zinco, lúpus; neoplasia (câncer); além de queimaduras e fraturas expostas.

Quais os principais sintomas que surgem devido a baixa imunidade e por qual motivo ocorrem?

Os quadros respiratórios são as infecções mais frequentes nos pacientes suspeitos de imunodeficiência e devem ser avaliados com cuidado, pois resultam em complicações como sinusite crônica, otite, mastoidite (infecção no osso temporal mastoide) e bronquites. A bronquiectasia (infecção nos brónquios) pode também se desenvolver precocemente, resultando na eliminação de secreção purulenta e tosse persistente. Quando os sintomas de infecções respiratórias ocorrem com frequência, os quadros alérgicos devem ser investigados. Caracterizam-se por ausência de febre, coriza clara não- purulenta ou outros sintomas alérgicos e história familiar positiva para alergia. Infecções bacterianas graves (pneumonia, septicemia, meningite, osteomielite - inflamação óssea) podem acompanhar os quadros respiratórios dos imunodeficientes. Diarreias, má absorção alimentar, vômitos, por vezes acompanhados de retardo do crescimento e pouco ganho de peso, sugerem a ocorrência de imunodeficiência de maior gravidade. A pesquisa de dados epidemiológicos sugestivos de infecção pelo HIV, como transfusão sanguínea dos pais ou na criança, uso de drogas ou promiscuidade por parte dos pais deve ser sempre incluída. Algumas imunodeficiências são detectadas em crianças aparentemente saudáveis. A hipotrofia dos órgãos linfoides (pouca nutrição dos órgãos que originam as células imunes - linfócitos) também deve ser reconhecida. O fígado e o baço podem estar aumentados. Algumas doenças imunológicas são acompanhadas de anomalias no desenvolvimento da face, esqueletos, coração e pigmentação da pele. Lesões cicatriciais de abscessos cutâneos, micose superficiais persistentes, petéquias (pontos pequenos causados por leves hemorragias) ou rash cutâneo crônico (erupções cutâneas) podem estar associados à imunodeficiência.

Faça uma avaliação dos riscos e benefícios das imunizações (vacinas), nos pacientes com imunodeficiência:

A prescrição de vacinas para os imunocomprometidos deve ser feita com base na avaliação dos riscos e benefícios da imunização. Normalmente, as vacinas são contraindicadas a indivíduos que apresentam doença moderada ou grave, como imunodeficiência congênita combinada ou imunodepressão secundária e quimioterápica, radioterapia ou neoplasias malignas. Nessas condições a administração de vacinas contendo micro-organismos vivos apresenta alto risco com efeitos adversos (incluindo óbito), devido à disseminação dos agentes vivos atenuados. Além disso, na imunodepressão grave, observam-se baixa imunogenicidade (resposta à produção de anticorpos) das vacinas e rápida queda nos títulos de anticorpos. Por outro lado, os imunodeprimidos compõem uma população de altíssimo risco para infecções causadas por diversos micro-organismos. Por isso, mesmo com baixa eficácia, algumas vacinas podem vir a beneficiá-los. Caso das vacinas com agentes vivos (BCG, sabin, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, febre amarela, febre tiroide, rotavírus).

Há relação entre baixa imunidade e quadros alérgicos?

Geralmente, as pessoas tendem a achar que pacientes alérgicos têm baixa imunidade. Na verdade, nas doenças alérgicas ocorre uma desorganização do sistema imunológico. Os alérgicos produzem muito o anticorpo E (IgE). Isso leva a um processo inflamatório crônico que pode predispor a infecções de repetição. Então, devemos valorizar os sintomas alérgicos e tratá-los precocemente para evitar complicações. Os pacientes com rinite podem evoluir para sinusite e otite de repetição, pneumonia e aumento de risco de asma. Os pacientes com dermatite atópica podem ter infecções na pele por bactérias, fungos e vírus que pioram as lesões e a coceira da pele. Mas a deficiência seletiva de IgA e deficiência de subclasses de IgG estão frequentemente associadas a quadros alérgicos como asma brônquica. Outras imunodeficiências também cursam com quadros cutâneos e eczemas.

Quais doenças ou síndromes estão associadas à imunodeficiência? Como é possível contornar a imunodeficiência nesses casos?

Para contornar ou melhorar as imunodeficiências secundárias é necessário o reconhecimento e tratamento da doença de base. Muitas imunodeficiências associadas a doenças genéticas e alterações em um único gene ou uma combinação de defeitos podem ser a causa do defeito imunológico. A síndrome de Down apresenta características clínicas conhecidas com chances elevadas de infecções, que sugerem alterações imunológicas: redução da atividade de fagócitos e do número de anticorpos, que podem se originar ao longo da vida, e se assemelhar àqueles presentes no envelhecimento. Nos diabéticos, as principais alterações imunológicas incluem anormalidades na função antibacteriana dos polimorfonucleares, descritas como alterações nas etapas da função fagocitória e função microbicida.

Como a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses do bebê auxiliam na imunidade? Uma dieta inadequada nesse período pode causar problemas futuros de imunodeficiência?

O aleitamento materno protege o lactente durante a vigência da lactação através de uma proteção passiva (anticorpos prontos da mãe para o bebê), diminuindo as infecções, principalmente diarreias agudas e persistentes, septicemias (infecções generalizadas), doenças respiratórias e reduzindo a taxa de mortalidade infantil. Além de produzir efeitos a longo prazo diminuindo o desenvolvimento de alergias. A microflora intestinal da criança amamentada é peculiar. Componentes prebióticos presentes no leite humano estimulam a proliferação de bactérias benéficas, reduzindo o ph intestinal e inibindo a proliferação de bactérias patogênicas. O estabelecimento de uma boa microflora nos primeiros meses de vida tem a capacidade de favorecer a maturação do sistema imune da criança com repercussão a curto e longo prazo. O leite humano apresenta anticorpos contra inúmeros micro-organismos com os quais a mãe entrou em contato durante toda a sua vida (memória imunológica). Então, existe um trânsito de células de defesa com níveis elevados de anticorpo dirigidos aos patógenos (micro-organismos, bactérias e vírus) causadores de gastroenterites e doenças respiratórias. Já uma dieta inadequada nesta fase da vida (primeiros 6 meses) pode não levar a uma imunodeficiência, mas esse recém-nascido pode ser exposto a vírus ou bactérias e, por isso, ter maior risco em adquirir infecções, desenvolver doenças alérgicas crônicas e ter um processo de crescimento com complicações.

O que recomenda para manter a imunidade em boas condições?

Aleitamento materno; vacinação em dia (em recém-nascidos, bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos). Alimentação saudável e atividade física são fundamentais nesse processo, além das formas de prevenção (tratamento de doenças crônicas - anemias, diabetes, desnutrição, doenças alérgicas, cirroses, AIDS, etc). Também é aconselhável evitar a automedicação, a privação do sono e o estresse, sem falar do uso de drogas ilícitas, do tabagismo e do alcoolismo.

SAIBA MAIS

Vitamina A - Sua deficiência leva à diminuição da imunidade celular e da resposta à imunização. A carência de vitamina A está relacionada ao aumento da gravidade e mortalidade por doenças infecciosas.

Vitamina B - A deficiência de vitaB6 está associada às alterações imunológicas em idosos, portadores de HIV, artrite reumatoide e uremia.

Vitamina C - Sua deficiência afeta a imunidade celular (ação leucócitos "soldados brancos") e humoral (anticorpos).

Vitamina D - É considerada a maestrina da imunidade.

Vitamina E - Protege as células contra toxinas e radicais livres, responsáveis por infecções virais.

FIQUE POR DENTRO

Diferenças entre imunidade inata e adaptativa

Segundo a diretora do Centro de Pneumologia e Alergia do Ceará e da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Lorena Viana Madeira, manter a vida dos diferentes seres vivos implica na necessidade de mecanismos de defesa. A capacidade de combater diversos agentes patogênicos é denominada imunidade.

A imunidade inata é aquela em que as células fagocitárias promovem a ingestão do agente patogênico, que gera a desintegração do agente fagocitado, impedindo a disseminação. Ela pode ser potencializada pela via alternativa do complemento (proteínas que produzem reação semelhante à coagulação), atuando como coadjuvante no processo de eliminação dos micro-organismos indesejados. Desse modo, mais células inflamatórias melhoram a agressão ao patógeno (micro-organismo, parasitas, células neoplásicas) e amplificam a capacidade defensiva.

Já a imunidade adaptativa é a habilidade de adaptar-se aos agentes agressores e responder de modo rápido e eficaz a um segundo contato. Essa resposta imune adquirida apresenta um caráter cognitivo, ou seja, aprende com a experiência e tem memória, garantindo longa expectativa de vida. "O sistema imunológico do ser humano depende dos dois ramos: o Inato e o Adaptativo", diz a presidente da Câmara Técnica de Alergia e Imunologia do Conselho Regional de Medicina do Ceará (CREMEC). 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Biópsia que procura células com câncer no sangue é testada em SP

Um simples exame de sangue poderá, no futuro, ajudar a diagnosticar um câncer, definir o melhor tratamento para cada paciente e acompanhar a resposta à terapia.

Essa é promessa da chamada biópsia líquida, que analisa as células tumorais que circulam no sangue.

A área ganhou mais atenção nos últimos anos graças às novas tecnologias que permitem encontrar e capturar essas células, que são raras – há cerca de uma célula tumoral em 1 bilhão de células sanguíneas normais.

No país, o primeiro estudo dessas células está sendo conduzido no A.C. Camargo Câncer Center, em São Paulo.

A pesquisa já começou a colher o sangue de 230 pacientes com câncer avançado de pulmão, pâncreas e colorretal para comparar as amostras com as de pessoas sem a doença. O objetivo é analisar essas células antes e depois do início do tratamento.

“Essa célula tumoral no sangue pode ser o espelho do tumor, com a vantagem de não precisar ficar fazendo biópsia no paciente”, diz Marcello Fanelli, diretor de oncologia clínica do A.C.Camargo.

Ele explica que as células tumorais podem aparecer na corrente sanguínea em tumores em estágio inicial, mas tendem a ser mais numerosas nos casos avançados.

As aplicações podem ser muitas, mas Fernando Soares, diretor de anatomia patológica do A.C. Camargo e líder do estudo, acredita que o método poderá ser mais útil para monitorar a resposta terapêutica do paciente.

“Poderíamos acompanhar a evolução do paciente só pelo exame de sangue, à medida que os níveis de células tumorais caem ou sobem”, diz Ludmilla Domingos Chinen, bioquímica e pesquisadora do hospital.

O teste seria menos danoso do que exames de imagem com radiação e, no futuro, poderia até ser mais barato.


Soares diz que outra aplicação é o estudo da biologia dos tumores por meio das características das células, o que pode levar a um tratamento mais personalizado.

“Se pudermos classificá-las, poderemos dizer quais tumores respondem aos diferentes tratamentos”, diz Shyamala Maheswaran, professora do Hospital Geral de Massachusetts, da Escola Médica de Harvard. Ela esteve nesta semana em São Paulo em um simpósio de patologia.

MÉTODOS – Maheswaran e colegas desenvolveram um microchip que permite separar essas células. Os cientistas já contam com o apoio da Johnson & Johnson para a manufatura do produto, ainda usado apenas em pesquisas.

Há também formas mais simples, como filtros que separam as células tumorais, em geral maiores, das outras. É esse o método usado no A.C. Camargo.

Mas, para Maheswaran, tamanho não é documento nesse caso, porque as células tumorais são heterogêneas e o filtro pode deixar escapar as pequenas. De qualquer forma, os especialistas concordam que os métodos precisam de mais refinamento.

Para Soares, quando a forma de captura das células for eficiente, a biópsia líquida abrirá um campo amplo, mas junto virão questões éticas.

“Talvez vamos enfrentar dúvidas como se valerá a pena tratar alguém que tenha só recidiva molecular, sem que outros exames mostrem tumor. Vamos fazer mais mal do que bem?”

(Folha Online)

Fonte: Jornal Pequeno (Edição 24,486, Ano 62 – quarta-feira, 14 de agosto de 2013).

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Cientistas chineses regeneram dentes a partir de células-tronco da urina

Washington - Uma equipe de pesquisadores da China criou células-tronco de urina humana desenvolvidas em ratos como tecido ósseo que pode substituir dentes danificados, segundo estudo publicado na revista "Cell Regeneration Journal".

Os cientistas do Instituto Guangzhou de Biomedicina e Saúde usaram as células da urina humana e as implantaram nos rins de ratos de laboratório. Após três semanas, as células-tronco de urina cresceram em estruturas similares aos dentes com polpa dental, dentina e esmalte, informa o artigo.

O processo poderia levar a um tratamento inovador e a reparação de cáries dentais, doença que, segundo a Organização Mundial da Saúde, afeta 100% dos adultos e entre 60 e 90% das crianças.

As cáries e a falta de higiene bucal conduzem às doenças periodontais com perda de dentes, da gengiva e do tecido do maxilar. "Primeiro diferenciamos células-tronco pluripotentes induzidas, livres de integração, na urina humana a níveis epiteliais", explicaram os autores. "Depois as recombinamos com mesenquima dental de rato".

"Destas recombinações recuperamos estruturas similares aos dentes com uma taxa de êxito de 30%", acrescentaram. Segundo os cientistas chineses, os dentes "possuem propriedades físicas tais como elasticidade e dureza encontradas no dente humano regular".

De acordo com o artigo, a meta da medicina regenerativa é regenerar tecidos ou órgãos plenamente funcionais que possam substituir os tecidos ou órgãos danificados ou perdidos devido a doenças, lesões ou envelhecimento.

Fonte: Info Exame

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Uso de nanotecnologia prevê o fim de comprimidos e agulhas

Tecnologia vai permitir que pacientes não precisem mais ingerir medicamentos em forma de comprimidos ou aplicar injeções

A nanociência, representada em filmes como o Homem de Ferro 3 e A Viagem Fantástica, deixou as telas de cinema para tornar-se realidade, por exemplo, na pesquisa de novos medicamentos para tratamento de diabetes, dores crônicas, náuseas, hipertensão e anticoncepcionais. Em 1940, o cientista Albert Sabin, criador da vacina contra a poliomielite, já pesquisava o uso de nanopartículas de ouro no tratamento de reumatismo.

A tecnologia avançada permitirá que pacientes não precisem mais ingerir medicamentos em forma de comprimidos ou aplicar injeções. Já estão no mercado os remédios transdérmicos, administrados por aplicações diretas ou por adesivos que liberam a substância de modo constante. A principal vantagem é a de eliminar ou reduzir os efeitos colaterais.

" Em pouco tempo não vamos precisar tomar mais nada por via oral. No futuro todos os medicamentos serão transdérmicos. Quando a pessoa estiver com dor de cabeça, vai passar o medicamento na têmpora e a dor vai melhorar. No futuro, não vai precisar mais engolir um remédio" , explica o professor de biotecnologia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Marco Botelho.

Segundo Botelho, há estudos para que a aplicação de insulina em pacientes com diabetes dispensem o uso de agulha para dar lugar ao remédio transdérmico. O tratamento de tumores também pode ser beneficiado, com o uso de medicamentos inteligentes, em doses muito menores, que reconhecem e atacam diretamente o tecido doente. Tudo isso é fruto da nanotecologia, explicou.

O avanço nos estudos da ciência também abriu caminho para os nanocosméticos. Atualmente, o setor empresarial já oferece produtos de preenchimento de rugas por meio de micropartículas de rejuvenescimento, protetor solar mais potente e maquiagem com brilho diferenciado.

A Agência Brasileira de Inovação - antiga Finep - tem em curso, uma chamada pública no valor de R$ 30 milhões para o desenvolvimento de produtos ou processos inovadores. O edital voltado para a nanotecnologia, prevê R$ 8 milhões em pesquisas na área higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.

De acordo com o coordenador de micro e nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz, o Brasil é o segundo mercado de produtos cosméticos e de higiene pessoal no mundo. "É uma área de muito sucesso. Temos várias empresas produzindo e comercializando produtos na área de nanocosméticos. Tem muitos grupos de pesquisas ativos e é uma área que tem impacto econômico muito grande" , analisa.

No país, o grupo Boticário investe 2,5% de seu faturamento anual em pesquisas na área de nanotecnologia. A empresa trabalha com estudos no setor desde 2002 e já tem no mercado produtos anti-idade e filtros solares que atuam na redução de rugas.

"Com a evolução das pesquisas, chegamos também ao pioneirismo da triplananotecnologia, que tem como diferencial a chamada " liberação direcionada" , ou seja, as minúsculas partículas de ingredientes ativos penetram nas diferentes camadas da pele de acordo com a necessidade de cada uma delas" , explica o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do grupo, Richard Schwarzer.

Fonte: iSaúde.net
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