terça-feira, 11 de agosto de 2015

Brasil avança na produção de vacina contra a dengue

Uma vacina que deverá imunizar os brasileiros contra a dengue está cada vez mais perto de se tornar realidade e chegar aos postos de saúde do País. Os pesquisadores do Instituto Butantan, responsáveis pelo estudo, deverão iniciar nos próximos meses a terceira etapa do processo de liberação da  contra a dengue. Na quinta-feira (6), a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial de organismos geneticamente modificados (OGMs) para vacina contra Dengue 1,2,3 e 4 atenuadas, que prevê a continuidade da pesquisa. A vacina usa o próprio vírus da dengue, modificado por engenharia genética.
"Essa é a primeira autorização que a gente tem que pode viabilizar a vacina. É uma liberação para que a gente tenha condições de fazer o ensaio de fase três. É um produto para ser usado ainda experimentalmente em ensaios clínicos que irá mostrar a eficácia ou não da vacina. Quando terminar esse estudo, e todos os resultados forem satisfatórios, nós vamos entrar com uma extensão dessa solicitação de liberação comercial para que a gente possa comercializar esse produto", afirma o diretor de Produção do Instituto Butantan, Paulo Lee Ho.
Na chamada "fase 3", a eficácia da vacina será testada em voluntários de todo o Brasil, a fim de verificar se o antivírus irá proteger as pessoas dos quatro tipos de dengue. O produto deverá ser aplicado em aproximadamente 20 mil voluntários de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. "Será testada em indivíduos que nunca tiveram dengue e também em quem já teve", diz o diretor. "Quando o indivíduo tem dengue, em geral teve contra um sorotipo e está vulnerável contra os outros tipos, essa vacina tem que proteger contra todos os tipos", explica.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, afirmou que a aprovação dessa fase de estudos mostra que as instituições brasileiras funcionam no caminho de melhorar a saúde pública do País. "É uma prova de eficiência da CTNBio e uma promessa para os brasileiros", disse.
Além da permissão da CTNBio, o Instituto Butantan precisa receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep) ligada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), instância máxima de deliberação do Sistema Único de Saúde (SUS). "A nossa expectativa é que a gente comece neste ano os estudos da fase três, e o nosso objetivo é começar a produzir a vacina comercialmente no final de 2017 e início de 2018", afirma Paulo Lee Ho.
Na avaliação dele, a introdução da vacina no mercado terá impacto muito grande. "O impacto vai além de saúde pública, mostra o comprometimento em saúde pública do Instituto, mostra que estamos na fronteira, que estamos atentos, coroa todo um esforço de uma instituição e seus pesquisadores. A vacina não só vai evitar mortes, como também os casos de mobilidade, porque a dengue é uma doença muito debilitante em que a pessoa fica fora da vida social por semanas, às vezes meses, e a recuperação também é muito difícil, então eu acho que ela é uma proteção a mais", avalia o diretor. "A ideia é vacinar toda a população e proteger por dez anos", aponta.
 
 
 

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