quinta-feira, 13 de junho de 2013

Estudo identifica proteína usada para converter aprendizado em memória

Cientistas ligam deficiência na produção da proteína Arc com perda de memória e doenças como o mal de Alzheimer.

Cientistas encontraram novas informações sobre a função de uma importante proteína no cérebro usada no processo que transforma o aprendizado em memória de longo prazo.

Em artigo publicado na revista científica "Nature Neuroscience", os autores afirmam que mais pesquisas sobre o papel da proteína Arc (actin-regulated cytoskeleton) poderia ajudar na busca por novos tratamentos contra doenças neurológicas.

A mesma proteína também pode ser um fator atuante no autismo, dizem os cientistas. Estudos recentes detectaram a falta de Arc no cérebro de pacientes com mal de Alzheimer e viram que a função dessa proteína era crucial.

Para o professor de neurologia e fisiologia Steve Finkbeiner, que liderou a pesquisa na Universidade da Califórnia, "cientistas já sabiam que a Arc estava envolvida na memória de longo prazo, porque cobaias com falta dessa proteína puderam aprender novas tarefas, mas falharam ao tentar lembrar-se delas no dia seguinte".

Os novos experimentos, mais aprofundados, revelaram que a Arc age como um "regulador mestre" dos neurônios durante o processo de formação da memória de longo prazo.

O trabalho revelou ainda que, durante a formação da memória, certos genes eram ativados e desativados em intervalos de tempo específicos, para que fossem geradas as proteínas que ajudam os neurônios a estabelecer novas memórias.


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Os cientistas descobriram que a proteína Arc "dirigia" esse processo, a partir do núcleo do neurônio. Finkbeiner disse que pessoas com falta dela poderiam ter problemas de memória.

"Cientistas descobriram recentemente que a Arc se esgotava no hipocampo – o centro da memória no cérebro – em pacientes com Alzheimer. É possível que essas interrupções durante o processo de controle homeostático (regulação do ambiente interno do corpo para manter uma condição estável para a vida) possam contribuir para o aprendizado e para o deficit de memória em pessoas com Alzheimer", explicou o autor.

A pesquisa também confirmou que disfunções na produção e no transporte da proteína Arc podem ter uma papel-chave no autismo. A Síndrome do X Frágil, por exemplo, vista como uma causa comum tanto de autismo como de retardo mental, afeta diretamente a produção dessa proteína nos neurônios.

O time californiano de cientistas afirmou que mais estudos são necessários sobre a função da proteína Arc para a saúde humana. Eles ressaltaram que entender o papel dela em doenças poderia contribuir para uma maior compreensão desses problemas e ajudar na criação de novas estratégias terapêuticas para combatê-las.

Fonte: G1

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