A expectativa é que a vacina esteja disponível para os primeiros testes em humanos já no primeiro semestre de 2017
O Instituto Butantan fechou na sexta-feira uma parceria com autoridades de saúde dos Estados Unidos para o desenvolvimento de uma vacina de zika. O acordo prevê investimentos de mais de R$ 10 milhões para pesquisas contra a doença, além de cooperação técnica entre os especialistas em vacinas da Autoridade de Desenvolvimento e Pesquisa Biomédica Avançada dos Estados Unidos (Barda, na sigla em inglês) e os pesquisadores brasileiros.
A instituição brasileira receberá 3 milhões de dólares (cerca de 10,5 milhões de reais) do Barda, órgão ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês), o equivalente ao Ministério da Saúde dos EUA, para pesquisas de uma vacina com vírus inativado, incapaz de transmitir a doença. Os recursos serão investidos em equipamentos e insumos para o desenvolvimento de um imunizante contra a infecção.
“O Butantan já vem trabalhando no desenvolvimento de uma vacina de vírus inativado. Esse tipo de vacina tem desenvolvimento científico e tecnológico mais rápidos e, por usar vírus não infectante, tem a aprovação pelos órgãos reguladores, como Anvisa, facilitada”, destaca o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil.
Nos últimos meses, os pesquisadores do Instituto trabalharam no processo de cultura, rendimento, purificação e inativação do vírus em laboratório. Atualmente, a instituição está na fase de imunização do vírus inativado em roedores. Os próximos passos envolvem testes de toxicidade do produto em animais e análise de uma área industrial para a produção do imunobiológico. A expectativa é que a vacina esteja disponível para os primeiros testes em humanos já no primeiro semestre de 2017.
“O investimento reconhece a excelência do Instituto Butantan na pesquisa e produção de novos imunobiológicos. A parceria permitirá que a instituição prossiga na produção de uma vacina contra o zika vírus, contribuindo para o avanço das pesquisas científicas no país”, afirma Kalil.
O repasse financeiro se dará por meio de acordo entre a Barda e a Organização Mundial de Saúde (OMS) para a expansão da capacidade de pesquisa e produção de vacinas no Brasil. Além dos recursos provenientes do órgão americano, a OMS destinará doações de outros países e organizações privadas para expandir a capacidade de produção de vacinas do Instituto Butantan.
Fonte: Veja
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