quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Como armazenar as células-tronco do dente de leite do seu filho

Por Dr. Eder Zucconi

O dentinho do seu filho vai cair? Esta pode ser uma ótima oportunidade para se armazenar as células-tronco do dente de leite. Provavelmente, todo mundo já sabe ou já ouviu dizer que no cordão umbilical existem células-tronco usadas para tratar doenças. A novidade é que a polpa de dente também é uma fonte rica em células-tronco.

As células-tronco são células muito especiais presentes no nosso corpo que sob certos estímulos, podem dar origem a células cardíacas, ósseas, musculares, neuronais, etc.

Toda vez que nosso corpo sofre uma lesão, são as células-tronco presentes no nosso organismo que vão reparar este dano. Por este motivo, as células-tronco são a grande promessa para a medicina regenerativa e poderão ser utilizadas para o tratamento de doenças hoje incuráveis.
Qual a vantagem de se armazenar as células-tronco do dente de leite?

A polpa de dente é uma fonte rica em células-tronco mesenquimais jovens, com capacidade de se transformar em uma variedade de tecidos do nosso corpo.

Para os pais que perderam a oportunidade de armazenar as células-tronco do cordão umbilical de seus filhos, a polpa de dente é uma excelente alternativa para coletar células-tronco jovens e com potencial terapêutico enorme.

Como é realizada a coleta do dente?

Quando um dentinho da criança estiver para cair, os pais devem entrar em contato com a empresa escolhida para solicitar um kit que contém todas as instruções da coleta. Logo após a queda natural do dente, basta colocar o mesmo no frasco estéril enviado no kit e encaminhar a amostra para o laboratório que irá realizar o isolamento e congelamento das células.

A coleta também pode ser realizada por um odontopediatra. No consultório, o dente extraído é colocado no mesmo frasco estéril que contém uma solução para preservar a polpa do dente.

Em um prazo de até 36 horas o material coletado é encaminhado para um laboratório especializado onde as células-tronco são extraídas e multiplicadas. O processo para obter o número desejado de células-tronco pode durar entre 45-60 dias.

Como é feito o armazenamento e por quanto tempo dura?

As células-tronco são armazenadas por uma técnica chamada de criopreservação, onde as mesmas ficam estocadas em nitrogênio líquido a -196oC.

As células-tronco, armazenadas em condições adequadas, podem ser mantidas por tempo indeterminado. As células mais antigas congeladas datam de mais de 20 anos e, quando descongeladas, conservam suficientemente suas características funcionais e de viabilidade, permitindo aplicações clínicas.

Como é cobrado o processo?

Para armazenamento das células-tronco mesenquimais, existe uma taxa inicial para a coleta e isolamento das células e uma anuidade para o armazenamento do material.

Para que podem ser utilizadas as células-tronco armazenadas?

Hoje já existem inúmeras indicações e teste clínicos em andamento que demonstram o potencial das células-tronco mesenquimais para o tratamento de uma lista enorme de doenças.

Hoje existem mais de 644 testes clínicos bem-sucedidos injetando células-tronco mesenquimais em seres humanos para tratamento de doenças graves.

Existem trabalhos mostrando aplicação dessas células para doenças como diabetes, infarto do miocárdio, artrose, artrite, esclerose múltipla, Parkinson, fissuras lábio palatinas, AVC, lesões de retina e córnea, enfisema pulmonar, dentre várias outras. Isso no Brasil e no mundo.

Não é apenas uma aposta para o futuro?

Em países como EUA, Canadá e na União Européia, os seguintes tratamentos já estão liberados: Doença do Enxerto Contra Hospedeiro; lesões oculares e aplicações estéticas para rejuvenescimento e preenchimento.

No Brasil já existem 13 testes clínicos em andamento com células-tronco mesenquimais. Dentre eles destacam-se: enfisema pulmonar, reconstrução de lábio leporino e fendas palatinas, lesão medular, osteoartrite, diabetes, degeneração de retina, lipodistrofia, doenças cardíacas, reconstrução mamar, ulceras venosas, distrofias musculares e incontinência urinária.

Ou seja, não é apenas uma aposta para o futuro, já é realidade. Compartilhe!

Fonte: Doutíssima

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Cérebro de mãe abriga células de filhos

A conexão entre mãe e filho é ainda mais profunda do que se imaginava
Por Robert Martone

A ligação entre uma mãe e seu filho é profunda, e uma nova pesquisa sugere uma conexão física ainda mais profunda do que jamais se pensou. Os profundos laços físicos e psicológicos compartilhados por uma mãe e seu filho começam durante a gestação, quando a mãe é tudo para o desenvolvimento do feto, fornecendo calor e sustento, enquanto o bater de seu coração produz um ritmo constante e tranquilizador.

A conexão física entre mãe e feto é provida pela placenta, um órgão feito de células da mãe e do feto, que serve de canal para a troca de nutrientes, gases e resíduos. Células podem migrar pela placenta entre a mãe e o feto, estabelecendo residência em muitos órgãos do corpo, incluindo o pulmão, o músculo da tireoide, o fígado, o coração, os rins e a pele. Esses podem ter uma ampla gama de impactos, da reparação de tecidos e prevenção do câncer, ao início de transtornos imunológicos.

É impressionante que seja tão comum que células de um indivíduo se integrem aos tecidos de outro. Estamos acostumados a pensar sobre nós mesmos como indivíduos singulares e autônomos, e essas células estrangeiras parecem desmentir essa noção, e sugerem que a maioria das pessoas carrega resquícios de outros indivíduos. Por mais incrível que isso possa parecer, resultados impressionantes de um novo estudo mostram que células de outros indivíduos também são encontradas no cérebro. Nesse estudo, células masculinas foram encontradas nos cérebros de mulheres e estavam vivendo por lá, em alguns casos, há várias décadas. No momento, o impacto que elas podem ter tido é apenas um palpite, mas esse estudo revelou que essas células eram menos comuns em cérebros de mulheres que tinham mal de Alzheimer, sugerindo que elas podem estar relacionadas à saúde do cérebro.

Todos nós consideramos nosso corpo como sendo nosso próprio ser único, então a noção de que podemos abrigar células de outras pessoas em nossos corpos parece estranha. Ainda mais estranha é a ideia de que, apesar de certamente considerarmos que nossas ações e decisões são oriundas da atividade de nosso próprio cérebro individual, células de outros indivíduos estão vivendo e funcionando nessa complexa estrutura. No entanto, a mistura de células de indivíduos geneticamente distintos não é nem um pouco incomum. Essa condição é chamada de quimerismo, por causa da Quimera cuspidora de fogo da mitologia grega, uma criatura que era parte serpente, parte leão e parte cabra. Mas quimeras naturais são muito menos terríveis, e incluem criaturas como o bolor de lodo e os corais.

O microquimerismo é a presença persistente de umas poucas células geneticamente distintas em um organismo. Isso foi observado pela primeira vez em humanos há muitos anos, quando células contendo o cromossomo masculino “Y” foram encontradas circulando no sangue de mulheres após a gravidez. Como essas células eram geneticamente masculinas, elas não poderiam ser das próprias mulheres, mas muito provavelmente vieram de seus bebês durante a gestação.

Nesse novo estudo, cientistas observaram que microquimerias não são encontradas apenas circulando no sangue, elas também ficam incorporadas no cérebro. Eles examinaram os cérebros de mulheres mortas, procurando a presença de células contendo o cromossomo masculino “Y”. Os pesquisadores encontraram essas células em mais de 60% dos cérebros, e em várias regiões cerebrais. Já que o mal de Alzheimer é mais comum em mulheres que tiveram gravidezes múltiplas, eles suspeitaram que o número de células fetais seria maior em mulheres com Alzheimer, se comparadas a mulheres que não tinham evidências de doenças neurológicas. Os resultados foram exatamente o oposto: havia menos células derivadas de fetos em mulheres com Alzheimer. As razões não estão claras.

O microquimerismo resulta mais comumente da troca de células através da placenta durante a gravidez, mas também existem evidências de que células podem ser transferidas de mãe para filho através da amamentação. Além da troca entre mãe e feto, pode haver troca de células entre gêmeos in utero, e também existe a possibilidade de que as células de um irmão mais velho, residindo na mãe, possam encontrar seu caminho de volta pela placenta para um irmão mais novo durante sua gestação. Mulheres podem ter microquimeria tanto de suas mães quanto de suas próprias gravidezes, e há até evidências de competição entre células de avós e filhos dentro da mãe.

O que é que células microquiméricas fetais fazem no corpo da mãe ainda não está claro, apesar de existirem algumas possibilidades intrigantes. Por exemplo, células microquiméricas fetais são semelhantes a células-tronco, no sentido em que são capazes de se tornar vários tecidos diferentes e podem ajudar na reparação de tecidos. Um grupo de pesquisa investigando essa possibilidade acompanhou a atividade de células fetais microquiméricas em uma mamãe rata depois de seu coração ter sido ferido: eles descobriram que as células fetais migravam para o coração materno e se diferenciavam em células cardíacas, ajudando a reparar os danos. Em estudos com animais, células microquiméricas foram encontradas em cérebros maternos, onde se tornavam células nervosas, sugerindo que podem ser funcionalmente integradas ao cérebro. É possível que o mesmo seja verdade para algumas células no cérebro humano.

Essas células microquiméricas podem também influenciar o sistema imunológico. Uma célula fetal microquimérica de uma gravidez é parcialmente reconhecida pelo sistema imunológico materno como pertencente à própria mãe, já que o feto é geneticamente meio-idêntico à mãe, mas parcialmente estrangeira, devido à contribuição genética do pai. Isso pode “fazer” o sistema nervoso ficar alerta a células que são similares ao indivíduo (self), mas com algumas diferenças genéticas. Células cancerígenas que surgem devido a mutações genéticas são exatamente esse tipo de célula, e há estudos que sugerem que células microquiméricas podem estimular o sistema imunológico a conter o crescimento de tumores. Muitas outras células microquiméricas são encontradas no sangue de mulheres saudáveis quando comparadas a mulheres com câncer de mama, por exemplo, sugerindo que células microquiméricas podem de alguma forma prevenir a formação de tumores. Em outras circunstâncias, o sistema imunológico se volta contra o indivíduo (self), provocando danos significativos. O microquimerismo é mais comum em pacientes que sofrem de esclerose múltipla do que em seus irmãos saudáveis, sugerindo que células quiméricas podem ter um papel negativo nessa doença, talvez disparando um ataque autoimune.

Esse é um florescente novo campo de investigação com um potencial tremendo para novas descobertas, e também para aplicações práticas. Mas também é um lembrete de nossa interconectividade.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

7 provas de que ler faz bem para sua saúde

Pesquisas comprovam os benefícios da leitura para a saúde mental

Além de ser uma forma de entretenimento, a leitura é uma ótima maneira de aumentar seu vocabulário e vários estudos recentes indicaram benefícios cognitivos entre aqueles que mantém o hábito de ler regularmente. Se quiser viver mais, melhorar a memória ou reduzir o estresse em 2017, considere acrescentar alguns livros para sua meta no próximo ano e confira como a leitura pode fazer bem para sua saúde:

1 - Sua empatia aumenta
Todos os tipos de narrativas, incluindo ficção, podem impulsionar nossa compreensão e empatia pelas pessoas: um estudo publicado no periódico Trends in Cognitive Sciences mostrou que a leitura nos ajuda a entender melhor o sentimento dos outros e também melhora a capacidade de mudarmos nós mesmos. Segundo a publicação, esse efeito é alcançado pelo envolvimento emocional durante uma leitura ao descobrir circunstâncias e personagens complexos.

2 - Você fortalece a criatividade
A leitura está diretamente relacionada à criatividade: um estudo do periódico Creativity Research Journal sugeriu que, após ler uma obra de ficção, as pessoas se sentem mais encorajadas a aceitar pensamentos ambíguos e passam a entender com mais clareza várias perspectivas sobre um mesmo assunto. Em outras palavras, fica mais fácil enxergar novas possibilidades em sua rotina.

3 - Os riscos de desenvolver Alzheimer ou demência após a vida adulta diminuem
Várias pesquisas indicaram que o estímulo mental da leitura ajuda a “atrasar” sintomas de doenças como demência e Alzheimer. Um estudo do jornal Neurology, de 2013, descobriu que pessoas que sustentam o hábito de ler após a vida adulta também preservam por mais tempo suas habilidades mentais.

4 - Sua expectativa de vida aumenta
Um estudo publicado no periódico Social Science and Medicine revelou que quem lê livros regularmente consegue viver por muito mais tempo. Em testes com mais de três mil voluntários, aqueles que dedicaram cerca de três horas por semana à leitura viveram pelo menos dois anos a mais do que os participantes que não costumavam ler com frequência.

5 - A leitura também reduz alguns preconceitos
Aprender sobre o universo de outras pessoas pode ajudá-lo a ter menos preconceitos. Um estudo baseado na saga de livros de Harry Potter sugeriu que eles podem reduzir significativamente o preconceito contra homossexuais, refugiados e imigrantes.

6 - …e os níveis de estresse
Uma pesquisa feita em 2009 pela Universidade de Sussex revelou que ler por apenas seis minutos já ajuda a reduzir em até 68% os níveis de estresse. Esse tempo foi suficiente para que os voluntários diminuíssem a frequência cardíaca e aliviassem a tensão dos músculos. “Perder-se em um livro é o maior estágio de relaxamento possível”, opinou o neuropsicólogo David Lewis, que conduziu o teste. “Não importa qual é o livro, apenas o processo de escapar das preocupações do mundo cotidiano já é uma forma de relaxar.”

7 - Existe até um tipo de terapia feita com livros
A biblioterapia é um conceito antigo que envolve o uso de leituras terapêuticas para reduzir o estresse, sintomas de distúrbios como depressão ou alguma perturbação emocional. Seu uso clínico pode incluir a leitura de ficção e não-ficção e leva em consideração a relação do paciente com o conteúdo de cada livro.

Fonte: Galileu

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