terça-feira, 19 de março de 2013

Tratamento rápido de HIV resulta em cura funcional de até 15% dos pacientes, afirmam pesquisadores

Em nota, o Ministério da Saúde do Brasil informou que está atento às inovações tecnológicas no campo do tratamento da aids no mundo 

Pesquisadores franceses descobriram que o tratamento rápido logo depois da infecção pelo vírus HIV pode resultar na cura funcional de até 15% dos pacientes, quando o vírus da doença não desaparecee do organismo, mas entra em remissão. Com isso, o paciente não precisa mais tomar remédios.

Os cientistas, do Instituto Pasteur, em Paris, analisaram os casos de 14 pessoas com o vírus da aids, que passaram a se tratar logo após o vírus ter sido detectado e depois deixaram a terapia. Nesse grupo, o vírus não voltou a se proliferar.

Os pacientes iniciaram o tratamento cerca de dez semanas após a infecção pelo HIV. Eles foram ao hospital para tratar outros problemas de saúde, quando tiveram o diagnóstico precoce do vírus por meio de exames de sangue. Em média, o grupo tomou antirretrovirais durante três anos e então os medicamentos foram interrompidos.

Geralmente, o vírus retorna quando o tratamento é interrompido. Porém, isto não ocorreu com esses pacientes. Alguns deles conseguiram, inclusive, controlar a quantidade do vírus no organismo por dez anos.

A pesquisa francesa foi divulgada na publicação especializada PLoS Pathogens e ocorre depois da notícia da cura funcional de um bebê depois de um tratamento precoce nos Estados Unidos.

Em nota, o Ministério da Saúde do Brasil informou que está atento às inovações tecnológicas no campo do tratamento da aids no mundo. A pasta não se manifestou sobre o caso francês. Sobre o caso de cura funcional do bebês, o órgão disse que os “resultados do estudo da 'cura' do bebê americano, recentemente divulgado pela imprensa, não estão publicados, ainda não é possível uma posição oficial sobre o assunto”.

Segundo o ministério, é possível reduzir a taxa de transmissão do vírus de mãe para filho durante a gravidez de 30% para menos de 1%. No Brasil, a recomendação é o uso de antirretrovirais combinados na gestante, parto cesáreo (quando indicado), medicamento para o recém-nascido por seis semanas para evitar a transmissão e a não amamentação.

O protocolo nacional prevê que a gestante deve fazer o teste anti-HIV durante o pré-natal. Em caso de diagnóstico positivo, ela passa a ser acompanhada por um Serviço de Atenção Especializada em HIV/aids (SAE) e no momento do parto é encaminhada para uma maternidade de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) capacitada para atendê-la.

Se a gestante não tiver feito o teste de aids no pré-natal, ela tem direito ao teste rápido no momento do parto e, e se der positivo, todos os procedimentos para evitar a transmissão devem ser tomados pela equipe de saúde. 

Autor: Heloisa Cristaldo com informações da BBC Brasil 
Fonte: Agência Brasil
Publicado também em: Sis.Saúde

segunda-feira, 18 de março de 2013

Células brancas têm papel chave no controle das células vermelhas do sangue

NOVA YORK - Pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine da Universidade de Yeshiva e da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai descobriram que os macrófagos — células brancas do sangue que têm um papel-chave na resposta imune — também ajudam a produzir e eliminar as células vermelhas (hemácias). As descobertas podem levar a novas terapias para doenças ou condições em que a produção de células vermelhas sai do equilíbrio. O estudo foi publicado na revista “Nature Medicine”.

“Nossos resultados oferecem uma intrigante nova visão sobre como o corpo mantém um equilíbrio saudável das células vermelhas do sangue”, disse o líder do estudo, Paul Frenette, professor de Medicina e de Biologia Celular. “Nós temos demonstrado que os macrófagos na medula óssea e no baço nutrem a produção de novas células vermelhas, ao mesmo tempo em que limpam o envelhecimento dessas células, a partir da circulação. Isso pode nos ajudar a conceber novas terapias para as condições que levam à contagem anormal de hemácias, como a anemia hemolítica, a policitemia vera, a perda aguda de sangue, além de ajudar na recuperação da quimioterapia e no transplante de medula óssea.”

Estudos anteriores, todos feitos em laboratório, sugeriram que os macrófagos em células da medula óssea atuam como um enfermeiro para os eritroblastos, que são os precursores das hemácias. Mas a maneira como essas “ilhas eritroblásticas” (macrófagos cercado por eritroblastos) funcionam em animais vivos ainda não é clara.

No atual estudo, envolvendo ratos, os pesquisadores descobriram que, eliminando seletivamente macrófagos com CD169 (uma molécula de superfície celular), havia redução no número de eritroblastos na medula óssea — evidência de que esses macrófagos são de fato vitais para a sobrevivência dos eritroblastos, que se transformam em hemácias.

“O que foi surpreendente é que nós não vimos nenhuma anemia significante depois”, disse o doutor Frenette. Os investigadores analisaram, então, o tempo de vida das células vermelhas do sangue e descobriram que elas estavam circulando há mais tempo do que o habitual.

Os pesquisadores também examinaram o papel dos macrófagos na policitemia vera, uma doença genética na medula óssea, que produz muitos glóbulos vermelhos, levando a dificuldades respiratórias, tonturas, coagulação excessiva do sangue, entre outros sintomas. Usando um modelo de rato com policitemia vera, eles descobriram que esgotar macrófagos na medula óssea normaliza a contagem de glóbulos vermelhos. “Isso aponta para uma nova maneira de controlar a doença,” disse o Dr. Frenette.

Fonte: Extra

quarta-feira, 13 de março de 2013

Revista Fluminense de Medicina é relançada após 41 anos de inatividade

Parceria entre a Associação Médica Fluminense e a Universidade Federal Fluminense relança a Revista Fluminense de Medicina (RFM)

A revista foi criada em 1936 pela Faculdade Fluminense de Medicina, que atualmente se constitui como o Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense (UFF). Após anos de atividade a publicação foi adquirida em 1953, pela Associação Médica Fluminense (AMF), que fez o seu devido registro de propriedade em cartório.

Em parceria com a AMF, a Editora da Universidade Federal Fluminense será a responsável pela edição da revista e a encarregada de atribuir o Digital Object Identifier (DOI).

Tem-se o objetivo de recuperar toda a coleção da RFM e disponibilizá-la livremente na internet. Na página da Associação Médica Fluminense já é possível acessar parte dessa rica coleção, assim como os números atuais da publicação. A revista em formato impresso estará disponível também na Biblioteca do Instituto Biomédico da UFF.

Confira na imagem abaixo as matérias que compõem o número de relançamento da publicação, que conta ainda com a republicação da mesma capa, editorial, homenagem e expediente do primeiro número da RFM, que foi publicado em agosto de 1936.


segunda-feira, 11 de março de 2013

Nanopartículas rastreáveis aumentam eficácia da quimioterapia

Partículas, que transportam drogas anticâncer para o tumor, são monitoradas por meio de exames de ressonância magnética

Pequenas partículas rastreáveis carregadas com medicamentos podem melhorar a eficácia de tratamentos quimioterápicos. É o que revela estudo de pesquisadores do Karolinska Institute, na Suécia.

As nanopartículas, que transportam drogas anticâncer diretamente para células tumorais, podem ser vistas e monitoradas por meio de exames de ressonância magnética. Desenvolvidas para o tratamento do câncer de mama, as nanopartículas são biodegradáveis e não tóxicas.

O estudo foi publicado na revista Particle & Particle Systems Characterization.

A equipe, liderada por Eva Malmström-Jonsson e seus colegas, desenvolveu um método que faz com que as nanopartículas espontaneamente se construam com macromoléculas sob medida. A formação requer um equilíbrio entre a parte hidrófila (capaz de se dissolver em água) e a parte hidrofóbica (não solúvel em água) da partícula. A porção hidrofóbica torna possível encher a partícula com a droga.

Para tornar a partícula rastreável, os pesquisadores usaram uma concentração relativamente elevada do isótopo natural 19F (flúor), que torna as partículas visíveis em imagens de alta resolução tiradas por ressonância magnética (MRI).

Segundo os pesquisadores, seguindo o caminho das nanopartículas no corpo é possível obter informações sobre a forma como a droga é absorvida pelo tumor e se o tratamento está funcionando.

Os cientistas encheram as nanopartículas com o medicamento de quimioterapia doxorrubicina, utilizado hoje em dia para o tratamento de câncer de bexiga, pulmão, ovário e mama.

Em experiências com culturas de células, eles mostraram que as próprias partículas não são prejudiciais, mas podem eficazmente matar células cancerosas depois de terem sido carregadas com a droga.

O passo seguinte é desenvolver um sistema para atacar tumores que são difíceis de tratar com a quimioterapia, tais como tumores cerebrais, câncer pancreático, e tumores da mama resistente a drogas.

A equipe acredita que, em longo prazo, a pesquisa pode resultar em tratamentos de quimioterapia adaptados que procuram células tumorais. Isto permitiria à droga tóxica ser entregue mais especificamente ao tumor, tornando o tratamento mais eficaz, enquanto reduz os efeitos secundários.

Fonte: Isaúde.net

terça-feira, 5 de março de 2013

Pesquisa aconselha redução da vida útil de sangue armazenado para três semanas

Células vermelhas começam a perder capacidade de fornecer oxigênio após esse período. Prática atual recomenda até seis semanas

Estudo de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, acrescenta novas evidências à ideia de que o tempo de armazenamento de sangue usado em transfusões não deve ultrapassar três semanas.

A pesquisa revela que as células vermelhas do sangue armazenadas por mais de três semanas começam a perder a capacidade de fornecer células ricas em oxigênio para onde podem ser mais necessárias.

Segundo os investigadores, os glóbulos vermelhos em sangues armazenados por muito tempo perdem gradualmente a flexibilidade necessária para passar através de pequenos capilares do corpo para fornecer oxigênio para os tecidos. Além disso, a capacidade não é recuperada após a transfusão em pacientes durante ou após a cirurgia.

"Há mais e mais informações nos dizendo que a vida do sangue armazenado não pode ser de seis semanas, que é o que os bancos de sangue consideram padrão. Se eu fosse fazer uma cirurgia amanhã, eu gostaria de receber sangue mais fresco", afirma o líder do estudo, Steven M. Frank.

Frank reconhece que os bancos de sangue não têm sangue fresco suficiente para todos, e que os períodos mais curtos de armazenamento resultariam em menos sangue disponível. No entanto, ele afirma que a prática corrente de armazenamento de sangue para transfusão por até seis semanas pode ter de ser reconsiderada.

Pesquisas anteriores mostraram que pacientes de cirurgia cardíaca que receberam sangue armazenado por mais de três semanas eram quase duas vezes mais propensos a morrer do que pacientes que receberam sangue que havia sido guardado por apenas 10 dias.

Para o estudo recente, Frank e seus colegas recrutaram 16 pacientes agendados para receber uma cirurgia de fusão espinhal, operação que normalmente requer transfusões de sangue.

Seis dos pacientes receberam cinco ou mais unidades de sangue, enquanto 10 necessitaram de três ou menos unidades. Os pesquisadores usaram amostras de cada saco de sangue usado, 53 no total, e mediram a flexibilidade das células vermelhas do sangue. O que eles descobriram é que o sangue com mais de três semanas foi mais propenso a ter membranas das hemácias menos flexíveis, condição que pode tornar mais difícil para o sangue fornecer oxigênio.

A equipe também recolheu amostras de sangue de pacientes três dias após a cirurgia. Mesmo que as células do sangue estivessem fora do armazenamento e tenham sido devolvidas a ambientes biológicos com pH adequado (acidez), eletrólitos e níveis de oxigênio, o prejuízo para as células vermelhas não era reversível e parecia ser permanente. "As células do sangue permanecem danificadas até o seu limite de ciclo de vida, que é de até 120 dias", ressalta Frank.

Frank também observou que os pacientes do estudo que receberam menos unidades de sangue tinham células vermelhas saudáveis em geral, mesmo que o sangue fosse mais velho. Segundo Frank, é provável que uma pequena quantidade destas células danificadas não faça tanta diferença quanto quando um grande número de células danificadas está presente.


Fonte: Isaúde

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